F1: Obrigado Robert Kubica

Por a 9 Dezembro 2019 12:00

Quando se junta força, determinação e uma paixão tremenda, dificilmente os objetivos propostos não são atingidos. Robert Kubica fez o que muitos achavam impossível e regressou à F1, escrevendo uma das mais bonitas páginas do desporto motorizado.

Não vale a pena recordar os sombrios eventos que retiraram a Kubica a hipótese de dar asas ao seu enorme talento. O polaco era visto por todos com um dos melhores da sua geração e era apenas uma questão de tempo até estar a lutar por títulos. Mas infelizmente aquele maldito acidente no rali Ronde di Andorra, em 2011, roubou-lhe esse sonho. Mas Kubica não desistiu, recuperou, regressou à competição, precisamente nos ralis. Com altos e baixos, muitos pensaram que o polaco ficaria por ali mas, ele tinha outras ideias e aos poucos foi-se reaproximando da sua grande paixão, a F1. Começou como piloto de simuladores, seguiram-se alguns testes e por fim, em 2019, o regresso a tempo inteiro. Não se pode dizer que tenha sido um ano de sonho. Kubica nunca se mostrou competitivo e foi constantemente suplantado pelo seu colega de equipa, o estreante George Russell. As condições da equipa não eram as melhores e a harmonia começou a degradar-se gradualmente. A poucas corridas do fim da época, Kubica anunciou a sua saída da F1.

Talvez tenha percebido que não conseguirá ser o que uma vez foi. Ou talvez já tivesse essa noção e quisesse tentar, apenas para ficar em paz consigo. A verdade é que nunca ninguém esperou que Kubica voltasse a ser aquele prodígio que tanto prometeu na BMW e na Renault.

Alguns dirão que não deveria ter ido para a F1, que este ano foi uma perda de tempo e que a sua falta de competitividade foi gritante. Eu acho que ele ter conseguido o regresso foi mais uma daquelas lições que nos tocam, que mostram a grandeza do ser humano, capaz de enfrentar dificuldades e contornar obstáculos, por vezes considerados impossíveis. Kubica provou que consegue guiar um F1, que consegue aguentar uma época toda e que com a sua experiência consegue estar no sítio certo, no momento certo para dar à equipa o único ponto do ano. Nesta segunda passagem de Kubica pela F1 quero esquecer os “pormenores” e apenas lembrar a caminhada que fez para chegar ao lugar que sempre considerou seu e onde sempre foi respeitado. Quero lembrar que a F1, no meio da política, do negócio, das lutas de bastidores, tem ainda um lado humano. Aquele lado que o distinguiu de todos os outros desportos no passado, que fez da F1 o que é hoje, graças a homens e mulheres de carácter, determinados e corajosos. Kubica deixou a sua marca na F1 e isso ninguém lhe pode tirar. Não foi uma história perfeita, longe de isso, mas é uma história digna de ser contada no futuro. E por tudo isso digo… Obrigado Kubica. O teu esforço irá inspirar muitos e ainda te vamos ver a festejar.

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