F1, Notas AutoSport: O pesadelo da Haas na primeira metade da época

Por a 15 Agosto 2019 14:30

O crescimento de uma equipa de F1 é feito de altos e baixos. Até 2018 o caminho da Haas tinha sido de crescimento constante e a época anterior mostrou que os americanos têm potencial de fazer muito, com pouco.

Depois de dois oitavos lugares no final das duas primeiras épocas, a Haas deu um salto qualitativo enorme e terminou na quinta posição, a pouca distância da Renault. Não fossem os erros da equipa e de Romain Grosjean no início da época e a Haas teria sido a melhor equipa do Campeonato B.

Foi um feito digno de registo para uma equipa com muito menos recursos que a maioria das restantes estruturas e com apenas três épocas na F1, tudo graças à parceria estratégica com a Ferrari que primeiro causou muitas críticas e depois passou a ser vista como uma solução viável para outras equipas.

Esperava-se que 2019 fosse uma continuação do que aconteceu na época passada, com evolução e bons resultados. O chassis do ano passado tinha muita qualidade e era uma excelente base. Em Barcelona pareciam ser uma das melhores equipas do meio da tabela, a par da Alfa Romeo e pouco atrás da Renault, com bons tempos e stints longos interessantes.

A primeira corrida deu oito pontos, mas seguiu-se uma série de três provas sem pontuar. Os problemas de adaptação aos novos pneus da Pirelli, com um rasto mais fino, tornaram-se evidentes e a equipa demorou a encontrar soluções. Pelo meio ainda pontuaram em Espanha, com um novo pacote de melhorias que não trouxe o passo desejado, Mónaco e Alemanha, onde a chuva baralhou as contas. A Haas tem neste momento 26 pontos e está longe do que pretendia. Em 2018 por altura da pausa de verão tinham 66 pontos.

A equipa não tem encontrado soluções para tirar o melhor partido dos pneus e pior que isso, os seus pilotos não têm ajudado.

Luta interna desnecessária

Romain Grosjean teve uma primeira metade de 2018 horrível, mas conseguiu recuperar e manter o seu lugar para este ano. O francês não esteve particularmente brilhante nesta primeira metade do ano com alguns erros, mas nada comparável ao ano passado. Já Kevin Magnussen tem sido o melhor piloto da equipa, mas também não tem mostrado tudo o que pode fazer. O motivo pelo abaixamento de forma de ambos os pilotos é certamente causado pelas dificuldades do carro em usar os pneus em corrida. Se o ritmo de qualificação é bom em corrida a equipa não consegue chegar perto dos adversários. As dificuldades em entender os novos pneus estão a arruinar por completo a época e os pilotos não têm ajudado.

Grosjean e Magnussen têm-se envolvido em toques desnecessários e em Silverstone foi a gota de água para Gunther Steiner. A razão é muito simples, a equipa fez algo raramente visto, que foi usar o chassis do início da época e o chassis com as melhorias para comparar as performances. Com o incidente nas primeiras curvas da prova, o teste foi por água abaixo. Os pilotos não pensaram na equipa e apenas quiseram saber do seu ego, o que atrasou a evolução da equipa. É esta postura que temos visto por parte de ambos e mesmo na Alemanha voltaram a ter um toque, embora desta vez sem consequências. A equipa não precisava disto nesta altura.

Haas – Nota 4: 9º – 26 pontos

Claramente uma época negativa até ao momento para a Haas. Além de não terem conseguido aproveitar o excelente trabalho do ano passado, continuam sem respostas e soluções para um carro que por um lado mostra potencial, mas por outro não tem capacidade para ser competitivo em corrida. Este é o primeiro grande desafio da equipa na sua curta vida… encontrar soluções para este problema e tentar subir na classificação. Steiner tem de trabalhar muito para encontrar o rumo e acima de tudo para controlar os seus pilotos.

Romain Grosjean – Nota 4: 17º – 8 pontos; melhor resultado – sexto, GP da Alemanha

Não tem sido uma época fácil para o francês. Com seis abandonos este ano e apenas oito pontos marcados, é difícil classificar de positiva esta primeira metade. A tendência para errar voltou, a performance está abaixo do desejado e se apesar de estar “apenas” 5-7 em qualificação, a favor do colega de equipa, todo o desenrolar deste ano até agora dá a sensação que esta poderá ser a última época de Grosjean na Haas. Na verdade, esta afirmação é já um clássico e o francês encontra sempre forma de contrariar as expectativas, mas este ano está a correr de forma negativa para a Haas e talvez seja preciso sangue novo e Grosjean é o mais forte candidato à saída, pela prestações e pelo seu historial. Não é um mau piloto, tem velocidade e com a mentalidade certa pode conquistar coisas importantes, mas é também demasiado dado ao erro. Veremos se consegue novamente provar na segunda metade que merece ficar.

Kevin Magnussen – Nota 6: 13º – 18 pontos; melhor resultado – sexto, GP da Austrália

Continua com a mesma postura de sempre… Agressivo em pista (por vezes até de mais), dado a toques desnecessários, e com pouca vontade de fazer amigos. Um “bad boy” com cara de menino e com muito talento. Tem sentido também os efeitos da falta de performance do carro, mas é o melhor piloto da equipa e parece ter a sua posição solidificada dentro da estrutura. Será muito surpreendente se ele sair da Haas no final da época. Não foi brilhante ainda como se viu em algumas corridas do ano passado, mas sempre que possível tem aproveitado as poucas hipóteses para pontuar. Leva vantagem em todos os aspectos em relação ao companheiro de equipa. Com o carro certo, pode surpreender.

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