GP Abu Dhabi F1: Q&A com Max Verstappen

Por a 8 Dezembro 2025 10:17

Depois de uma temporada marcada por uma recuperação notável da Red Bull e por uma intensa luta pelo título que acabou por escapar por apenas dois pontos, Max Verstappen fez o balanço da corrida final e do ano competitivo, abordando também a evolução da equipa, a relação com o engenheiro Gianpiero Lambiase e a conquista inédita de Lando Norris.

Q: Max, que balanço fazes da corrida e do fim de semana?

MV: Honestamente, maximizámos tudo o que podíamos. Fizemos a pole e vencemos a corrida. Também em ritmo fomos muito fortes, por isso não havia muito mais que pudesse ter feito. O que tornou tudo um pouco mais complexo foi o facto de o Oscar estar numa estratégia diferente — nunca sabes quanto ritmo ele pode ter depois de parar e isso complica a gestão do grupo atrás. Mas, no geral, estou muito orgulhoso do nosso fim de semana. Demos tudo e o carro foi, de facto, agradável de conduzir.

Q: E a temporada como um todo? De estar mais de um minuto atrás na Hungria a terminar a dois pontos do campeão do mundo…

MV: Foi uma enorme montanha-russa. A primeira metade teve alguns momentos bons, mas principalmente períodos muito difíceis — corridas e sensações realmente complicadas. Mas estou muito orgulhoso de nunca termos desistido. Isso é uma lição para o futuro: mesmo quando parece que tudo está perdido, não se desiste. Trabalha-se, tenta-se perceber os problemas e nunca se sabe o que pode acontecer.

Q: Algumas palavras sobre o novo campeão do mundo, Lando Norris.

MV: Ganhar o primeiro título é algo com que todos sonhamos desde crianças. É muito emocional. Espero que o Lando aproveite bem este momento — vi que grande parte da família dele estava aqui. É importante celebrar com a equipa também. É mais uma história que mostra que, mesmo após anos difíceis, se continuares a trabalhar e a acrescentar boas pessoas à estrutura, consegues voltar a ser bem-sucedido. Tiveram uma época incrível e devem desfrutá-la.

Q: No que toca à estratégia do Oscar, ponderaste influenciar o ritmo da corrida para afectar o desenrolar do campeonato, ou focaste-te apenas na tua prova?

MV: Tinha vários cenários em mente, mas, claro, sabia que com os pneus que o Oscar colocou no carro, seria bastante difícil. Acho que estávamos um pouco rápidos demais na frente. Os outros não conseguiam acompanhar tão bem. Acho que o Charles deu tudo hoje para tentar chegar ao pódio, por isso foi impressionante ver isso. Mas, claro, optaram por duas paragens. Acho que isso complicou ainda mais as coisas, porque se se fica só com uma paragem, é difícil manter o ritmo. E acho que este novo traçado aqui torna isso ainda mais difícil em comparação com 2016.

Q: O que tem significado o Gianpiero Lambiase para ti, especialmente nesta época tão emocional?

MV: Tem sido um ano emocional. Esqueçam os resultados — não quero entrar em demasiados detalhes, mas foi duro. É muito bom trabalhar com alguém tão apaixonado. Ele é o meu engenheiro, mas vejo-o como um amigo. Vivemos muitas emoções fortes e grandes conquistas juntos. Tenho a certeza de que ele estava emotivo depois da bandeira. Estou ansioso por falar com ele, porque nem sempre foi fácil. Tenho muito orgulho em trabalhar com alguém tão competente — um verdadeiro exemplo de quem nunca desistiu, mesmo nos momentos difíceis.

Q: Considerando tudo o que fizeste esta época, sentes que este foi o melhor nível de pilotagem da tua carreira?

MV: Acho que sim. Não tenho arrependimentos. A minha performance foi forte. Houve alturas em que odiei o carro, outras em que o adorei. Mas tentei sempre tirar o máximo dele, mesmo nos fins de semana mais complicados. Foi uma montanha-russa, mas as últimas oito ou nove corridas foram bem mais agradáveis. A atmosfera na equipa é excelente — energia positiva, confiança — e isso é exactamente o que se quer para entrar no próximo ano.

Q: Houve algum momento da corrida em que aceitaste que o título não seria possível?

MV: Fui sempre olhando para os ecrãs para ver se acontecia algo. A corrida correu muito bem e estava simplesmente a desfrutar de conduzir. Em cada reta, espreitava para ver se surgia alguma coisa, mas isso faz parte das corridas.

Q: Pela forma como conduziste e como recuperaste ao longo da época, sentes o mesmo orgulho que sentiste nos anos em que foste campeão?

MV: Claro que é sempre melhor ganhar, mas, honestamente, estou aqui com um sentimento melhor do que no ano passado por esta altura. A segunda metade de 2023 foi difícil e este início de época também. Estivemos a lutar durante um ano inteiro. Agora sinto-me bem. É pena falhar o título, mas durante muito tempo nem pensei nisso — não me sentia na luta até há poucas corridas. É incrível chegar aqui desta forma. O orgulho manifesta-se de maneiras diferentes. Estou feliz comigo e não tenho dúvidas sobre as minhas capacidades para o próximo ano.

Q: Perdes o campeonato por dois pontos. Olhando para trás, lamentas o incidente com o George Russell em Espanha?

MV: Esqueces tudo o resto que aconteceu na minha época e só falas de Barcelona… já sabia que isso ia surgir. Estás a dar-me um sorriso idiota. Não sei… faz parte das corridas. Aprende-se sempre. O campeonato são 24 rondas. Também tive muitos “presentes de Natal antecipados” na segunda metade do ano — também se pode questionar isso.

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1 comentários

  1. Pity

    8 Dezembro, 2025 at 13:28

    Gostei da boca sobre os “presentes de Natal”. De facto a McLaren deu alguns “presentes”, especialmente em Las Vegas.

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