F1: Tost diz que dúvidas sobre tecto orçamental são disparatadas

Por a 17 Outubro 2018 16:02

A vontade de introduzir um tecto orçamental na F1 já é antiga, mas sempre esbarrou contra a vontade das grandes equipas, que nunca viram com bons olhos a limitação de custos.

Num desporto em que todos os pormenores contam, a busca pela perfeição exige dinheiro… muito dinheiro. E é aqui que a diferença entre equipas grandes e pequenas se começa a vincar. Enquanto as equipas grandes pode gastar quantidades quase alucinantes de dinheiro, as equipas pequenas, com orçamentos mais reduzidos, são obrigadas a limitar o desenvolvimento e a usar inteligência e engenho para conseguir manter a competitividade.

O tecto orçamental é visto por muitos como uma ferramenta capaz de equilibrar as forças na F1, impedindo as equipas de gastarem rios de dinheiro, limitando o desenvolvimento e as melhorias, aproximando por conseguinte as performances. Outros acham que esta medida não trará efeitos práticos pois as grandes equipas encontrarão sempre forma de desenvolver componentes por baixo do radar fiscalizador da FIA e da FOM, tornando-se assim num exercício desnecessário e até anedótico.

Para Franz Tost este último argumento é disparatado. O chefe da Toro Rosso acredita que é possivel fiscalizar de forma eficaz as equipas e assim impor limites:

“Tenho lutado  nos últimos anos por um tecto orçamental e espero que finalmente seja introduzido”, disse Tost  ao Motorsport.com. “Sempre houve argumentos que afirmavam que era impossível controlar os custos das equipas, o que é um absurdo. Pode-se controlar tudo. A FIA e a FOM, quem quer que seja, precisam começar desde o início a entender como controlar. Se eu decidisse, enviaria  uma pessoa a cada equipa para controlar todas as demonstrações financeiras, de forma frequente, todos as semanas ou todos os meses. Como agora, por exemplo, na parte  técnica, é possivel controlar tudo, certo? Nós não estamos autorizados a testar sem passar por testes de colisão por exemplo. Então, por que não é possível controlar orçamentos? Isso é um disparate, pode-se controlar tudo.”

“Quando as equipas eram privadas, não precisávamos desse controlo, porque as equipes nunca gastavam tanto dinheiro. A razão pela qual os custos na Fórmula 1 aumentaram tão drasticamente, foi por causa dos fabricantes. Para um grande fabricante, 500 milhões não é assim tanto dinheiro. Não nos podemos esquecer que a Fórmula 1 é a melhor ferramenta de marketing que podem ter. Mas equipas privadas  não têm esse dinheiro. A FIA e a FOM devem encontrar o caminho para reduzir os custos, porque, caso contrário, temos uma sociedade de duas classes na Fórmula 1:os fabricantes e o resto. É o que acontece agora. Existem três equipas de topo e as restantes estão noutro campeonato. Porque se olharmos para os resultados, os carros atrás das três equipas de topo estão 20-30-40 segundos atrás, e o detentor dos direitos comerciais deve encontrar o caminho para termos corridas interessantes. Felizmente este ano e também no ano passado, o [Sebastian] Vettel está na luta contra o [Lewis] Hamilton pelo campeonato, porque de outra forma as pessoas não assistiriam à Fórmula 1.  O que temos de conseguir é que no mínimo três ou quatro pilotos e cinco ou seis equipas lutem pelo campeonato, e o campeonato é decidido na última corrida e não duas corridas antes. “

 

O Tecto Orçamental é claramente algo que é desejado pelas equipas pequenas. A Force India sempre afirmou que se lutasse com as mesmas armas (mesmo orçamento) que as equipas grandes, conseguiria estar ao nível das equipas de topo (a eficiência e a performance mostrada apesar do orçamento muito menor, justifica-o). A Williams também aprova a limitação de gastos e até as equipas grandes de certa forma concordam pois se tal não existir, a busca pelo sucesso obriga a gastos por vezes suicidas.  Se o valor investido for limitado e definido, talvez surja mais interesse de outras equipas e outras marcas. Basta ver que as competições de maior sucesso da actualidade (IMSA, TCR, entre outras) têm como base a limitação de custos. É preciso encontrar um compromisso em que se evite que as equipas gastem rios de dinheiro, mas ao mesmo tempo não colocar demasiados entraves à inovação, que ainda é um dos pilares da F1 e que inevitavelmente exige investimento. Um equilíbrio difícil de atingir, que nunca foi olhado de forma séria e que apenas agora parece estar a ser trabalhado  de forma a ser implementado. Resta saber sob que moldes e se como as equipas de topo vão reagir.

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