F1: Red Bull abriu os cordões à bolsa em 2017

Por a 10 Outubro 2018 13:03

A Red Bull é uma marca global, presente em grandes eventos desportivos e com uma capacidade financeira tremenda. Foi graças a essa capacidades que conseguiu comprar e fazer crescer uma equipa de F1 de sucesso e com provas dadas. Mas o sucesso não é barato e o ano passado viu um aumento no investimento feito nas equipas de F1 da marca.

Red Bull e Toro Rosso recebem fundos da marca de Dietrich Mateschitz e os valores do ano passado viram um aumento significativo devido ao aumento do investimento das equipas:

Em 2017 a Red Bull gastou 263 milhões de euros, 17% a mais, em relação a 2016. A justificação para este aumento de gastos deve-se ao desenvolvimento dos novos chassis de 2017, mais agressivos e com maior apoio aerodinâmico. O investimento feito não surtiu os efeitos desejados uma vez que a Red Bull não conseguiu superar nem a Ferrari nem a Mercedes, num ano que começou com dificuldades para a equipa ao nível do chassis que entretanto foram sendo minimizadas ao longo do ano.

A Red Bull Technology, empresa detentora da equipa Red Bull Racing, tem também ao seu encargo o desenvolvimento do hiper-carro Valkyrie com a participação directa de Adrian Newey, com o apoio da Aston Martin, assim como o desenvolvimento de iates com o apoio da Sunseeker. Mas  a grande fatia dos custos da Red Bull Technology é feita para benefício da Red Bull Racing. No ano passado os custos em pesquisa e desenvolvimento subiram 10,5% para os 123 milhões de euros com um aumento também do staff em 35 pessoas o que faz um total de 793 empregados com uma folha salarial total de 108 milhões de euros (+ 20% que em 2016). Ainda assim a empresa teve um lucro de aproximadamente 700 mil euros, já a contar com prémios, patrocinadores e o dinheiro que vem da Red Bull.

A Toro Rosso recebeu da Red Bull 87 milhões de euros, apenas menos 20 milhões em relação ao que a Red Bull recebeu da casa mãe. A equipa de Faenza gastou 154 milhões de euros tendo ainda assim um lucro de  1.8 milhões, já com os impostos deduzidos ao total (todos os dados são da Forbes)

A Red Bull nunca teve problemas financeiros e não será agora que os começará a ter. Aliás, a nova parceira com a Honda fará com que a equipa consiga aliviar um pouco os custos a médio prazo. O investimento inicial de desenvolvimento e integração da nova unidade motriz no chassis (já minimizado com o trabalho feito na Toro Rosso este ano) irá certamente ser menor que a fatia que os japoneses irão trazer. A Honda pagava 100 milhões por ano à McLaren, que não pagava pelos motores, uma dupla vantagem. Ou seja, se o acordo entre a Honda e a Red Bull tiver os mesmo moldes, a equipa de Milton Keynes além de deixar de pagar por motores, irá receber uma generosa quantia de dinheiro que diluirá o investimento feito pela marca ou poderá ser direccionado para o desenvolvimento de soluções ao longo da época.

Este acordo com a Honda tem tudo para criar as bases para o regresso da Red Bull dominadora de há alguns anos atrás. Mas para isso terão de enfrentar uma poderosa Mercedes (que gastou à volta de 314 milhões), com um investimento ainda maior e com uma máquina   bem oleada e uma Ferrari, de orgulho ferido e com um trabalho bem feito a nível técnico que apenas precisa ser continuado a médio prazo ( e com um investimento tremendo de 620 milhões) . E em ambos os casos com investimento superior ao da Red Bull.

Estes valores mostram também o investimento brutal que as equipas de topo fazem para competir ao mais alto nível e assim também se entende a diferença entre as equipas de topo e as equipas do agora denominado “campeonato B”. É esta diferença que é difícil de ser superada por equipa de média ou pequena dimensão. A Force India é um exemplo de como fazer bem com menos recursos (124 milhões), mas o melhor que a equipa pode aspirar é um quarto lugar, isto porque a McLaren atravessa um deserto, apesar da capacidade financeira  (custo da época de 2017 foi de 220 milhões) e já não contamos com a Williams que atravessa mais um período de menor fulgor quer desportivo, quer financeiro.

Poderá um tecto orçamental rectificar a situação? Dificilmente pois as equipas grandes terão sempre justificação. A Mercedes e Ferrari poderão  desenvolver certos componentes fora de portas e depois coloca-los nos carros e a Red Bull tem nos projectos dos carros de estrada uma boa “desculpa” para fazer o mesmo, tal como a McLaren. O sistema de controlo de custos será por isso uma dor de cabeça tremenda, mas talvez necessária para pelo menos permitir um aproximar das equipas mais pequenas.

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