F1: Red Bull vira-se para a Ford, e a Andretti pode estar na jogada

Por a 14 Dezembro 2022 16:18

Depois da Porsche, a Red Bull poderá estragar os planos a um segundo construtor para se virar a um terceiro que está interessado em regressar à Fórmula 1 depois de uma ausência de mais de vinte anos, o que poderá ajudar a Andretti.

A equipa de Milton Keynes parece ser o foco de todos as potenciais marcas interessadas em ingressar na categoria máxima do desporto automóvel, mas poderá estar em processo de recusar o envolvimento de mais um grande construtor de automóveis.

Primeiro foi a Porsche, que pretendia utilizar a Red Bull Powertrains para construir a sua unidade de potência de acordo com o regulamento de 2026 e, assim, regressar ao mundo dos Grandes Prémios.

O problema foi que a marca alemã pretendia controlar a equipa, uma pretensão que foi travada por Christian Horner e Helmut Marko, que não queriam prescindir da independência de que a formação de bandeira austríaca sempre gozou.

A Porsche, sem capacidade para produzir um motor competitivo para a Fórmula 1, continua com desejo para ingressar no mundo dos Grandes Prémios, mas, neste momento, não tem como, dado que precisa de infraestrutura para conceber e construir os V6 turbo híbridos que serão usados a partir de 2026, necessitando ainda de uma equipa.

Num primeiro momento julgava-se que o desinteresse na Porsche poderia empurrar a Red Bull para a Honda, a sua atual parceira, que se precipitou em deixar a Fórmula 1 e parece cada vez mais interessada em regressar como construtor de unidades de potência de pleno direito, tendo recentemente anunciado que se registou junto da FIA como construtor de motores de Fórmula 1.

Os rumores que circulavam pelo paddock apontavam para que os japoneses fossem responsáveis pela conceção da parte elétrica da unidade de potência, que será responsável por 50% da potência total, ao passo que a Red Bull Powertrains teria a seu cargo a edificação do motor de combustão interna.

Mas segundo os boatos que agora vêm a público, os japoneses não estariam interessados nesta divisão, pretendendo realizar a totalidade do projeto, o que não agrada a Christian Horner e os seus homens, uma vez que a Red Bull tem vindo a investir na sua unidade de motores, o que terá impedido um novo acordo entre as duas entidades.

A verdade é que, neste momento, a equipa de Milton Keynes, ao contrário do passado, não precisa de um grande construtor para ter motores competitivos nos seus carros.

A Red Bull Powertrains tem todas as ferramentas do mais moderno que existe e, para além disso, tem vindo a reforçar-se, sobretudo na Mercedes AMG High Performance Powertrains, tendo Horner e Dr. Marko toda a confiança no novo departamento para que a equipa continue competitiva no novo ciclo regulamentar a iniciar em 2026.

Porém, a Red Bull poderá ter o nome de um grande construtor na tampa das válvulas do seu V6 turbo híbrido.

Desde há algumas semanas que se fala de duas novas marcas interessadas em ingressar na Fórmula 1 daqui a menos de quatro anos – a Ford e a Hyundai.

Segundo os mais recentes rumores, o gigante americano está próximo da Red Bull, podendo financiar todo projeto da unidade de potência de 2026 para a poder batizar com o seu nome.

A Ford deixou a Fórmula 1 em 2004, mas parece interessada num regresso, dado o crescimento da categoria a nível global e, sobretudo, nos Estados Unidos da América, fazendo sentido do ponto de vista de marketing.

Para além disso, a Ford sempre confiou em especialistas para conceber, desenvolver e construírem os seus motores de Fórmula 1, como foi o caso da Cosworth durante décadas, chegando a empresa fundada por Mike Costin e Keith Duckworth sido detida pela marca de Dearborn até ao final de 2004.

Pagar à Red Bull Powertrains para construir um motor de Fórmula 1 e batizar o projeto não seria muito diferente do que a Ford fez no passado.

Este seria, provavelmente, o cenário perfeito para a Red Bull, uma vez que estaria no controlo de toda a sua operação de Fórmula 1, tendo ainda um grande construtor para pagar as contas do lado da unidade de potência que, muito embora tenha um teto orçamental, são ainda assim custos elevados.

Caso este quadro se concretize, a Honda fica numa situação semelhante à da Porsche, ainda que numa posição mais confortável.

A marca nipónica, ao contrário do que se passa com a alemã, tem a capacidade em Sakura para conceber e desenvolver unidades de potência de acordo com o nível da Fórmula 1, precisando apenas de uma equipa.

No seio da cúpula da Honda parece haver interesse em regressar à categoria máxima com um projeto global que inclua também o controlo da equipa. Neste momento são poucas as estruturas que estão à venda pelo preço certo – Aston Martin, Haas, Alpha Tauri e Williams – mas todas elas têm as suas questões.

No entanto, poderá haver outra possibilidade – a Andretti.

A equipa de Michael Andretti tem uma forte relação com a Honda, sendo o seu parceiro na Indycar desde 2003, podendo a equipa do ex-piloto americano ser o ‘cavalo de troia’ para entrada na Fórmula 1 da marca nipónica, que teria, claro uma participação acionista importante em toda a estrutura.

Andretti tem vindo a movimentar-se para conseguir ter uma equipa na categoria máxima, mas as suas pretensões têm vindo a ser travadas pela FOM, que tem apontado que uma nova estrutura terá de acrescentar algo ao campeonato, privilegiando formações de grandes construtores de automóveis.

Talvez seja devido à sua ligação com a Honda que Michael Andretti tem vindo a afirmar nos últimos dias que a sua equipa de Fórmula 1 está próxima de ver a luz do dia.

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