F1: Mercedes festejará 500.ª corrida dos seus Safety Cars
No próximo fim de semana, em Austin, a Mercedes-AMG festejará a 500ª corrida do seu Safety Car. Uma história que remota a 1996 e que desde então, tem sido escrita quase exclusivamente pela marca germânica.
Uma História que Começa Antes da Era Moderna
O Safety Car é hoje presença obrigatória nas corridas de Fórmula 1, mas a sua história começou de forma tímida e desorganizada. O conceito foi testado pela primeira vez em 1973, no Grande Prémio do Canadá, quando um Porsche 914 amarelo entrou em pista após um acidente entre François Cevert e Jody Scheckter. A estreia, contudo, ficou marcada por confusão: o carro posicionou-se diante do piloto errado, baralhando a classificação e revelando o quanto a logística de segurança ainda era incipiente.

Nos anos seguintes, o uso do Safety Car foi esporádico e muitas vezes motivado por acordos locais entre organizadores e fabricantes. Em 1976, um Porsche 911 Turbo voltou a desempenhar o papel no mesmo circuito, seguido, já nos anos 1980, por modelos como o Lamborghini Countach em Mónaco. Só em 1993, com a intervenção da FIA, a presença do Safety Car se tornou oficial e obrigatória em todas as provas do calendário.

O Tempra e o Início da Era Moderna
O primeiro safety car oficial da Fórmula 1 foi um Fiat Tempra 16V, utilizado pela primeira vez no Grande Prémio do Brasil de 1993, em Interlagos — precisamente na corrida em que Ayrton Senna conquistou a sua última vitória no país. A partir daí, outros modelos passaram por esta função, como o Opel Vectra A, o Honda Prelude, o Renault Clio Williams e o Ford Escort Cosworth.
Mercedes-Benz Assume o Comando em 1996
O verdadeiro ponto de viragem deu-se em 1996, quando a FIA assinou um contrato exclusivo com a Mercedes-Benz, tornando a marca alemã a fornecedora oficial do Safety Car da Fórmula 1 — posição que mantém até hoje, agora partilhada com a Aston Martin.
Desde então, a Mercedes tem apresentado uma sequência impressionante de modelos de topo, como o C36 AMG, o SLS AMG gullwing, o AMG GT R e, atualmente, o AMG GT Black Series, em serviço desde 2022. O automóvel cumpre uma missão exigente: manter velocidades elevadas nas curvas e ritmos consistentes para evitar que os pneus e travões dos monolugares arrefeçam em demasia.

A lista dos Mercedes
| Modelo | Motor | Cilindrada | Potência |
|---|---|---|---|
| C 36 AMG (1996-1997) | 6 cilindros em linha | 3.6 L (3606 cc) | 280 cv |
| CLK 55 AMG (1997-1999) | V8 | 5.4 L (5439 cc) | 347 cv |
| CL 55 AMG (2000-2002) | V8 | 5.4 L (5439 cc) | 360-500 cv (dependendo do modelo) |
| SL 55 AMG (2003-2004) | V8 sobrealimentado | 5.4 L (5439 cc) | 476-500 cv |
| CLK 63 AMG (2006-2007) | V8 | 6.2 L (6208 cc) | 481 cv |
| SL 63 AMG (2008-2009) | V8 | 6.2 L (6208 cc) | 525 cv |
| SLS AMG (2010-2014) | V8 atmosférico | 6.2 L (6208 cc) | 571 cv |
| AMG GT S (2015-2017) | V8 biturbo | 4.0 L (3982 cc) | 510 cv |
| AMG GT R (2018-2021) | V8 biturbo | 4.0 L (3982 cc) | 585 cv |
| AMG GT Black Series (2022-) | V8 biturbo | 4.0 L (3982 cc) | 730 cv |

Caraterísticas Específicas
O AMG GT Black Series que atualmente cumpre o papel de Safety Car é muito mais do que um bólide de alta performance. Está equipado com ferramentas e tecnologia que permitem ao piloto e copiloto perceberem exatamente o que se passa em pista.
Equipado com luzes de sinalização LED integradas na dianteira, traseira e na placa de matrícula, o sistema permite comunicar ordens de corrida — como a proibição ou autorização de ultrapassagem — através de módulos laranja e verdes ajustáveis conforme a luminosidade ambiente. O controlo das luzes é feito por um painel codificado no teto.
Na traseira, o veículo integra câmaras de alta resolução que transmitem imagens em tempo real para a direção de prova e para a televisão. O habitáculo inclui dois tablets para monitorização constante da pista, rádio principal e de emergência, além de cintos de seis apoios e rollcage de proteção em titânio, cumprindo as normas de segurança da FIA.
A nível mecânico, o Safety Car conta com suspensão AMG de afinação específica, travões de cerâmica de alto desempenho e pneus Pirelli desenvolvidos exclusivamente para utilização em circuitos de Fórmula 1. A aerodinâmica foi revista com elementos como um spliter dianteiro, abas adicionais e uma asa traseira de duas lâminas com flap eletrónico, otimizando o apoio aerodinâmico.

Para reforçar a segurança, o veículo dispõe ainda de um sistema Lidar de alta precisão, capaz de detetar detritos na pista até 500 metros de distância, e de um hotspot interno com WLAN e GPS de alta resolução para transmissão de dados em tempo real.
O interior, equipado com o Track Package e bancos tipo baquet, combina funcionalidade e conforto, incluindo porta-garrafas e ligações diretas à rede de comunicação da FIA.
Graças a este conjunto de soluções, o Safety Car é capaz de manter um ritmo que permite aos monolugares manter as temperaturas dos pneus e travões, ao mesmo tempo que transmite informações essenciais à direção de prova e reforça a segurança em todas as condições.
O Homem ao Volante: Bernd Mayländer
Desde o ano 2000, o Safety Car oficial da Fórmula 1 é conduzido por Bernd Mayländer, ex-piloto do DTM. O alemão é responsável por manter o controlo do pelotão em momentos críticos, sempre que a corrida é neutralizada por um acidente ou condições meteorológicas adversas.

Medical Car – o fiel companheiro
O Safety Car é a “estrela” mas o Medical Car cumpre uma função tão importante. Está preparado para garantir resposta médica imediata em caso de acidentes durante os Grandes Prémios.
Logo após a largada, o automóvel segue imediatamente atrás do pelotão, assegurando intervenção rápida na fase inicial da corrida, onde o risco de incidentes é maior. Concluída a primeira volta, permanece estacionado no início da via das boxes, pronto para entrar em pista sempre que ocorre uma colisão ou emergência grave.
O Medical Car transporta um médico oficial da FIA e um piloto, tarefa que, ultimamente também, tem sido atribuída ao português Bruno Correia, piloto do Safety Car da Fórmula E, mas que também cumpre a função no Medical Car da F1. No seu interior podemos encontrar equipamentos de reanimação, desfibrilador, kits para queimaduras, ferramentas para corte do halo e outros recursos de emergência.
A entrada em pista só é autorizada pela direção de prova, garantindo que a operação decorre sem colocar em risco comissários ou outros pilotos. Após o atendimento inicial, o acidentado é estabilizado no centro médico do circuito, podendo ser transferido de imediato para um hospital, se necessário.

A lista de Medical Cars Mercedes
| Modelo | Motor | Cilindrada | Potência |
|---|---|---|---|
| 1996–1997: Mercedes-Benz C36 AMG | 6 cilindros em linha | 3.6 L (3606 cm³) | 280 cv |
| 1997: Mercedes-Benz E60 AMG | V8 | 6.0 L (5956 cm³) | 381 cv |
| 1998–2000: Mercedes-Benz C55 AMG Wagon (S202) | V8 | 5.4 L (5439 cm³) | 347 cv |
| 2001–2003: Mercedes-Benz C32 AMG Wagon | V6 | 3.2 L (3199 cm³) | 354 cv |
| 2004–2007: Mercedes-Benz C55 AMG Wagon (S203) | V8 | 5.4 L (5439 cm³) | 367 cv |
| 2008–2014: Mercedes-Benz C63 AMG Wagon | V8 | 6.2 L (6208 cm³) | 457–487 cv |
| 2015–2018: Mercedes-AMG C 63 S | V8 biturbo | 4.0 L (3982 cm³) | 510 cv |
| 2019–2021: Mercedes-Benz GLE | V8 biturbo | 4.0 L (3982 cm³) | 571 cv (AMG GLE 63 S) |
| 2019–2021: Mercedes-AMG C 63 S T-Modell | V8 biturbo | 4.0 L (3982 cm³) | 510 cv |
| 2022–present: Mercedes-AMG GT 63 S 4MATIC+ | V8 biturbo | 4.0 L (3982 cm³) | 639 cv |
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