F1: Red Bull encontrou solução para os seus problemas, ou Singapura dará um cenário diferente?

A Red Bull regressou das férias com um ímpeto renovado. Com dois triunfos consecutivos, algo que não acontecia desde o GP de Espanha 2024, Max Verstappen e companhia parecem apostados em reavivar a luta pelo título de pilotos Com 58 pontos conquistados em Zandvoort e Baku, amealharam mais pontos do que nas quatro corridas antes da interrupção de verão.

O que mudou neste período? Laurent Mekies! O agora diretor da Red Bull está a ter um impacto surpreendentemente positivo na estrutura e não se notam sinais de orfandade do caráter de Christian Horner. Factualmente, a Red Bull está melhor e, aparentemente, deve-se a uma mudança na filosofia da equipa. Mas será que os dois triunfos consecutivos são apenas fruto das circunstâncias ou revelam, de facto, uma melhoria do monolugar da RB.

Otimismo com cautelas

As vitórias consecutivas de Max Verstappen em Monza e Baku reacenderam a confiança na Red Bull, mas também levantaram dúvidas sobre a consistência do desempenho do RB21 fora dos circuitos de baixa carga aerodinâmica. O próprio diretor da equipa, Mekies, mostrou cautela, lembrando que “Monza é muito específico” e que as próximas provas, em pistas de maior apoio e temperaturas mais altas, serão o verdadeiro teste.

O Red Bull tem demonstrado grande eficiência aerodinâmica em configurações de baixa carga, perdendo menos apoio do que os rivais quando reduz o nível das asas. Porém, em pistas que exigem asas maiores e curvas longas, como Hungria ou Zandvoort, o carro revelou dificuldades em encontrar o equilíbrio certo, sobretudo nas curvas médias e lentas, onde tende a ter uma frente menos reativa. Ainda assim, em Zandvoort, Verstappen foi mais competitivo, terminando em segundo após a desistência de Lando Norris, graças a uma maior valorização do feedback do piloto na afinação do carro. É neste ponto que a filosofia mudou.

Uma configuração e filosofia diferente

Nas corridas recentes, Verstappen beneficiou de uma solução invulgar: um asa traseira muito fina combinada com uma asa dianteira mais generosa, algo que em teoria daria um carro instável em alta velocidade, mas que, com ajustes mecânicos, acabou por se adaptar ao estilo do neerlandês. Em paralelo, a Red Bull introduziu um novo fundo em Monza, com alterações no desenho inferior e nas aletas laterais, que poderá ter ajudado a deslocar o centro de pressão aerodinâmica para trás, permitindo um equilíbrio mais amplo em diferentes configurações. Tudo isto porque o feedback dos pilotos ganhou mais importância, com os engenheiros a darem mais atenção ao que os pilotos dizem, deixando para trás o conceito antigo de dar primazia às simulações.

Mekies pode ser apontado como o grande responsável por esta mudança. O conhecimento técnico do engenheiro francês foi decisivo nesta mudança e já foi elogiado, quer por Helmut Marko, quer por Max Verstappen. Este ressurgimento pode ser pontual e o regresso a pistas mais convencionais pode afastar a Red Bull dos lugres cimeiros, mas é um sinal positivo para a equipa, com as primeiras medidas do novo diretor a darem frutos em curto espaço de tempo, dando confiança a todos.

Teste decisivo em Singapura

Em Baku, onde só existem curvas lentas, a eficiência do pacote ficou ainda mais evidente. Mas a verdadeira prova de fogo virá em Singapura, circuito de elevada carga aerodinâmica, que servirá de barómetro para perceber se a atualização do piso permitirá à Red Bull manter Verstappen competitivo também nos traçados mais exigentes.