F1: O primeiro olhar para o futuro

Foram reveladas hoje imagens de um modelo à escala do que poderão ser os chassis de F1 a partir de 2021. Estas são as primeiras imagens reais, depois de várias interpretações digitais dos regulamentos. As imagens oficiais foram tiradas do túnel de vento da Sauber.

“O teste no túnel de vento que estamos a fazer é um pouco diferente do que as equipas fazem”, diz o chefe técnico da F1, Pat Symonds. “As equipas concentram-se unicamente no apoio aerodinâmico do carro, enquanto nós naturalmente, temos interesse nessas forças mas, estamos ainda mais interessados no que acontece com ar atrás do carro.“

“Embora façamos a maior parte do nosso desenvolvimento em CFD, e esse CFD use algumas técnicas bastante avançadas, que não são habitualmente usadas pelas equipas, queremos fazer backup das simulações virtuais com uma simulação física. Também optamos por usar um modelo à escala de 50% em vez de um modelo de 60% e optamos por colocar esse modelo mais à frente no túnel de vento, o que nos deu a oportunidade de analisar melhor o ar “sujo” que sai do carro ”.

“Este modelo ocupa menos espaço no túnel e, portanto, permite-nos olhar melhor para o que acontece atrás do carro”, diz Symonds. “ 50% é um bom compromisso. É verdade que as equipas tendem a usar modelos com 60% ou mais nos dias de hoje. Há vantagens nisso, mas as modernas técnicas de construção permitem que se faça modelos muito precisos de 50%. ”

O uso de dois modelos, mesmo à escala de 50 % não é possivel:

“Fizemos isso em 2008, com os estudos de ultrapassagem que fizemos e para isso tivemos que diminuir o modelo para um quarto do tamanho real, o que é muito pequeno. Mesmo num túnel grande como o da Sauber, só poderíamos analisar uma configuração, com os carros muito próximos. O que estamos a tentar fazer é usar o CFD como ferramenta de simulação real e este teste apenas serve como correlação ”.

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O que os resultados revelaram? “Fundamentalmente, o CFD estava correto”, diz Nikolas Tombazis. “Não houve grandes surpresas. Portanto, há um rasto turbulento de 5 a 10%, em comparação com os níveis atuais de 50%, embora isso dependa da configuração exacta que está a ser testada. ”

“Realmente [os resultados estão] além do que eu pensei que poderíamos alcançar quando começamos o projecto. Com as configurações que temos agora, os resultados são excepcionais”, disse Symonds.

Esta é a primeira vez que podemos ver um carro real com o aspecto pretendido para 2021. Surge numa altura importante em que as equipas tentam ultimar, juntamente com a FIA e a F1 os regulamentos que deverão ser apresentados em Outubro. Assim, os fãs já têm uma ideia do que poderão ver no futuro.