F1: Que motor para a Andretti Cadillac?

Por a 6 Janeiro 2023 17:27

Depois de ter garantido o apoio da Cadillac, dificilmente a Andretti não estará presente no Campeonato do Mundo de Fórmula 1 de 2026, a grande questão agora é saber qual será a unidade de potência que animará os chassis da equipa americana.

A abertura por parte de Mohammed Bin Sulayem do processo de avaliação de candidatos a entrar na categoria máxima do desporto automóvel parece ter sido feita à medida dos desenvolvimentos assegurados pelos Andretti, ou seja do apoio de um grande construtor.

Será dificil agora que a FIA e a FOM possam colocar de parte as pretensões da família mais famosa do automobilismo norte-americano, dado que, com o sexto maior construtor automóvel do mundo por detrás, a GM, o projecto, para além de representar uma marca do sector, tem agora as garantias financeiras necessárias para ser sustentável a longo prazo.

Partindo do princípio que a lógica prevalece e a Andretti Cadillac será a décima primeira equipa da grelha de partida uma questão se levanta – quais as unidades de potência que animarão os seus carros.

Uma coisa é certa, a marca americana não terá, pelo menos numa primeira fase, os seus próprios V6 turbohíbridos em 2026, uma vez que não registou como construtor de motores de Fórmula 1.

No fundo, o construtor de Detroit terá uma operação semelhante àquela que a Alfa Romeo possui actualmente com a Sauber – pagará para ter os direitos de imagem e para que os carros da Andretti sejam conhecidos como Cadillac, tendo estes unidades de potência oriundas de outra marca.

Posto isto, a equipa que terá a sua sede nos Estados Unidos da América e uma base operacional em Inglaterra terá de encontrar um parceiro entre os construtores já registados – Audi, Ferrari, Honda, Mercedes, Red Bull Powertrains e Renault.

Neste momento, as opções que teria em cima da mesa seria a marca francesa, uma vez que é o construtor que tem menos equipas com as suas unidades de potência, sendo obrigada pelo regulamento a ceder os seus motores a uma estrutura que não tenha como animar os seus chassis.

A Alpine/Renault teria até um acordo para equipar os carros da Andretti, caso esta conseguisse um lugar na grelha de partida, vindo daí o seu apoio às pretensões dos americanos.

Porém, o panorama alterar-se-á significativamente em 2026, uma vez que todos os contratos de equipas-cliente com os seus fornecedores de motores termina no final de 2025, o que poderá abrir novas oportunidades.

Apenas para dar um exemplo, a Ferrari irá perder a Sauber, que passará a ser a estrutura oficial da Audi, que ingressa na Fórmula 1 em 2026 com as suas próprias unidades de potência.

O próprio construtor de Ingolstadt já revelou que estará em condições de fornecer os seus motores a uma segunda equipa, caso seja necessário.

Mesmo a Mercedes não tem, neste momento, a garantia de continuar a fornecer unidades de potência à McLaren, Aston Martin e Williams, podendo ter, também, abertura para ceder os seus produtos de Brixworth a outra equipa.

A Red Bull Powertrains tem para já dois clientes no horizonte – a Red Bull e a AlphaTauri – mas até esta poderá ter de ceder as suas unidades de potência a uma terceira equipa caso seja necessário, mas com os boatos que a ligam à Ford, isso seria, a concretizar-se este cenário, uma impossibilidade, por motivos óbvios.

Existem diversos rumores que apontam que a Honda poderá ser o fornecedor de motores à Andretti, dadas as ligações que existem entre a marca japonesa e a General Motors – os dois construtores participam numa joint-venture para conceber carros eléctricos.

A Honda registou-se como construtor de unidades de potência para a Fórmula 1 a partir de 2026, mas ainda não assegurou a sua presença, justificando o seu avanço com o interesse em ter uma palavra a dizer nas negociações relativa ao novo regulamento de motores.

Não existe, portanto, ainda a certeza de que a marca nipónica estará presente nas grelhas de partida no novo ciclo regulamentar, o que não bate certo com as palavras de Mark Reuss, o presidente da GM, que apontou já haver um contrato assinado com um fornecedor de motores. Para além disso, o americano sublinhou que existe uma aliança com a marca japonesa, mas isso não impede que a equipa americana siga outro caminho. “Temos um acordo assinado com um fornecedor de unidades de potência para começar”, afirmou Reuss durante a apresentação da candidatura a um lugar na F1 por parte da Andretti Cadillac, acrescentando: “obviamente temos uma larga parceria com a Honda, nos EVs, e também competimos contra a Honda em competições como a IndyCar (n.d.r.: através da marca Chevrolet).

Portanto, temos esse respeito natural e a relação, o que não é nada problemático, mas falaremos sobre o motor mais tarde”.

Para além disso, a General Motors e a Renault não são estranhas, tendo tido até há bem pouco tempo uma parceria na Europa para a concepção de furgões, que terminou pouco depois de a Opel passar para a esfera do grupo Stellantis, o que pode garantir contactos ao mais alto nível.

Seja como for, neste momento, será demasiado precoce vislumbrar qual o parceiro de motores da Andretti Cadillac, caso a FIA e a FOM lhe deem o seu aval para entrar na grelha de partida da Fórmula 1, mas a mais óbvia, a Honda, pode até não ser a possibilidade correcta.

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