Fórmula 1: Os desafios da McLaren em 2023

Por a 15 Fevereiro 2023 16:38

A McLaren apresentou a sua máquina para este ano, que celebra os sessenta anos da equipa, e com este surge a esperança de dar um passo em frente e aproximar-se do grupo da frente, onde já foi uma potência, resta saber se os passos que deu neste defeso foram no sentido certo.

A temporada de 2022 foi uma desilusão para a equipa de Woking veja-se de que prisma for – esperava aproveitar o novo regulamente para se aproximar das ‘Três Grandes’ e acabou batida pela Alpine na luta pelo quarto posto, sem que se tivesse aproximado das formações que lutam habitualmente pelas vitórias.

A McLaren iniciou mal a época passada com problemas de travões a atrasarem a equipa, tanto no que diz respeito ao ritmo competitivo do MCL36, como no desenvolvimento do seu monolugar, dado os recursos que deveriam ser empregues no desenvolvimento inicial, foram alocados na resolução do problema.

Apesar do atraso prematuro, a equipa de Woking conseguiu recuperar, colocando-se ao nível da Alpine, que foi consistentemente a sua rival pelas honras do Segundo Pelotão.

No entanto, a McLaren não foi capaz de capitalizar os problemas de fiabilidade da Alpine em larga medida devido à incapacidade de Daniel Ricciardo em tirar o melhor partido do monolugar que tinha à sua disposição.

Ao olhar para a tabela do Campeonato de Pilotos, Lando Norris exibe cento e vinte e dois pontos, ao passo que o australiano não somou mais de trinta e sete.

Com esta diferença pontual, seria difícil à McLaren poder bater a Alpine, mesmo com os problemas de fiabilidade desta, e foi obrigada a tomar uma decisão relativamente a Ricciardo, que saiu da equipa um ano antes do final do seu contrato.

Oscar Piastri, que foi roubado à Alpine, fará a sua estreia na Fórmula 1 este ano, no lugar do seu conterrâneo, e dificilmente poderá fazer pior que Ricciardo ao longo de 2023.

A entrada do Campeão de Fórmula 2 de 2021 será uma forma de a McLaren fortalecer a sua dupla de pilotos, esperando melhores resultados da parte deles.

No entanto, se a convivência entre Norris e Ricciardo foi calma e sem sobressaltos, o mesmo poderá não acontecer entre o inglês e Piastri.

A forma como o jovem australiano deixou a Alpine demonstra que não está no automobilismo para fazer amigos e que está para vencer, quase a qualquer preço.

Será natural que nas primeiras corridas da temporada Piastri tenha uma abordagem mais resguardada, até se adaptar a um novo ambiente que vai desde a pista até à boxe, passando pelo paddock, mas à medida que vai ganhando confiança, e se revelar a competitividade que se espera dele, poderá sentir-se com a veleidade de marcar a sua posição na equipa, até porque tem de justificar toda a polémica do último Verão, o que poderá levar a algumas fissuras no seio da equipa.

Este será um cenário em que Norris terá de mostrar a sua fibra e impor-se enquanto líder da equipa, mas também aqui existem algumas questões.

Pela primeira vez na sua carreira, o inglês será visto como a bitola para a equipa. Na verdade, já o foi nos dois últimos anos, mas os problemas de Ricciardo tiravam o foco de cima de si, permitindo-lhe operar sem grande pressão, uma vez que esta estava do outro lado da boxe. No fundo, desde que batesse Ricciardo, tudo estava bem do lado de Norris.

Porém, agora, o foco estará bem fixo do lado do piloto de vinte e três anos, e com o desafio que se espera que tenha de Piastri ver-se-á como reagirá Norris à pressão constante a que os lideres são sujeitos.

Durante o defeso a McLaren foi uma das equipas que mudou de liderança, na dança de cadeiras que se verificou em Dezembro e em Janeiro. No entanto, Andrea Stella, que assumiu o lugar de Andreas Seidl está na estrutura há quase uma década e as suas capacidades são por demais conhecidas e reconhecidas, não se esperando uma mudança de filosofia na equipa de corridas, não devendo ser uma questão que atrase a equipa.

Sendo assim, e se Piastri se integrar bem na formação de Woking, espera-se que a McLaren possa voltar a estar na luta pela primazia do Segundo Pelotão, sobretudo, se o MCL60 se mostrar um bom passo em frente relativamente ao seu antecessor. No entanto, não se espera que a Alpine volte a ter os problemas de fiabilidade que sentiu o ano passado, esperando-se ainda uma subida de forma da Aston Martin, o que promete à McLaren uma luta intensa ao longo da próxima época.

A aproximação às três da frente poderá ser possivel, mas imiscuir-se entre elas, poderá ter de ficar para mais tarde…

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