F1, Testes de Barcelona: O melhor dia de testes até agora

Por a 7 Março 2018 20:19

Mais de 1300 voltas ao traçado da Catalunha. Um dia em que tivemos muitas voltas e um recorde de pista batido. É certamente o melhor retrato que tivemos até agora do que poderá ser a época 2018.

 

Hamilton foi o primeiro a mostrar o verdadeiro potencial destas máquinas com tempos por volta muito bons. O britânico chegou a fazer stints inteiros a rodar no minuto 19, o que é claramente um feito de realce. Se dúvidas havia que a Mercedes ia estar de novo no centro das atenções hoje ficaram dissipadas. O primeiro carro inteiramente da responsabilidade de James Allison parece ser uma máquina mais dócil que a do ano passado. Para este ano esperava-se uma revolução mas vimos antes uma continuidade que faz sentido, até pelos resultados conquistados. Bottas mostrou também um nível de andamento similar, e nos stints mais longos andou no minuto 21 o que é também bom. No dia em que as cartas se começaram a mostrar a Mercedes não escondeu o jogo e mostrou força com 172 voltas feitas no total, mais de dois GP e meio.

A Red Bull também apresentou um nível excelente. 165 voltas e um recorde de pista por água abaixo graças à combinação do excelente chassis e dos pneus mais macios da Pirelli. No ano passado por esta altura havia dores de cabeça em Milton Keynes  pois o carro estava muito longe do que os engenheiros esperavam mas este ano, já com o Sr. Newey na supervisão de todos os pormenores a Red Bull apresenta-se forte… talvez o melhor início da equipa desde o começo da era turbo-híbrida. Ricciardo pareceu dar-se bem com a sua nova máquina.

A Ferrari por seu lado pareceu esconder um pouco o jogo. Não fez stints tão vistosos quanto os adversários, mas mesmo assim Vettel andou perto do ritmo dos homens da frente. Kimi fez poucas voltas e em ritmo mais baixo, talvez por não estar ainda a 100% do que quer que seja que o afectou de manhã. A equipa esteve algum tempo parada durante a tarde mas 112 voltas não pode ser considerado mau, até porque a Ferrari tendencialmente não costuma exagerar no número de voltas por cada sessão. Há muito mais no carro do que se viu hoje.

O destaque negativo tem de ir novamente para a McLaren. Mais uma falha e mais 6 horas perdidas. Uma fuga de óleo levou Alonso a encostar o carro mais cedo que o previsto. 54 voltas é manifestamente pouco mas nada que esmoreça a moral das tropas. Alonso até já disse que não precisa de testar no último dia. Há quem comece a dizer que afinal as contas eram outras e que a culpa não era da Honda. A Honda tem muita culpa nos resultados recentes da McLaren. Desde o início da parceria que a equipa de Woking tem desenvolvidos chassis muito bons. Os de 2016 e 2017 tinham qualidade mais que suficiente para lutar pelo top 4 e não chegaram lá por falta de potência / fiabilidade. Mas a instalação do motor Renault é diferente e  há pormenores que demoram tempo a amadurecer. Não podemos esquecer que a decisão de mudar foi mesmo em cima da hora. Que a equipa tem culpa nas falhas não há a mínima dúvida. Que a McLaren está condenada…  longe disso.

A Renault foi a equipa que mais rodou hoje com umas impressionantes 190 voltas, praticamente a distância de 3 GP. A Renault não está a brincar em serviço e já entendeu que este ano a fiabilidade será um factor chave e está a fazer de tudo para perceber até onde pode ir o seu motor. Quanto ao potencial do carro… ainda não vimos tudo e a declaração de Sainz (“até agora tenho feito apenas quilómetros e não tenho testado”) indica que o R.S.18 tem mais para dar.

Sauber foi outro dos destaques e Leclerc deve ter aquele pescoço numa miséria, tal a quantidade de voltas que fez. Os tempos não foram os melhores mas pelo menos a fiabilidade está lá. Há ainda muito para descobrir e o carro não parece ser muito fácil de guiar mas não se pode esperar uma Sauber competitiva em tão pouco tempo.

A Williams teve um número interessante de voltas (140), mesmo com duas paragens forçadas, uma de manhã e outra à tarde. O carro ainda não é competitivo e a equipa tenta perceber uma máquina completamente nova, o que poderá levar algum tempo. Este novo carro é o início de uma nova fase e não se podem esperar resultados imediatos pelo que as primeiras corridas poderão não ser assim tão positivas.

A Haas tem um carro melhor que em 2017 e aparentemente sem os problemas do ano passado (especialmente em travagem). Não se tem dado muito por eles mas já mostraram que  há ali mais potencial que no ano anterior.

A Toro Rosso  voltou a ter um dia sem problemas e a parceria começa a surtir efeito, com a Honda, aos poucos, a perder a aura negativa que tinha, ajudada (e de que maneira!) pelas falhas da McLaren.  O carro mostrou um pouco mais de potencial hoje mas não parece ter a capacidade de igualar ou ultrapassar o conjunto da McLaren a médio prazo como dito por Tost. Mas se a Honda conseguir aumentar um pouco a potência poderá ser uma boa surpresa.

A Force India será provavelmente das equipas que menos fulgor tem apresentado. Perez já disse que são precisas melhorias e que o carro não está a um nível desejável e a equipa já prometeu um kit novo para a primeira corrida. Poderia ser um cenário preocupante mas como estamos a falar da Force, uma equipa que sabe dar a volta a situações complicadas, vamos esperar mais um pouco para avaliações. Para já a fiabilidade parece estar a bom nível mas a performance essa…

 

Amanhã teremos o terceiro dia de testes e não será de admirar, caso as condições o permitam, que os tempos voltem a descer mais um pouco.

 

Nº de voltas dadas por equipa:

1. Renault – 190

2. Mercedes – 172

3. Red Bull – 165

4. Sauber – 159

5. Williams – 140

6. Force India – 130

7. Toro Rosso – 118

8. Ferrari – 112

9. Haas – 75

10. McLaren – 54

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2 Comentários
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chicanalysis
6 anos atrás

A mercedes não está a esconder o jogo? Claro que está! Basta notar que tem registado dos mais baixos speed trap e mesmo assim consegue dos melhores tempos. Para mim, é sinal que domina completamente as curvas (o que era a maior fraqueza no ano passado) e está a levantar o pé nas retas para não dar muito nas vistas, é que potência é coisa que não lhe deve faltar no motor. Já vimos que o sr. Fábio gosta tanto da McL que perdeu o discernimento jornalístico. Como pode garantir que a honda era a maior culpada? Se agora não… Ler mais »

Frenando_Afondo™
Frenando_Afondo™
Reply to  chicanalysis
6 anos atrás

Mesmo assim… Culpa da Honda!

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