FÓRMULA 1 VENDIDA À LIBERTY MEDIA: O que se sabe até agora

Por a 9 Setembro 2016 08:48

Foi ontem anunciado que a Liberty Media vai comprar a Delta Topco, a empresa gerida por Bernie Ecclestone e pela CVC, que detém os direitos comerciais do Mundial de Fórmula 1. A Liberty Media, empresa norte-americana controlada por John Malone, um pioneiro na indústria americana de TV por cabo vai comprar a empresa e também assumir a a atual dívida da Fórmula 1 de 4.1 mil milhões de dólares. Chase Carey, Vice-Presidente Executivo da 21st Century Fox vai ser o novo Chairman do Grupo. Bernie Ecclestone deverá permanecer na sua atual posição de CEO da empresa, embora não o confirme para já, dizendo só que foi convidado para o fazer.

O guru do Marketing, Zak Brown acredita que a visão estratégica dos novos donos da F1, a Liberty Media, em oposição à visão puramente mercantilista da CVC será boa para os adeptos, que dessa forma verão ser aplicadas medidas na F1 que visam desenvolver a sua base de adeptos e contentar ainda mais os que já existem, ao invés de ler apenas sobre os enormes ganhos que a modalidade gera, que foi o que aconteceu desde 2006 até agora: “Liberty Media é um dos melhores compradores estratégicos que a F1 poderia ter. Penso que eles se vão centrar no crescimento da base de adeptos, e isso irá contentar os parceiros, as equipas e naturalmente as TVs que investem muito dinheiro na F1. E se a F1 crescer a esse nível será mais fácil encontrar parceiros, e mais parceiros terão disposição de investir. Será bom para todos”

Também a FIA já reagiu à aquisição da F1 por parte da Liberty Media, ao dizerem que “aguardam o momento de poder discutir com as partes interessadas as consequências deste acordo no que concerne à promoção da Fórmula 1. A FIA sabe da experiência que a Liberty Media tem no campo desportivo e espera poder trabalhar com a empresa para poder desenvolver ainda mais a F1, levando-a às novas gerações de adeptos por todo o mundo”

CHASE CAREY: O PLANO É LEVAR A FÓRMULA 1 “AO PRÓXIMO NÍVEL”

A Liberty Media confirmou a compra da Fórmula 1 e Chase Carey, que é o novo ‘chairman’ do Formula One Group – vai trabalhar ao lado do CEO, Bernie Ecclestone, que se mantém (algo que não é ainda certo) – diz que esta compra ai permitir o crescimento e o desenvolvimento da modalidade com o benefício das equipas e dos adeptos:

“Estou muito contente por me juntar a esta equipa que tem potencial para fazer muito. A Fórmula 1 tem tido um enorme sucesso, que muito se deve a Bernie Ecclestone, pois lidera este negócio há muitas décadas. Estou muito motivado para trabalhar com ele e acreditamos ser uma oportunidade para continuar a evoluir este negócio e levá-lo ao próximo nível. E a intenção é fazer crescer e desenvolver a F1 para benefício dos adeptos, equipas, parceiros e acionistas, incrementando a promoção e marketing da Fórmula 1 como desporto e como marca. Aumentar a distribuição de conteúdos, especialmente no digital, que atualmente tem muito pouco retorno. Evoluindo o calendário, estabelecendo uma panóplia maior de parcerias, incluindo patrocínios. E aproveitar a experiência da Liberty em eventos ao vivo e em monetizar, de modo a tornar os Grandes Prémios de Fórmula 1 os maiores de sempre”

Chase Carey é um ex-executivo da 21st Century Fox e o novo CEO do Grupo que agora comprou a F1 mas Bernie Ecclestone já disse ao Daily Mail que se não gostar do que pretendem fazer os novos donos da F1 “Diz adeus” Já ao The jornal Times, Ecclestone revelou “Foi-me oferecido um contrato para ficar e ajudá-los, mas vamos ver se quero fazê-lo”.

Independentemente disso, os novos donos já deixaram claro que a Europa é fundamental para a sua estratégia, explorando o potencial de “uma nova geração de adeptos” em novos mercados, referindo-se à América do Norte e Ásia.

“Quero deixar claro que os mercados estabelecidos, o berço e a casa da F1, a Europa em particular, têm importância crítica nesta estratégia. Temos que fazer crescer essas fundações. A mais longo termo, os mercados dos EUA e Ásia serão desenvolvidos, mas isso não é uma coisa que se fará do dia para a noite. Há como se calcula, muita gente a gostar de F1, e se utilizarmos as plataformas digitais para chegar a esses adeptos e outras ferramentas que ainda não foram exploradas agressivamente podemos construir uma nova geração de adeptos em locais que historicamente têm sido uma parte significativa da base de adeptos da F1”.

Portanto, para já o que se percebe é que os novos donos da F1 – tal como se esperava – vão trabalhar no digital como nunca foi feito na F1, mas muita coisa nova deverá vir com o tempo. O quê? É ainda muito cedo pois somente ontem se começou a trabalhar na complexa operação monetária.

BERNIE ECCLESTONE: “LIBERTY MEDIA QUER QUE EU FIQUE TRÊS ANOS”

Depois de liderar a F1 por mais de 40 anos, Bernie Ecclestone vê-se agora numa situação em que deixa de ter atrás de si a empresa que controla os direitos comerciais da F1 e mesmo tendo ainda uma boa percentagem de ações, o ainda Chefe Executivo do Formula One Group, revelou que a empresa norte americana pretende que fique três anos.

Muitos esperavam já vê-lo pelas costas, pois não suportam que esteja, por exemplo, a atravancar o desenvolvimento da F1 no que ao digital diz respeito, contribuir para a queda das audiências ao permitir demasiadas ‘Pay TV’, levar a F1 para países com muito dinheiro mas onde os direitos humanos não são prioridade, a distribuição de dinheiro que afasta cada vez mais as ricas das pobres, e estes são só os principais exemplos.

Por outro lado, ninguém pode esquecer o que Ecclestone fez pela F1 desde os anos 70, tornando-a no gigante que é hoje. Era um nicho, hoje é um negócio global, com audiências de quase 500 milhões de pessoas em todo o mundo, números que não são ultrapassados por muitos desportos.

Ecclestone foi convidado pelo novo Presidente Executivo da F1, Chase Carey, a ficar a trabalhar a seu lado mais três anos, mas Ecclestone já avisou que se não gostar do que pretendem os novos donos da F1, vai-se embora.

Aos 85 anos, Ecclestone, é responsável pelo sucesso comercial da F1, com os acordos de TV e corridas em países que passaram a pagar bem mais para ter a F1. Tê-lo por perto dará tempo à nova empresa para afinar o seu novo modelo de negócio, enquanto Ecclestone continua com o seu, que como se sabe dá dinheiro… até mais não!

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2 Comentários
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dumberdog
dumberdog
7 anos atrás

Certamente vão apostar num site tipo o do motogp com conteúdos premium para quem tiver um season pass. Atrairia mais adeptos.

rodríguezbrm
rodríguezbrm
7 anos atrás

Realmente esta história do duplo papel da FIA – por um lado, deve aprovar ou não esta aquisição, e, por outro lado, é potencial beneficiária já que detém uma % dos “direitos comerciais” da F1 – dá que pensar, esperemos que também às instancias europeias, pode ser caso de conflito de interesses
P.S. Então e tal assinatura do contrato de Monza, é para quando afinal?

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