Fórmula 1: 5 duplas de pilotos com potencial para iniciar uma ‘guerra civil’

Por a 5 Abril 2023 14:58

Todas as equipas tentam ter uma dupla de pilotos o mais harmoniosa possível, sabendo-se que os pilotos são criaturas egocêntricas e que estão em pista para vencer a quase todo o custo. Alguns chefes de equipa são bem-sucedidos, outros menos, mas este ano existem alguns casos em que dificilmente não haverá algum atrito nos bastidores. Apontamos cinco casos.

Mercedes: Dois galos para um poleiro

Na verdade, existe respeito entre a Lewis Hamilton e George Russell, o que, para já, garante alguma estabilidade no seio da Mercedes, até porque, neste momento, a equipa não parece ter como se envolver na luta pelos títulos, o que poderá permitir que os dois pilotos se unam para levar a equipa para o caminho da competitividade.

No entanto, nenhum dos dois tem no horizonte ver-se batido pelo respetivo colega de equipa.

O ano passado, Hamilton, muito por fruto de algumas circunstâncias, viu-se batido por Russell no Campeonato de Pilotos, tendo ainda visto o seu conterrâneo vencer o único Grande Prémio da Mercedes tem toda a temporada, dificilmente quererá passar pelo mesmo.

O heptacampeão do mundo é visto como um ‘teamplayer’ mas, como se verificou em 2016 e ao longo da sua parceria com Nico Rosberg, é tão egocêntrico como qualquer outro grande campeão e, se sentir que o controlo da equipa lhe está a fugir, não terá pejo em fazer sentir as suas opiniões, isto perante um Russell que não está na equipa para fazer o papel de Valtteri Bottas.

Não se espera um implosão da relação entre os dois, mais devido à falta de competitividade do Mercedes W14, mas o potencial existe e, por vezes, basta um pequeno detalhe para que tudo rebente.

Aston Martin: Mais que um problema com o colega de equipa

Fernando Alonso não foi para a Aston Martin para ser ajudante de ninguém e, muito embora o seu patrão, Lawrence Stroll, acredite que o seu filho é um campeão mundial em potência, o espanhol tem ideias diferentes e chegou para liderar a equipa rumo à competitividade.

Alonso nunca se submeteu aos desejos de ninguém e todos nos lembramos do que aconteceu na McLaren quando fez equipa com Lewis Hamilton, o que resultou numa verdadeira bomba atómica que não deixou ninguém incólume.

Provavelmente, o bicampeão mundial de Fórmula 1 andará consistentemente à frente do seu colega de equipa, mas já se verificou que, mesmo assim, poder-se-ão encontrar e condicionar a prova um do outro e, se correr mal de facto, poderá criar um problema, até porque este ano o Aston Martin AMR23 parece ser capaz de lutar por pódios de forma regular e um incidente entre Alonso e Stroll poderá significar a perda de um resultado significativo.

No entanto, neste caso específico, para Alonso, um desentendimento com o seu colega de equipa pode ser mais que isso, poderá ser ir contra o seu patrão.

Red Bull: Ressentimentos do passado

Tudo parece bem no ‘Reino da Red Bull’, mas como se verificou no ano passado e já em 2023, existem algumas fissuras que, muito embora tratadas, podem reabrir, sobretudo num contexto em que a equipa está definitivamente na luta por ambos os títulos.

Max Verstappen não ficou satisfeito com algo que aconteceu o ano passado no Grande Prémio do Mónaco, suspeitando-se do acidente de Sérgio Pérez na qualificação, que o holandês poderá crer que terá sido propositado.

Isto levou a que, no Grande Prémio do Brasil, o Bicampeão do Mundo não tivesse cedido um quinto lugar ao seu colega de equipa, que estava em luta com Charles Leclerc pelo segundo lugar no Campeonato de Pilotos e poderia precisar de todos os pontos a que pudesse colocar mão numo momento em que o holandês já tinha o seu segundo título selado.

O mexicano mostrou-se agastado com o comportamento de Verstappen, dado que ele sempre ajudou o seu colega de equipa, mas Christian Horner garante que as diferenças entre os dois foram sanadas.

Mas o que acontecerá este ano, quando a Red Bull ordenar Pérez a ceder o seu lugar ao holandês? Cumprirá as ordens?

O Bicampeão Mundial, já este ano em Jeddah, mostrou que não está para acatar ordens que beneficiem o seu colega de equipa.

Normalmente, o mexicano não acompanha o andamento de Verstappen, mas também já apontou que o seu objetivo é lutar pelo campeonato. E se nas próximas provas mostrar andamento para incomodar Verstappen ou houver mesmo um confronto direto entre os dois, as coisas podem complicar-se na Red Bull, .

Tudo parece bem na ‘corte de Milton Keynes’, mas, nas condições certas, uma guerra civil poderá explodir por lá…

Haas: Resquícios do passado

Todos sabemos que, no passado, a amizade entre Nico Hulkenberg e Kevin Magnussen era inexistente, havendo até vídeos da animosidade entre o duo que hoje compõe a dupla de pilotos da Haas.

Segundo os próprios, presentemente, existe respeito entre eles, garantindo até que a relação do duo da equipa americana tem sido bastante produtiva entre os dois.

No entanto, sabemos que nenhum deles é piloto para ceder e, sobretudo, o dinamarquês recorre amiúde a defesas e ataques robustos que, inúmeras vezes, deixam os seus adversários profundamente agastados, sensação pela qual o alemão já passou.

Não se espera uma diferença de andamentos substancial entre os dois, o que significa que vão rodar consistentemente próximo um do outro, podendo criar tensões ente Magnussen e Hulkenberg numa equipa que nem sempre consegue lidar de forma efetiva com o ego dos seus pilotos.

Para já está tudo bem, mas Guenther Steiner poderá ter de gerir a animosidade entre os seus pilotos se surgirem algumas situações em pista que não agrade um deles.

Alpine: Uma amizade imposta

A relação entre Pierre Gasly e Esteban Ocon parece um mar de rosas, tendo a Alpine organizado, inclusivamente, uma saída a dois para poderem assistir a um jogo da NBA realizado em Paris.

Porém, é do conhecimento público que os dois não nutriam um grande respeito um pelo outro antes de Gasly entrar na equipa do construtor francês e desde os seus tempos no karting.

Na verdade, a relação amistosa entre os dois está a ser construída através da necessidade imposta pela Alpine e não porque existe uma aproximação natural entre o duo de franceses, o que poderá ficar exposta a qualquer pequena fagulha que suceda entre os dois.

Sabe-se que Ocon não é um piloto fácil para os seus colegas de equipa nas batalhas em pista, basta recordar os desentendimentos que teve com Sérgio Pérez na Force India e com Fernando Alonso na Alpine e, no ano passado.

Acresce a isso que será natural que ambos andem por posições semelhantes, o que levará, certamente a algumas batalhas que tem o potencial para correr mal, se Ocon mantiver a sua postura habitual e Gasly não quiser ceder perante um piloto por quem teve uma longa animosidade.

Para já, o incidente entre os dois na Austrália parece não ter deixado marcas, mas, aparentemente, parece uma questão de tempo até que Otmar Szafnauer tenha de lidar com uma explosão de grandes dimensões no seio da equipa que governa.

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1 Comentário
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Scb
Scb
1 ano atrás

Desde quando é que o Stroll faz sombra ao Alonso? Só se for quando lhe bate por trás.

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