Fórmula 1: 5 histórias a ‘bombar’ no paddock

Por a 10 Junho 2023 10:00

Foram muitas as conversas no paddock do Grande Prémio de Espanha, que foram desde a Porsche até Zanzibar…

Ferrari deixa a ‘banheira’

A Ferrari apresentou em Barcelona a sua primeira grande atualização técnica da temporada, esperando com ela ganhar supremacia na luta com a Mercedes e Aston Martin e aproximar-se da Red Bull.

Desde que os problemas do SF-23 ficaram aparentes que Frédéric Vasseur apontou que acreditava no conceito da formação de Maranello, conhecido por ter uma ‘banheira’ nos flancos, não sendo, portanto, necessária uma mudança de filosofia do carro italiano.

No entanto, o pacote técnico que a ‘Scuderia’ apresentou em Espanha revelava uns flancos com uma concavidade superior muito reduzida, passando as saídas de ar quente, anteriormente colocadas no topo dos pontões laterais, maioritariamente para a cobertura do motor.

Para além disso, ao contrário do que acontecia anteriormente, os flancos passaram a evidenciar uma descida pronunciada no sentido da traseira, muito semelhante o design lançado originalmente pela Red Bull o ano passado, um conceito que continua a desenvolver.

Apesar de Vasseur ter afirmado que a filosofia da Ferrari era para manter, a verdade que a actualização de Barcelona mostrou uma aproximação ao conceito da sua rival, o que deverá continuar nos próximos desenvolvimentos. Veremos com que resultados em pista.

Ninguém quis a Porsche

A Porsche foi mesmo a noiva enjeitada no paddock da Fórmula 1.

Depois do espetacular e pública nega da Red Bull, a marca alemã tentou encontrar uma solução para ingressar na Fórmula 1, tendo sido a primeira a Williams, uma equipa que está longe de ser uma contendora de ponta.

Ainda assim, a equipa de Grove rejeitou que a Porsche entrasse no seu capital, apesar de esta ter um orçamento para evoluir as suas instalações para os standards da Fórmula 1 e para construir uma unidade de potência completamente nova tendo por base o V6 turbo híbrido que concebera em 2018 para entrar então na categoria máxima, acabando de fora devido ao ‘Dieselgate’.

Os alemães tentaram ainda a McLaren, num negócio que incluiria também a divisão de carros de estrada do construtor de Woking, mas como tal com a Audi, também com a Porsche não foi possível alcançar um acordo.

O desespero da Porsche foi tal que mesmo a Aston Martin foi uma opção tentada, com um acordo que passava também pela área dos carros de estrada.

No entanto, a Honda estava também na corrida e a demora dos responsáveis do Grupo Volkswagen deixou Lawrence Stroll desesperado, tendo dado como ‘deadline’ o início de Maio. Sem que os alemães se decidissem, o canadiano acabou por escolher a Honda, que para além de mais ágeis nas decisões, não exigiram participação na equipa e não interferem na sua gestão.

Depois de ter estado a tentar uma solução para o seu projecto na Fórmula 1 até Maio, a Porsche tem agora a ideia enterrada.

De Barcelona para Madrid?

Barcelona alberga o Grande Prémio de Espanha desde 1991, sendo já uma pista clássica na Fórmula 1, mas o seu destino no calendário poderá estar em risco depois de 2026, ano em que termina o seu atual contrato.

Madrid, a grande rival espanhola da cidade catalã, está interessada em ser a sede do Grande Prémio espanhol, como já o fez no passado em Jarama, mas desta feita com um circuito citadino, situada na zona da IFEMA, uma zona conhecida por ter grandes feiras internacionais.

Existe uma grande vontade da parte dos políticos madrilenos de levar a prova de Fórmula 1 para a sua cidade e os recentes eventos de Barcelona não têm sido um sucesso ao nível organizacional, com grandes problemas na gestão do tráfego. Para além disso, o Circuit de Barcelona – Catalunya não é o destino mais glamouroso para os VIPs de que a FOM tanto gosta, podendo Madrid ser mais apetecível.

McLaren/Ford?

A McLaren foi buscar à Red Bull um dos seus técnicos mais importantes da sua história, Rob Marshall, que foi instrumental em tornar a equipa numa força vencedora.

O mais surpreendente foi a forma cordial como os responsáveis da formação de bandeira austríaca aceitaram que o inglês fosse de Milton Keynes para Woking, inclusivamente Helmut Marko.

Zak Brown já admitiu que se reuniu com Christian Horner na Red Bull Powertrains para avaliar a possibilidade de substituir as atuais unidades de potência da Mercedes que os seus carros usam por as da Ford made by Red Bull, em 2026.

Segundo os rumores que circulavam em Barcelona, a facilidade com que Marshall foi libertado por Horner está relacionado com o acordo assinado com Zak Brown para que a McLaren tenha motores de Milton Keynes a partir de 2026. É claro que todas as partes negaram esta possibilidade, mas o futuro dirá…

F1 da África do Sul para Zanzibar

Existe presentemente um grande desejo da parte da FOM para ter um Grande Prémio em África, tendo recentemente havido negociações para que a África do Sul pudesse ser a porta do regresso da Fórmula 1 ao continente.

No entanto, problemas com um promotor, primeiro, e agora ligações perigosas da África do Sul à Rússia deitaram por terra as pretensões de Kylami albergar um Grande Prémio.

Porém, existe uma possibilidade que poderá criar uma solução para a FOM.

Zanzibar, uma pequena ilha situada na costa índica de África, pretende incrementar o seu turismo e vê a Fórmula 1 como uma possibilidade real.

O grande problema é a capacidade hoteleira da zona semi autónoma da Tanzânia que não tem como alojar todas as pessoas que se deslocam para um Grande Prémio e ainda os visitantes. Esta adversidade poderia ser ultrapassada com a ajuda da MSC, um parceiro comercial da Fórmula 1 um operador de cruzeiros de luxo.

Esta poderia deslocar para Zanzibar, um dos seus destinos regulares, alguns dos seus cruzeiros, funcionando estes como hotéis flutuantes, sendo capazes de alojar toda gente, dinamizando o turismo local, lucrando ainda a MSC.

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Pity
Pity
10 meses atrás

Acho que a Williams perdeu uma grande oportunidade, ao não se aliar à Porsche.
Zanzibar? Está tudo doido, ou quê? Nada contra os dirigentes locais quererem incrementar o turismo, mas à custa de um desporto que, acredito, dirá muito pouco aos habitantes? Não acredito que os fãs de F1 que se deslocam na Europa, o fizessem para aquelas latitudes, como não fazem para a Ásia, por exemplo.
Querem África? Se não podem ter África do Sul, vão para Marrocos, pelo menos aí há alguma cultura de desporto automóvel.

leandro.marques
Reply to  Pity
10 meses atrás

Na verdade faz mais sentido uma mclaren que uma Williams. A Williams dedica-se única e exclusivamente à F1, os papaias também estão no negócios dos carros de estrada. Faz muito sentido a porsche se juntar a eles. A Williams tem é de sobretudo de investir em recursos humanos, não sobras das outras equipas mas sim elementos a quem eles façam falta. É uma vergonha ver um fundo como tivemos de ver, por exemplo. Eu senti-me envergonhado com o que vi.

leandro.marques
10 meses atrás

Isso das instalações acaba por ser uma quase falácia. Equipas que não têm os seus próprios túneis de vento entende-se construir um (exemplo mclaren – acho uma vergonha uma equipa com esta, dado o seu historial, não ter um próprio – ou uma aston martin que está agora a ser e a querer ser uma equipa a sério), mas achar-se que isto é solução para tudo acho que é querer enganar-se a si próprios. A Red Bull usa um com mais de 60 anos e acho que ninguém tem a coragem de dizer que eles não são os melhores aerodinacamente.… Ler mais »

Last edited 10 meses atrás by Leandro Marques
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