F1: Novos motores para 2026, com mais foco na componente elétrica

Por a 16 Dezembro 2021 09:54

O Conselho Mundial da FIA que decorre em Paris já ratificou as linhas mestras das novas unidades motrizes que entrarão em cena em 2026. É a partir daqui que os detalhes técnicos das novas unidades motrizes vão ser desenhados e a vontade inicial mantém-se: motores mais simples, mais baratos e mais sustentáveis.

As premissas acima descritas poderão assustar os fãs mais “hardcore” mas a componente espetáculo não foi esquecida e os novos motores deverão dar mais arrepios que os atuais. Eis as principais ideias que irão definir a nova geração de motores:

  • Mensagem Ambiental Poderosa: Combustível 100% sustentável, eficiência global, e mudança de foco para a energia elétrica
  • Redução significativa dos custos: regulamentos técnicos, operacionais e financeiros
  • Recém-chegados: tornar possível a sua participação no desporto a um nível competitivo
  • Proteger o espetáculo: unidade motriz potente e de alta rotação, desempenho do carro, som, capacidade de corrida para os pilotos, evitando diferenciação excessiva

Para o conseguir, os regulamentos da unidade de potência de 2026 serão construídos sobre quatro dos chamados pilares.

  • Para manter o motor V6 de 1,6 litros
  • Para aumentar a energia eléctrica para 350 kW (470 cv)
  • Para eliminar o MGU-H
  • A introdução de um limite de custo da unidade de potência

Assim a arquitetura dos motores irá manter-se. Teremos na mesma os V6 em pista e era altamente improvável que se aumentasse os números de cilindros pois a tendência atual é fazer mais, com menos. Tem sido feito um trabalho notável com estes V6 e seria um desperdício de desenvolvimento e dinheiro pelo que os motores manterão a mesma base, mas simplificados. E para a simplificação contribui muito a saída de cena do MGU-H.

O MGU-H é um dos componentes mais fascinantes dos motores atuais, uma ideia brilhante e complexa que conseguiu ser colocada em prática pelos engenheiros das equipas. Recuperar a energia térmica que seria habitualmente perdida no turbo é algo difícil mas ao mesmo tempo inteligente. Mas todos os adjetivos acima usados são sinónimo de muito dinheiro gasto em F1. Sendo um dos componentes mais caros e complicados de desenvolver, e seguindo a nova filosofia de controlo de custos, irá ser abandonada.

O limite de custos, uma ideia cada vez mais vincada na F1, também será aplicado nos motores. Pretende-se que as equipas consigam ter motores eficientes mas ao mesmo tempo não tenham de gastar rios de dinheiro e como tal serão aplicados limites para que o preço final não dispare.

Tudo isto enquanto temos motores que provavelmente irão ter um som mais agressivo, com mais potência mas com um combustível 100% sustentável. A busca por um combustível 100% sintético continua e para 2026 os novos motores deverão usar um combustível amigo do ambiente, algo que começa a ser encarado com cada vez mais interesse por muitas marcas em todo o mundo.

A ajudar à sustentabilidade, maior foco na componente elétrica, com o aumento da energia elétrica usada. Atualmente o MGU-K está limitado a 120 Kw (160 cv) com o MGU-H a não estar limitado. Mas para 2026 a parte elétrica irá sofrer um aumento e o MGU-K irá passar a debitar 350kW… tanto quanto um Formula E de terceira geração.

São estas as linhas mestras para os motores do futuro.

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#99
#99
2 anos atrás

Em qualquer dos casos é necessário que exista espaço no regulamento que se permita a certos construtores fazerem marcha atrás nas decisões entretanto tomadas e sobretudo que lhe seja permitido partir um sem número de unidades para recuperar o défice de performance.

chicanalysis
Reply to  #99
2 anos atrás

Errado, se vão fazer um “downgrade” para tecnologia mais simples e se têm quatro anos para adaptação, que justificação existe para andar a partir unidades extra contrariando assim o princípio da sustentabilidade?
Não se preocupe que as marcas têm know-how mais que suficiente para dispensar esse tipo de ajuda.

Last edited 2 anos atrás by Chicanalysis
chicanalysis
2 anos atrás

Eu continuo na minha, as bases que agora estão a ser propostas só podem conduzir a motores que em 2026 serão obsoletos à nascença. Perante a velocidade a que a tecnologia está a evoluir antevejo que ainda antes que estes motores sejam implementados (lá para 2024) seja necessária uma revisão dos regulamentos agora definidos.

jose-sousa-dias
jose-sousa-dias
Reply to  chicanalysis
2 anos atrás

Acho que isso é evidente… a tecnologia está a evoluir tão rapidamente que dificilmente a regras sejam essas

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