F1: Quem ficou a ganhar na dança dos chefes de equipa?

Por a 14 Dezembro 2022 10:31

Esta semana ficou marcada pelas várias mudanças nas lideranças das equipas de F1. Se o mercado de pilotos foi movimentado e demorado, o dos chefes de equipa foi fulminante, mas igualmente movimentado, com algumas surpresas.

Tudo começou com a saída de Mattia Binotto do leme da Ferrari. O reinado do italiano foi feito de altos e baixos, mas alguns problemas mantiveram-se e a pressão crescente, interna e dos ‘media’, levou a que Binotto abdicasse do seu posto. Seguiu-se a procura de um substituto à altura e o nome de Frédéric Vasseur surgiu logo como um dos mais fortes. O francês tem muita experiência na F1, sabe o que é ter sucesso e sabe o que é preciso para chegar lá. É também uma pessoa que, apesar das boas ligações à Scuderia, vem de fora da estrutura e não é italiano, uma quebra na filosofia usada desde a saída de Jean Todt. Curiosamente, é apenas a quarta vez em mais de 70 anos (e 23 diretores) que a Ferrari é liderada por um homem que não é italiano. Para a Ferrari, poderá ser uma mudança positiva, pois Vasseur conhece bem a F1, tem experiência e poderá trazer algo que os “homens da casa” não conseguiram. Mas é ainda uma incógnita o que poderá trazer de novo à Scuderia.

A saída de Vasseur da Sauber era mais ou menos esperada, mas o homem que assumiu o lugar de CEO pode ser considerada algo surpreendente. Andreas Seidl tornou-se peça chave do projeto da McLaren e desde a sua entrada que as melhorias na equipa foram claras. Se o impacto da entrada de James Key na direção técnica demora a fazer-se sentir, o contributo de Seidl é inegável e a McLaren perde muito com a sua saída. Seidl vai ocupar o lugar de CEO da Sauber, ficando ao leme da operação que, gradualmente, passa para as mãos da Audi e é uma escolha muito acertada para o projeto. Já a McLaren optou pela continuidade, apostando em Andrea Stella. A continuidade é a melhor solução, para uma reestruturação que chega à sua fase crucial, mas falta ainda entender se Stella poderá ser o homem forte que Seidl foi.

A saída mais surpreendente foi a de Jost Capito. Definitivamente, as suas passagens na F1 são curtas e se no caso da McLaren houve pouca história para contar, na Williams, Capito executou mudanças interessantes para o futuro e parecia estar a instalar-se para uma permanência mais longa. A Williams evoluiu, mas em 2022, quando se esperava um passo em frente, houve uma quebra na performance. O carro desenhado por François-Xavier Demaison, diretor técnico e aposta pessoal de Capito não trouxe o passo em frente desejado e a Williams arrastou-se nos últimos lugares. O ano tinha sido negativo, mas ninguém esperava que a Williams ficasse sem líder e sem diretor técnico para guiar a construção do novo monolugar nesta fase tão importante do ano. Talvez a aposta pessoal de Capito (Demaison) tenha custado o seu lugar na Williams.

Assim, tivemos quatro equipas que viram ou vão ver ainda mudanças na sua estrutura diretiva. Quem fica a ganhar? Para começar, as seis estruturas em que a estabilidade se mantém. São estruturas com lideranças fortes (Toto Wolff, Christian Horner, Gunther Steiner, Franz Tost) ou que se mudaram recentemente para o cargo (Otmar Szafnauer, Mike Krack). Nas contas dos que mudaram, a McLaren e a Williams terão sido as que mais ficaram a perder. A McLaren porque perde o diretor que se assumiu como peça chave nesta reestruturação e a Williams porque fica sem liderança numa fase crítica, o que pode significar um recomeço do zero (mais um) para a estrutura britânica. A Sauber perde um líder forte, que ajudou a reerguer uma estrutura que passou por muitas dificuldades, mas a sua saída era quase um dado adquirido e ganha outro líder com provas dadas e com muito trabalho de qualidade feito. Começa o projeto Audi do zero, o que pode ser bom para o crescimento do mesmo. A Ferrari perdeu Binotto, muito forte na vertente técnica, mas ganha Vasseur, mais habituado aos jogos políticos e com mais experiência de liderança. Se a Ferrari ganha ou perde com esta troca, só o tempo dirá, mas há pelo menos a tentativa de fazer diferente e isso pode ser um bom sinal. 

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