F1: Mario Andretti gosta da ideia de um terceiro carro para convidados

Talvez sem querer, Toto Wolff iniciou uma discussão que poderá trazer algumas novidades para o futuro. A ideia de introduzir um terceiro carro para permitir que os jovens pilotos tenham lugar na F1 parece ter sido o catalisador para uma discussão que pode ser construtiva.

Dada a falta de vagas para Esteban Ocon e George Russell, Wolff afirmou que este problema deixaria de existir se as equipas tivessem mais um carro onde só pudessem ser colocados jovens pilotos e assim garantir que o sangue novo chegasse à F1.

Várias vozes acharam a ideia interessante mas dificil de executar. Agora é Mario Andretti a falar de algo semelhate. Para o americano, poderia existir um terceiro carro para ser usado em algumas provas apenas com pilotos convidados:

“Estamos sempre à procura de um novo  ângulo para tentar promover a F1 de maneira diferente e tentar alcançar os fãs”, disseAndretti à Autosport. “Primeiro de tudo, foi assim que eu tive a minha oportunidade. Colin Chapman deu-me uma hipótese numa equipa de topo, num carro competitivo, e essa foi a razão pela qual eu fiz a pole com um terceiro carro. Eu ganhei minha primeira corrida na África do Sul com a Ferrari, no terceiro carro.”

“O que quero dizer é que consegui lançar minha carreira porque eu tive um carro competitivo quando comecei. O importante  nos Estados Unidos é chegar a outra base de fãs. Podem imaginar a promoção se Josef Newgarden,  campeão da IndyCar, fosse convidado pela Mercedes ou pela Ferrari ou pela Red Bull, como um terceiro carro para o GP dos Estados Unidos? Estamos a falar num aumento de 40.000 pessoas provavelmente.”

“Podemo-nos esconder atrás de coisas como a situação do motor, mas podemos trabalhar outro tipo de situações. O carro convidado não poderia ganhar pontos, por exemplo. Não seria uma maneira interessante de aumentar a popularidade? Tragam um piloto chinês, um piloto japonês, de qualquer país para o qual a F1 for, se houver um piloto que a equipa esteja disposta a aceitar apenas para a corrida.  Eu percebo que os tempos mudam, mas podem imaginar o valor da promoção para o desporto? Eu acho que é incalculável.”

Claro que esta solução não é comportável para equipas do meio da tabela e Andretti entende isso, mas defende que a promoção do desporto num todo é mais importante do que olhar às possibilidades das equipas:

“Temos de  usar todas as balas na arma para tentar melhorar o desporto. Se o campeonato se tornar mais popular, as equipas mais pequenas terão maiores hipóteses de conseguir um patrocinador maior também. Qualquer equipa obviamente teria a oportunidade, não apenas as melhores , mas qual é o objectivo de um actual campeão da Indy ir para a Sauber ou para a Haas, onde só poderá lutar por um top 10 no máximo? É também um risco para o convidado , mas que assim seja.”

Embora a ideia de pilotos convidados seja interessante, na F1 deve ser usada com muito cuidado. No WTCR, no WRX e noutros campeonatos, o conceito de Wild Card funciona bem e atrai muito público pois há sempre uma estrela local para os fãs poderem ir apoiar. É isso que Andretti pretende mas pessoalmente, penso que a F1 não deveria ser para convidados. Deveria ser para os melhores dos melhores. Além da F1 exigir um grau de conhecimento e especialização muito maior, o que implicaria muitos testes para os convidados e um aumento dos encargos. Poderia ser uma boa ferramenta de promoção, como já o provou ser, mas neste caso não creio que seja o indicado. A haver um terceiro carro, que seja para colocar jovens, como Wolff indicou.