F1: Será a Hyundai a marca-mistério?

Por a 5 Agosto 2022 13:30

Correm rumores no paddock da Fórmula 1 que um novo construtor, para além dos candidatos conhecidos, poderá ingressar na categoria em 2026, mas existe grande mistério sobre quem poderá ser… E se for a Hyundai?

É sabido que a Porsche e a Audi vão entrar no mundo dos Grandes Prémio no início do novo ciclo do regulamento de motores. Falta apenas um anúncio oficial, tendo-se sabido nos últimos dias que a marca de Zuffenhausen adquirirá 50% da Red Bull Technology, ao passo que no campo do construtor de Ingolstadt existe o desejo de comprar uma equipa, provavelmente a Sauber, mas não está ainda definido qual será.

Porém, para lá das marcas alemãs parece que outra poderá estar interessada em aproveitar o excelente momento que a Fórmula 1 vive presentemente e parece ter condições para continuar a viver, sendo esse o rumor que corre à surdina no paddock.

Segundo alguns ‘mentideros’, mais novidades surgirão em Setembro, quando a categoria máxima regressar das férias estivais.

Os candidatos podem ser muitos, dado que são alguns os grupos de dimensão global que não estão ainda presentes no mundo dos Grandes Prémios – desde as marcas norte-americanas, até a Toyota enquanto o Grupo Stellantis goza de visibilidade, mas sem investimento técnico.

Os construtores do maior mercado do globo, Ford e GM, têm estado afastados da Fórmula 1 e não parecem inclinados a aproveitar o “boom” que a categoria tem vindo a evidenciar no seu país de origem.

O Grupo Stellantis está presente actualmente através da Alfa Romeo, que paga a Sauber pelos direitos comerciais do nome da equipa.

Carlos Tavares, o CEO do conglomerado, e Jean-Philippe Imparato, que detém a mesma posição na marca de Arese, estiveram em Imola no paddock vestidos a rigor com as cores da equipa que apoiam, mas pelas palavras do francês não existe uma mudança de estratégia na Alfa Romeo.

No entanto, existe outro grande construtor, que tem vindo a crescer em número de vendas que, muito embora tenha primado pela discrição, poderá ter interesse em ingressar na categoria máxima do desporto automóvel – a Hyundai.

O construtor coreano é, presentemente, o quarto que mais vende a nível mundial, apenas atrás de Toyota, Grupo Volkswagen e Honda, o que lhe garante capacidade financeira para investir num programa com a exigência da Fórmula 1, até porque é um dos ‘major players’ do mercados dos eléctricos, onde tem uma gama extensa e de qualidade, não perdendo para ninguém, ou seja, a maior parte do investimento está feita, libertando recursos para outras áreas.

Para além disso, tendo no seu portfolio também a KIA, o objectivo dos coreanos é que a Hyundai suba ao estatuto de ‘premium’ e é aqui que entra a Fórmula 1.

Presentemente, a marca coreana está oficialmente no Campeonato do Mundo de Ralis – no TCR é uma presença apenas com apoio financeiro – mas dificilmente lá poderá alcançar o seu desiderato de ser vista como uma concorrente das marcas alemã – Mercedes, BMW, Audi – ou da Alfa Romeo, uma vez a competição não tem a visibilidade da Fórmula 1 e, para além disso, está a bater-se com a Ford e com a Toyota, marcas estão longe de ser vistas com premium.

Existe ainda algum desencanto da parte dos homens da Hyundai, com a forma como o campeonato é gerido e não só.

A categoria máxima do desporto automóvel tem hoje uma imagem global e cada vez mais projecta uma ideia de sustentabilidade, o que será reforçado com o novo regulamento técnico de motores, que entrará em vigor em 2026, quando os combustíveis sintéticos entrarão em acção.

Tem ainda uma penetração elevada nos Estados Unidos da América, um mercado importante para a Hyundai, onde o Campeonato do Mundo de Ralis é completamente desconhecido.

Para terminar, o elenco de motivações para o ingresso da Hyundai na Fórmula 1, nos Grandes Prémios a marca coreana teria como adversárias a Alpine/Renault, Audi, Ferrari, Mercedes e Porsche, tudo marcas, pelo menos, premium, sem contar com algumas de luxo, o que ajudaria aos planos dos responsáveis da companhia para mudar a imagem da sua marca-bandeira.

Claro que este é um projecto que exige um investimento massivo, até porque as instalações da Hyundai em Alzenau, onde opera a equipa de ralis, são curtas para o que se exige na Fórmula 1, mas havendo o desejo, o dinheiro existe para que a infraestrutura seja edificada.

No que diz respeito a tecnologia, claro que a marca coreana teria de recrutar às outras equipas ou outros construtores.

Se quisesse manter-se na Alemanha, a Porsche, por exemplo, poderia ser um bom centro de recrutamento, uma vez que tem bastantes técnicos competentes e com experiência de competição ao mais alto nível – basta recordar o projecto de LMP1 da marca – que não terão lugar no programa de Fórmula 1, uma vez que os motores serão concebidos e construídos pela Red Bull Powetrains, em Inglaterra.

Mas a própria Hyundai tem tecnologia suficiente para poder dar início a um projecto de Fórmula 1, que depois poderia ser aprimorado por técnicos com experiência da categoria, podendo até recorrer inicialmente aos austríacos da AVL, que já ajudaram a Honda e a Ferrari.

Existem, portanto, motivações para que seja o construtor de que se fala em surdina no paddock, até porque o actual contracto da Hyundai com o Campeonato do Mundo de Ralis termina em 2024, dois anos antes do início do novo ciclo regulamentar dos motores de Fórmula 1, o que daria tempo para a conclusão do projecto e estar pronta para 2026, muito embora todo o programa tenha de começar até ao final do presente ano.

À marca da Coreia do Sul poderia até ingressar com a sua própria equipa criada de raiz, podendo esse ser um dos motivos para relutância da FOM e das restantes equipas em dar à Andretti um lugar na grelha de partida, preferindo um construtor de dimensão global a um nome de uma família que “apenas” é conhecido no mundo do automobilismo.

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2 Comentários
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Lusoventus
Lusoventus
1 ano atrás

Se entrar na F1, será que mantem o projeto do WRC?

strakarevo
Reply to  Lusoventus
1 ano atrás

Duvido, e isso será mau para o WRC

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