F1, Martin Brundle: “Será que algum dia teremos novamente uma corrida memorável à chuva?”
Após o Grande Prémio da Bélgica, disputado em pista molhada, Martin Brundle questionou por que razão a direção da F1 manteve os carros atrás do Safety Car durante tanto tempo antes de reiniciar a corrida. Ele, juntamente com pilotos como Max Verstappen e Lewis Hamilton, considerou que o atraso foi excessivo e que a corrida deveria ter sido retomada mais cedo, especialmente porque a pista estava a começar a secar. Outros, incluindo Charles Leclerc e George Russell, discordaram e consideraram que as condições eram demasiado perigosas para correr.
Brundle argumentou na sua coluna da Sky Sports F1 que, se os pneus para pista molhada não são usados mesmo com chuva forte, a sua utilidade é questionável. Ele levantou preocupações sobre se a FIA emitiu mandatos internos que levaram a essa abordagem cautelosa ou se a direção de corrida está simplesmente a ser excessivamente conservadora. Ele enfatizou que as corridas sempre envolvem riscos e alertou que a definição de condições “razoáveis” tornou-se excessivamente avessa ao risco, possivelmente à custa das clássicas corridas em pista molhada.
“Tal como muitos pilotos e comentadores, e especialmente os fãs, Max ficou muito descontente com o facto de, mais uma vez, a direção de corrida ter atrasado o processo até ao ponto em que a pista estava significativamente seca”.
“Aqueles que tinham escolhido um nível de asa a contar com a previsão de chuva garantida no domingo e sentiram-se injustamente prejudicados. E praticamente todos os que assistem à F1 no planeta questionaram, com razão, por que ainda nos damos ao trabalho de ter pneus para pista molhada, já que a extrema cautela com a visibilidade significa que eles quase nunca serão usados.
“Além disso, será que algum dia teremos novamente uma corrida clássica de F1 na chuva? Precisamos chegar ao fundo da questão e entender se há alguma determinação interna recente da FIA sobre esse assunto ou se a direção de prova está simplesmente sendo cautelosa demais por conta própria. Há riscos inerentes a ser piloto de corridas, e não podemos simplesmente eliminá-los correndo apenas em pista seca. Cabe ao piloto controlar os carros e os riscos em todas as condições razoáveis, mas o ponto de referência do que é razoável mudou para extremamente avesso ao risco.”
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Eduardo Silva
30 Julho, 2025 at 19:06
Realmente já não me lembro de ver uma corrida com pneus com banda azul!
Talvez por segurança apenas deveria haver corridas apenas quando se pode correr com pneus com banda verde. Pois quando começa a chover mais a corrida é interrompida!
Carros descapotáveis = corridas de verão!!
Scirocco
31 Julho, 2025 at 8:28
Spot on. Claramente estamos a caminhar para uma F1 perfeitamente asséptica, onde os riscos inerentes não estão a ser minimizados mas sim anulados á custa de eventuais directivas internas. Como disse num outro comentário, a chuva faz parte das corridas e desde que não estejamos perante situações extremas é perfeitamente aceitável que a corrida prossiga. Temo que uma corrida como a que tivemos o ano passado no Brasil, não aconteça mais. Ridiculo o que aconteceu
Canam
31 Julho, 2025 at 13:28
A F1 é gerida por gente com pânico. Nota-se em tudo e desde o covid principalmente. Gente muito stressada. O ambiente não é bom, embora seja embrulhado para parecer outra coisa. Se por acaso algum piloto morresse numa corrida ( e é algo que, por muita segurança que haja, pode suceder) eu acho que a F1 acabava.Se querem acabar com corridas à chuva acabem. Um dos problemas é que muitos pilotos queixam-se por tudo e por nada e depois a coisa entra em espiral. É toda uma cultura /mentalidade que se instalou…e abrange todos os atores desta atividade.
[email protected]
31 Julho, 2025 at 14:33
Creio que o problema não é tanto as condições de aderência mas sim de visibilidade. Os F1 actuais, provavelmente por razões de natureza aerodinâmica, libertam uma quantidade de spray muito superior ao que acontecia há uns anos, tornando de facto difícil conduzir nessas condições. Não querendo parecer demasiado básico, talvez uma espécie de “guarda-lamas” ou “palas” nas rodas pudesse minimizar o fenómeno e voltar a permitir corridas à chuva, como todos gostamos.
Fabiano Bastos das Neves
31 Julho, 2025 at 15:09
Recentemente, a F1 fez testes com “guarda-lamas”. O resultado dos testes comprovou que a maior parte do spray vem da pulverização causada pelo efeito solo.
De qualquer forma, a F1 deveria ter índices de visibilidade que habilitem ou não o início ou continuidade das provas. Não podem as equipes ficarem reféns do sentimento da direção de provas. Tenho certeza de que era sim possível ter reiniciado a prova da Bélgica muito antes do que aconteceu.
Uma decisão que prejudicou algumas equipes e favoreceu outras, não deveria ser tomada sem um parâmetro realmente técnico e mensurável.
Pity
31 Julho, 2025 at 15:09
Enquanto tivermos o efeito solo, não haverá corridas com chuva a sério. São os tubos venturi os principais responsáveis pelo spray. Sem visibilidade não podem correr. Será tão difícil entender isso?
Lembram-se de Silverstone? A chuva nem era tanta assim, mas o Hadjar enfiou-se no Antonelli, por falta de visibilidade, como se viu na transmissão. Por acaso, apenas levou ao abandono dos pilotos, mas se isso tivesse acontecido em Eau Rouge, por exemplo, alguém se podia magoar a sério.
Claro que o desporto automóvel, não só a F1, é perigoso, os pilotos podem morrer, apesar de toda a segurança actual, mas os responsáveis devem fazer tudo o que está ao seu alcance para evitar que tal aconteça.
Eu queria ver os valentões do teclado naquelas condições. Será que mantinham a mesma opinião?
Brabham BT
31 Julho, 2025 at 21:57
O problema da F1 é que ficou soft. E não adianta arranjar desculpas, porque o Norris ia à frente e, como sempre, estava-se a queixar que não via bem. O problema está nos pilotos. Leclerque; Norris; Russel; Piastri, etc… Mais valia ficarem em casa a pilotar a partir do sofá. Se o Max, o Alonso e o LH, saissem da F1, está ia acabar como a conhecemos.
Thor
31 Julho, 2025 at 22:31
Concordo: o Hamilton, Alonso e o Max são de outra “raça”.