F1: Mercedes quer usar o conceito da Red Bull em 2018
A Red Bull é considerada uma das melhores equipas do paddock da F1, muito graças às maravilhas que consegue fazer com os chassis. Desde os tempos das vitórias consecutivas de Vettel que a Red Bull faz os melhores chassis da F1, graças ao génio de Adrian Newey e a sua equipa, capazes de criar mais apoio aerodinâmico que as mais diretas concorrentes. É normal que os conceitos que usam sejam replicados noutras máquinas.
Uma das caraterísticas que sempre distinguiu os Red Bull foi a altura da traseira do carro. Esta inclinação está presente na filosofia da equipa desde os tempos dos ‘Blown Diffusers’. Naquela altura, foram implementadas mudanças para diminuir o apoio aerodinâmico e a Red Bull começou um trabalho exaustivo de aproveitamento do difusor, que é a parte que mais apoio aerodinâmico cria, sem a contrapartida do arrasto que as asas provocam.
A Red Bull usou um conceito introduzido em 1983 pela Renault, cuja a ideia principal era aumentar a eficiência do difusor, acelerando o ar por baixo do carro. Para isso, direcionaram as saídas de escape para o difusor de forma a aquecer o ar e aumentar a quantidade de ar extraída debaixo do carro, aumentando assim a pressão negativa e ‘colando’ o carro ao solo, ideia que foi sendo aproveitada por outras equipas.

A Red Bull usou a base dessa ideia para aumentar a eficiência do seu difusor. Colocou as saídas de escape de forma a que o fluxo de ar criado originasse uma espécie de parede invisível nas laterais do carro. Com essa parede a equipa poderia recriar o famoso ‘efeito solo’, com a vantagem de poder elevar a traseira do carro para que a quantidade de ar extraída fosse maior e assim aumentasse a pressão negativa por baixo do carro, aumentando virtualmente o tamanho do difusor. A outra vantagem de ter um carro inclinado para a frente surge na travagem: o carro fica com a asa dianteira mais próxima do chão e cria uma espécie de túnel que aumenta a velocidade do ar, especialmente depois de passar o ponto mais baixo do carro.

A ideia resultou em cheio e a Red Bull começou a vencer sucessivamente, apresentando um carro capaz de ser muito eficiente em curva. A equipa conseguiu ultrapassar os desafios que esta técnica impôs, permitindo que a frente baixasse, mas apenas o suficiente para não cortar o fluxo de ar (o que provocaria uma perda instantânea de apoio) e para que splliter debaixo do carro não ficasse demasiado desgastado com o contacto com o solo o que iria contra os regulamentos da FIA.
O problema sempre foi a velocidade de ponta que nunca foi o ponto forte dos Bull’s, um problema que foi inteligentemente resolvido no ano passado com uma suspensão que fazia a traseira do carro baixar e assim “esconder” a asa traseira diminuindo o arrasto. Essa solução foi eliminada com as restrições implementadas este ano ao nível das suspensões, mas a Red Bull continua a encontrar formas de tornar o carro eficiente e com menos arrasto possível.
A Red Bull tem muita experiência no aproveitamento de grandes ângulos de inclinação, algo que começou a ser usado também pela Ferrari e pela McLaren e mesmo sem o ‘Blown Diffuser’ para ‘selar’ o fundo plano, as equipas tem encontrado forma de aproveitar esta inclinação para tornar o difusor mais eficiente. Todas menos a Mercedes que este ano foi das poucas a não usar uma inclinação significativa no seu carro, algo que poderá mudar em 2018.

A Mercedes criou um carro muito complexo, que se dava muito bem em pistas rápidas, como Monza e Silverstone. No entanto nas pistas mais sinuosas, a distância entre eixos, maior do que nos outros carros, tornou o carro muito complicado de afinar e entender. A equipa admite que o problema não está apenas na distância entre eixos, mas que tem de minimizar o ‘feitio difícil’ do carro e pretende fazer isso, aumentando a inclinação. A equipa já testou novas soluções na suspensão traseira e parece estar a caminhar para a mesma solução da Red Bull. Em 2018 é provável que a traseira do Mercedes apareça mais saliente.
Já agora vale a pena recordar o som ‘monstruoso’ que os ‘Blown Diffuser’ faziam:
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NOTEAM
17 Novembro, 2017 at 15:51
Não é segredo que a Mercedes perdeu para a Ferrari e até Red Bull nesse sentido, é preciso mudar alguma coisa, caso contrário vão ser ultrapassados em 2018. Não há dúvida relativamente à justiça das conquistas de Mercedes este ano, mas uma Ferrari igual ao que vimos na 1a metade da época, levava o título de pilotos sem problema.
Frenando_Afondo™
17 Novembro, 2017 at 21:00
Ah pois… Têm de se adaptar ou perdem a vantagem, porque o motor não vai curar tudo, quando Ferrari e Renault (e quem sabe Honda) chegarem ao mesmo patamar de potência e fiabilidade, depois é tudo o chassi. Por isso, mesmo que em 2018 falhem em acertar no conceito da RB/Ferrari, ao menos aprendem para 2019.
Speedway
18 Novembro, 2017 at 10:22
Enquanto possa contar com o Hamilton, a Mercedes pode superar eventuais fraquezas do carro como aconteceu este ano,com o braço do inglês a fazer a diferença.
O Red Bull é assim tão bom ?
Pelo contrário parece-me é que foi um projecto falhado, até a nível aerodinâmico. Portanto a Mercedes se vai por esse caminho, vai mal e vai-se enterrar seguramente.
A Mercedes deve é aprimorar os aspectos menos bons do carro deste ano,que foi precisamente o facto de não tratar tão bem os pneus como o Ferrari (e já não foi pouco)… e contar que o talento do inglês resolva o resto.
Porque a F1 de hoje joga-se na pista em 3 vectores : aerodinâmica, motor e pneus. E a Mercedes era boa nos 2 primeiros e menos boa no último. Mas,claro sendo a Pirelli aquilo que é, é evidente que a Mercedes terá sempre de andar atrás do prejuízo neste campo.
É bom não esquecer que a Mercedes teve de refazer toda a suspensão do carro deste ano EM CIMA DA HORA, porque a FIA, cedendo às queixinhas da Ferrari, resolveu a poucos dias do inicio do campeonato, declarar ilegal a suspensão para a qual o Mercedes tinha sido originalmente concebido! E todos os problemas dos alemães com os pneus ao longo do ano vieram desse TRUQUE !
É bom não esquecer porque a memória é curta. Foi um grande handicap com que a Mercedes teve de lutar este ano, o que ainda mais enaltece os seus êxitos.
É esta a FIA e a F1 que vamos tendo !
anotheruser
19 Novembro, 2017 at 0:21
A aerodinâmica da RedBull permitiu-lhe levar a luta até à Ferrari e Mercedes nos circuitos mais lentos e mais quentes colmatando o défice de potência de UM.
Os problemas da RedBull este ano foram dois: a UM Renault e os dados aerodinâmicos errados colhidos no túnel de vento durante o Inverno.
O percurso de desenvolvimento aerodinâmico escolhido pela Mercedes atingiu o desempenho máximo em 2018. Porém esse nível máximo atingido não é suficiente, porque é apenas o 4º melhor do paddock atrás de RedBull, Ferrari e McLaren.
Era crítico reformular todo o conceito aerodinâmico do carro, algo que já começou a ser feito há largos meses… esse foi o grande motivo para contratar o James Allison.
Frenando_Afondo™
19 Novembro, 2017 at 1:53
A Mercedes teve um carro muito bom nos circuitos rápidos, onde a sua aerodinâmica fez maravilhas, aliado ao motor com a maior potência (conseguiam extrair mais do motor nesses circuitos), mas este conceito teve um calcanhar de aquiles, que foi nos circuitos lentos, viu-se aflito, porque não conseguia meter a potência no chão devido a não ter tanta aderência no eixo traseiro (coisa que RB e ferrari conseguiam bem melhor). Sem falar que era um carro “esquisito” de afinar, tendo uma janela para acertar nessa afinação mais pequena que os seus rivais.
Contra a RB conseguiram colmatar isso devido ao motor Renault não estar ao mesmo nível (mas veja-se como os Rb conseguiram lutar contra os Mercedes nos circuitos mais lentos) mas esse sempre foi o conceito da RB, mais aderência nas curvas, para colmatar a velocidade em recta, que é quase sempre das mais baixas do plantel. A Mercedes é exactamente o contrário.
Até agora resultou, mas as rivais estão a aproximar-se, logo vão ter de se adaptar e conseguir tirar mais partido das curvas lentas, por isso parece-me bem que pelo menos entendam o que as outras andam a fazer e saibam aplicar no monolugar de 2018… Ou podem ver-se com as calças na mão. É que o motor não os vai salvar sempre, já este ano estiveram contra as cordas, quando os Ferrari conseguiram tirar melhor partido dos pneus no início do campeonato.
Melhor melhor seria conseguir aliar este conceito (rápido nos circuitos rápidos) com o conceito RB (muita aderência nos circuitos lentos) e aí sim, poderão ter vantagem outra vez…