F1: Quem se segue na Alpine?

Por a 1 Agosto 2022 11:58

A saída surpreendente de Fernando Alonso da Alpine para a Aston Martin abriu uma vaga inesperada na equipa francesa. Com o espanhol fora das contas para 2023, quem irá assumir o volante?

Antes de mais, é importante realçar que é a segunda vez em dois anos que uma grande estrela abandona o projeto francês por ver mais futuro noutras equipas. Em 2020, Daniel Ricciardo considerou que o projeto não tinha o potencial que considerava necessário para se manter e foi convencido pela McLaren a mudar-se para Woking, uma mudança infeliz até agora, olhando ao que o australiano tem feito. A Renault conseguiu colmatar a saída de Ricciardo com um golpe publicitário ainda maior do que a troca de Ricciardo da Red Bull para a Renault. Os franceses conseguiram convencer Fernando Alonso a regressar à F1 (a vontade já existia e era grande) e à equipa que lhe abriu as portas para os dois títulos mundiais que tem no seu currículo. A relação foi encarada sempre com algumas cautelas de ambas as partes. De Alonso, porque sabia que a Renault (depois Alpine) tinha ainda um longo caminho a percorrer para ser verdadeiramente competitiva, e da Renault porque não sabia o que Alonso tinha ainda para dar.

A relação começou bem e foi-se fortalecendo. O primeiro ano de Alonso na Alpine foi um “ano zero” para se voltar a habituar às exigências da F1 e o segundo ano não corre mal de todo. Alonso mostrou que manteve intactas todas as suas qualidades e a Alpine tinha no espanhol a garantia de extrair o máximo do carro. Mas o Alonso terá sido convencido por Lawrence Stroll e o seu projeto Aston Martin e o asturiano deixou para trás a “sua casa” para tentar a sorte em Silverstone. Uma mudança surpreendente, mas que volta a deixar a Alpine mal na fotografia. Duas estrelas que abandonam o projeto em dois anos.

Quem se segue? A resposta deverá ser muito simples. Oscar Piastri. O jovem australiano é visto como um dos novos prodígios da F1, está já como piloto de reserva da Alpine e aguardava as movimentações do mercado para encontrar um lugar. Falava-se da Williams, com Nicholas Latifi a estar com um pé fora, mas com este volte face, Piastri pode ficar na sua equipa e a Alpine tem a vaga para o seu jovem talento (campeão de F3 e F2 em anos consecutivos, tal com George Russell e Charles Leclerc). Em teoria, a Alpine fica a perder, pois mantém Esteban Ocon e fica com Piastri que, apesar do seu talento, não tem ainda a experiência que a equipa precisa. Mas, por outro lado, a Alpine garante o futuro a médio prazo, mantendo Piastri em casa.

Olhando para o resto do mercado de pilotos, a única opção interessante para a Alpine poderia ser Pierre Gasly. O francês tem mostrado qualidade ao longo das últimas épocas na Alpha Tauri e encaixaria bem na Alpine, com um alinhamento 100% francês. Mas Gasly já assinou por um ano com a sua atual equipa e não deverá ter interesse em forçar uma saída, esperando mais uma época por lugares mais interessantes. Daniel Ricciardo, que já viu o seu lugar ser associado ao de Piastri, fica assim também menos pressionado (para já) e o cenário do regresso à equipa francesa não deverá ser uma possibilidade.

Assim, a questão Alpine deverá ser resolvida com relativa facilidade. Resta saber que repercussões terá esta mudança no marcado na Williams que contava dispensar Latifi. Irá a equipa manter o canadiano ou tentar outro piloto?

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leandro.marques
1 ano atrás

Penso que apesar de tudo a marca francesa irá assinar com gasly ficando com uma dupla francesa como pilotos, garantindo assim a friabilidade em ambos os carros e não só num. E piastra acabará por ir para a Williams ganhar experiência e depois a alpine vera como o ocon realmente será nos próximos dois anos a ver se o mantém ou se faz retornar piastri.

Pitão
Pitão
Reply to  leandro.marques
1 ano atrás

O Piastri pelo que demonstrou na F2 e F3 se a Alpine não o segurar agora bem lhe pode dizer adeus…

Last edited 1 ano atrás by Carlos Soares
leandro.marques
Reply to  Pitão
1 ano atrás

Diziam o mesmo de Russel e este ano ele retornou à casa mãe. Penso que faria muito bem a Piastri aprender, sem a pressão de mostrar que é um fenômeno que lhe querem colar, as diferenças que existem das categorias inferiores para a F1. O choque de realidade é enorme. Ter pressa em crescer pode ser meio caminho andado para deitar um futuro que parece ser risonho pelo cano abaixo.

Pitão
Pitão
Reply to  leandro.marques
1 ano atrás

A Alpine não é uma Red Bull, nem Mercedes nem Ferrari…ok, é equipa de fábrica mas a pressão não é tão elevada, não luta pelo título….ainda, quanto ao Russel esteve tempo demais na Williams.

Pitão
Pitão
Reply to  leandro.marques
1 ano atrás

A Alpine não é uma Red Bull, nem Mercedes nem Ferrari…ok, é equipa de fábrica mas a pressão não é tão elevada, não luta pelo título….ainda, quanto ao Russel, esteve tempo demais na Williams.

Cágado1
1 ano atrás

De repente acabou de ocorrer um ideia maquiavélica: e que tal uma troca de australianos (Piastri na McLaren e Ricciardo de volta à Alpine/Renault)?… Talvez ficassem todos a ganhar: o Ricciardo continua claramente a ser o elo mais fraco da McLaren e na Renault estava muito mais à vontade; o Piastri, em vez de ter um fdp como companheiro (Ocon), levava com um jovem que é um bom benchmark que já demonstrou o seu talento e é um ‘gajo porreiro’ (Norris); a Alpine levava de volta com alguém que esteve bastante bem a puxar pela equipa e tem estofo psicológico… Ler mais »

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