F1, Oscar Piastri: “a McLaren está a ficar cada vez mais habituada a andar na frente, novamente…”

Por a 11 Dezembro 2023 12:15

Oscar Piastri foi claramente o piloto revelação de 2023 na Fórmula 1, e quando assistimos ao ‘folhetim’ Alpine, primeiro, estranhamos, depois entramos, quando começámos a ver as prestações do jovem australiano este ano. Não foi mesmo por acaso que a McLaren colocou tanta pressão na contratação, mas pelos vistos sabiam bem o que estavam a fazer.

Agora, em conversa com o site oficial da F1, Piastri falou sobre como lidar com as enormes expectativas no seu ano de estreia, e o fim de semana em que tudo mudou em 2023. São poucos os estreantes que brilham tanto quanto Piastri este ano, somando 97 pontos e o nono lugar no campeonato de pilotos – o mais alto alcançado por um estreante desde que Alex Albon marcou 92 pontos em 2019 para a Toro Rosso e a Red Bull – mas isso é apenas uma pequena amostra do que o australiano conseguiu.

Em Silverstone, quase terminou no pódio, obteve o terceiro lugar no Japão e uma emocionante vitória na corrida Sprint no Qatar. A isso seguiu-se um 2º lugar no Grande Prémio do dia seguinte.

Com tudo isto, é grande o entusiasmo face ao que o jovem de 22 anos pode fazer a partir daqui.

Com a situação que envolvia a Alpine e a McLaren, isso chamou a atenção para Piastri, adicionando-lhe pressão para ‘entregar’. Mas o seu seu registo exemplar nas categorias de acesso à F1, que incluíram triunfos nos campeonatos de F3 de 2020 e F2 de 2021. Por tudo isto a pressão era grande, mas a confiança também: “para o bem ou para o mal, a confiança vem dos resultados e penso que, por vezes, basta um bom resultado para acreditarmos que somos capazes de o fazer”, começou por explicar Piastri: “tentei sempre não olhar para os resultados, mas sim para a forma como senti que as coisas correram e para a forma como penso ter conduzido.

“Na F1, só podemos comparar diretamente o nosso companheiro de equipa e o Lando [Norris] tem sido uma excelente referência. Por isso, de certa forma, no início, ver como me saí, foi uma espécie de medida para mim próprio. Provavelmente foi isso que me deu confiança e também os resultados no final do ano.

Havia muitas expectativas, com o meu historial, e também de mim próprio, queria mesmo ir para a pista e ter um bom desempenho e tentar fazer o que consegui fazer nas categorias júnior”, disse Piastri que desde cedo se destacou. Por exemplo, na qualificação na Arábia Saudita, foi o primeiro sucesso chave. Alcançou a Q3 pela primeira vez em Jeddah, terminando em 9º a qualificação um lugar atrás de Lewis Hamilton.

Depois, os grandes desenvolvimentos da McLaren durante a época e a sua exibição em Silverstone, mudaram tudo. De repente, Piastri estava na luta pelo pódio e, sem o mais azarado dos Safety Cars, poderia muito bem tê-lo conseguido em Inglaterra: “Foi, provavelmente o meu fim de semana mais completo, ou um dos dois, do ano. Fiquei muito contente. Também por ser a corrida em casa da equipa, tivemos muito apoio do público. Tanto eu como o Lando tivemos um bom desempenho nesse fim de semana, por isso senti o carinho do público e dos meios de comunicação social – não que tenha prestado muita atenção ao lado mediático das coisas.

“Mas é sempre bom ter pessoas a dizer coisas boas sobre nós. Foi realmente o primeiro fim de semana em que a coisa melhorou e também o primeiro fim de semana em que pensei: ‘foi um fim de semana sólido em que senti que tirei o máximo partido de mim próprio’.”

Foi a chave para Piastri: “A F1 é um trabalho mas a pressão é muito alta. Há muitas pessoas a olhar para nós.

Mas, ao mesmo tempo, sou uma das 20 pessoas no mundo que podem conduzir um F1 e sei que seria muito mais infeliz se não fosse um piloto de F1. Temos de nos lembrar do elemento diversão – é por isso que todos começamos nas corridas, porque gostamos. Mas também sei que há muita coisa em jogo, não só para mim, mas para muitas pessoas na equipa. Mas, para mim, ir até lá, conduzir os carros mais rápidos do mundo, tentar vencer os melhores pilotos do mundo, faz parte da diversão” disse Piastri, que assinou contrato até ao final de 2026 a meio deste ano, e está a gostar da vida com a McLaren e da relação com o seu companheiro de equipa: “Tem sido muito bom, mesmo desde o início. Fui muito, muito bem recebido pela equipa e a relação com o Lando tem sido muito boa desde o início, especialmente a nossa relação de trabalho, tem sido muito forte.

Sempre dissemos coisas muito semelhantes sobre o que queremos do carro, o que acho que é tranquilizador para os engenheiros e também para nós, que queremos as mesmas coisas. Claro que há ligeiras diferenças aqui e ali, mas, em termos gerais, é a mesma coisa, o que é muito útil, e temos vindo a conhecer-nos cada vez melhor ao longo do ano. Sinto que estamos numa boa posição” disse o australiano que está tranquilamente otimista face ao futuro: “estamos numa boa posição, temos muito ímpeto, mas nunca se sabe ao certo o que os outros vão apresentar na próxima época. Vimos que a mudança de forma da Aston Martin – do final do ano passado para o início deste ano – foi noite e dia diferente, por isso não há nada que impeça os outros de fazerem o mesmo. Fizemo-lo a meio da época, por isso não há garantias de que mais ninguém faça o mesmo.

“Penso que estamos numa posição muito boa e que a equipa está a trabalhar muito bem e, ao longo desta segunda parte do ano, penso que estamos a ficar cada vez mais habituados a correr na frente novamente.

Subscribe
Notify of
0 Comentários
Inline Feedbacks
View all comments
últimas Destaque Homepage
últimas Autosport
destaque-homepage
últimas Automais
destaque-homepage
Ativar notificações? Sim Não, obrigado