F1: O futuro incerto da Red Bull

Por a 30 Janeiro 2021 19:10

Para se poder competir no desporto motorizado é preciso um veiculo e necessariamente um motor. Mas nesta fase a Red Bull não sabe se tem motor para 2022 e a situação tem de ser resolvida o quanto antes.

A Honda começou a sua aventura na era híbrida na F1 com a McLaren, um casamento que já foi sobejamente falado pelos piores motivos. A Red Bull aproveitou e tratou de convencer os nipónicos a fornecerem unidades motrizes para as suas duas equipas. A Red Bull sempre tratou esta relação com muito cuidado pois sabia que nesta altura não tinha outro fornecedor que lhe permitisse lutar pelo título a médio prazo.

A Honda melhorou muito, mas nunca apresentou o nível para se bater de igual para igual com a Mercedes. No entanto as falhas foram sendo minimizadas e mesmo os desabafos pontuais de Max Verstappen na rádio foram apagados de forma a não martirizar mais o ego ferido dos japoneses. A Red Bull sempre fez tudo para manter os japoneses felizes, mas no início de outubro do ano passado, um mês depois de a Honda se ter tornado a única fornecedora a vencer por duas equipas na era híbrida, com a vitória de Pierre Gasly em Monza, os japoneses anunciaram o fim do programa de F1, marcado para o fim da época 2021.

A Red Bull ficava com um problema nas mãos pois tinha de arranjar uma solução para o seu futuro. Quem forneceria os motores para a nova era?

Segundo a Red Bull e a AlphaTauri, existiam três opções.

  1. Ferrari, Renault ou Mercedes fornecer motores.
  2. A Red Bull encontrar um grupo como a Mugen ou AVL que continuaria a desenvolver o actual motor Honda.
  3. A Red Bull comprar os direitos intelectuais da unidade à própria Honda e tentar o congelamento do motor, uma vez que não dispõe de recursos para continuar a desenvolver.

Poucos dias após o anúncio da Honda, a Mercedes deixou claro que não iria fornecer um adversário direto. Christian Horner anunciou no sábado antes do Grande Prémio de Portugal que os outros fabricantes de motores da Fórmula 1 também não pareciam ser uma opção para a Red Bull: Isto significava que a primeira opção foi abandonada e a única que parecia ter pernas para andar era a terceira.

A Mercedes apoiou o plano de congelamento do motor da Red Bull, mas insistiu numa série de condições. De acordo com Toto Wolff, a intenção principal do plano não devia ser reduzir as diferenças entre as unidades. “Não se pode inventar uma fórmula simples para aproximar tudo. A Mercedes não vai deixar que isso aconteça sem mais nem menos”.

Não foi preciso esperar muito para que a Renault e Ferrari dessem um “não” firme no congelamento do motor.

Mas como na F1 tudo muda depressa passado um mês, em Novembro, a Ferrari e a Renault pareciam começar a aceitar a ideia do congelamento e em dezembro Helmut Marko disse “Espero poder fornecer mais clareza sobre a nossa unidade motriz em 2022, nas próximas semanas”. Além disso, o austríaco disse que um acordo com a Honda era 85 a 90 por cento.

Passado um mês, em 21 de Janeiro de 2021 a Red Bull anunciou a finalização do acordo com a Honda, o que significa que a Red Bull irá comprar os direitos da unidade motriz… só falta a parte mais complicada que é fechar o congelamento dos motores. Passado alguns dias esperava-se um acordo com os fabricantes de motores numa reunião da Comissão F1, mas o resultado foi completamente diferente. A Ferrari terá concordado com os planos propostos pela Red Bull, mas a Renault e a Mercedes não. O último fabricante de motores estaria principalmente preocupado com o facto de poderem ser feitos ajustes no plano da Red Bull, mas a Mercedes foi contra. Do ponto de vista da Ferrari, faz sentido que eles concordem com a Red Bull porque a sua unidade ainda tem muito potencial para desbloquear. “O acordo que tínhamos na sexta-feira desapareceu subitamente na segunda-feira. Agora requer mais conversações e negociações”, disse Marko.

Toto Wolff reafirmou a vontade da Mercedes ajudar no congelamento dos motores mas para já está tudo “parado”. A 11 de Fevereiro de 2021 haverá uma nova votação sobre o congelamento dos motor a partir de 2022 e todas as condições associadas. Assim, a Red Bull ainda tem pouco mais de uma semana para convencer os outros fabricantes do seu plano. Os fornecedores de motores têm todos um voto, tal como as dez equipas. Os votos da FIA – “via Presidente Jean Todt” e F1 (via CEO Stefano Domenicali) contam dez votos. Uma maioria simples, portanto dezoito votos, é suficiente para que a proposta da Red Bull seja aceite.

Este tema tem de ficar solucionado antes do começo da época, mas se voltar a haver um impasse o tema voltará a ser discutido. Em resumo a Red Bull e a Ferrari querem o congelamento com alguma flexibilidade para poder fazer face a qualquer contratempo, algo que agrada à Ferrari, mas a Mercedes e a Renault não querem isso. A Mercedes deverá querer um congelamento mais rígido e a Renault não quer facilitar a vida aos concorrentes. Sendo a única solução da Red Bull a FIA vai tentar por tudo que o acordo seja passado. A F1 não se pode dar ao luxo de perder duas equipas, pois parece mais fácil convencer as equipas do congelamento do que convencer Mercedes, Ferrari ou Renault a fornecer as equipas da Red Bull.

Para já a Red Bull não tem motores para 2022 e a F1 enfrenta novamente incertezas na sua grelha para o futuro.

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3 Comentários
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pedro_speed
pedro_speed
3 anos atrás

Quem semeia ventos colhe tempestades !

jem
jem
3 anos atrás

Porque a ideia parece ser dar cabo da cabeça aos leitores com fake-news até à exaustão, como acontece com outros pseudo-casos, fica aqui (mas há outros): https://www.grandprix.com/news/red-bull-honda-agree-post-2021-engine-deal.html

Scuderia Fast Turtle
Scuderia Fast Turtle
Reply to  jem
3 anos atrás

Ja há mais de uma semana que sabe mas aqui o AS parece que que não.

A RBR deve procurar quem ajude a desenvolver os motores. Congelamento não é solução.

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