F1: Pérez ainda pensa em voos mais altos

Sérgio Pérez falou sobre o passado, presente e futuro, numa entrevista ao site da F1. O mexicano assinou recentemente um novo acordo com a Force India e desde a entrada dos novos donos que tem estado entusiasmado com o rumo que a equipa pode tomar.

Pérez entrou na F1 em 2011, depois de ter tido sucesso na F3 britânica e ter conquistado o vice-campeonato no GP2. Em 2012 deu nas vistas com 3 pódios pela Sauber e inevitavelmente o interesse pelo mexicano começou a aumentar, acabando por assinar pela McLaren que tinha visto Lewis Hamilton sair para a Mercedes, corrida o ano de 2013.

“O futuro parecia incrível, veio a McLaren e as coisas não deram certo. Aquele ano foi um pesadelo” falando do ano em que quase perdeu o lugar na F1, “Era o carro e estar contra alguém tão experiente [Jenson Button] que estava lidando bem com um carro difícil. A primeira parte da temporada, não correu bem. Na segunda parte da temporada, consegui fazer melhor que ele. Mas muitas coisas aconteceram na McLaren naquele ano e no final fiquei sem lugar.”

Veio depois a Force India. Em 2014 a equipa apostou em Nico Hulkenberg, vindo da Sauber e em Pérez numa dupla olhada por todos como uma das melhores, dado o potencial e a qualidade dos pilotos. Pérez assumiu-se como a estrela da equipa e é o piloto com melhores resultados da história da Force, com cinco pódios para a equipa.

“É interessante”, diz ele. “Desde que me juntei à Force India, estou sem contrato no final de todos os anos e todos os anos recebo algumas ofertas de outras equipas. Algumas equipas boas demonstram interesse em mim, e isso é bom e deixa-me orgulhoso. Nos últimos dois anos, tenho sido o melhor dos restantes. Se não estás num Mercedes ou num Ferrari, a Force India é provavelmente o melhor lugar para se estar”.

“Adoro esta equipa. Conheço toda a gente, tenho ótimos amigos aqui. Quero ser bem-sucedido com esta equipa que me deu tanto. “

Apesar destas declarações, Pérez admite que gostaria de ter nova oportunidade numa equipa de topo:

“Ninguém esperava que o Valtteri fosse para a Mercedes. É a prova de que isso pode acontecer. É preciso sorte e o timing certo, o que não tem acontecido comigo até agora. Veremos se tal muda nos próximos anos. Nunca se sabe o que vai acontecer na F1.  Somos pilotos de corrida, não nos cansamos disso. A competição, a paixão, a maneira como vivemos a vida, é difícil de parar. Às vezes, é dececionante não termos a oportunidade de pilotar um bom carro, mas ainda assim, a competição está lá. É o que me motiva. Quero continuar na F1 durante algum tempo e ver que oportunidade surge para 2021, quando os regulamentos mudarem. Se algo acontecer lá, veremos o que acontece. “

Este espírito positivo não foi uma constante ao longo desta época numa altura em que a equipa esteve quase para fechar portas. Foi a ação legal do piloto que permitiu a entrada de um administrador externo, enquanto o processo de insolvência ficava resolvido com a entrada dos novos investidores, uma fase complicada para Pérez:

“Foram muitos meses com muito stresse”, admite ele. “Foi demais. Eu tive três meses em que não pude concentrar-me no meu papel como piloto. Eu estava focado nos bastidores. Isso foi muito difícil.”

Pérez é um dos bons pilotos da F1. O seu início na Sauber entusiasmou os fãs, pois tinha a velocidade necessária para impressionar e a irreverência de quem quer deixar marca. Exagerava um pouco nas ultrapassagens e não era forte nas qualificações e foi com esses defeitos que começou a ter problemas na McLaren. Diz-se que o seu temperamento não ajudou e o próprio já admitiu que foi demasiado jovem para a McLaren e que não soube lidar com algumas situações. Na Force India cresceu e apagou o rótulo de “Kamikaze” passando a ser um dos mais regulares e eficientes em pista com uma capacidade impressionante para gerir os pneus. Continua a não brilhar na qualificação, mas nos domingos é muito forte e desde de 2015 que tem superado os colegas de equipa na classificação final.

Em 153 GP tem 8 pódios, apesar de equipas com menos capacidade que as equipas ditas grandes, mostram que quando tem uma oportunidade para conseguir um bom resultado, raramente falha.  Será que ainda terá uma hipótese uma equipa de topo?