F1: James Allison relembra a pressão da Ferrari

Por a 22 Julho 2020 13:45

A liderança de Mattia Binotto está a ser colocada em questão face aos mais recentes resultados e performances da equipa. James Allison conhece bem a equipa e relembrou a pressão que se vive em Maranello.

Binotto é inquestionavelmente um excelente líder na área técnica e o trabalho que desenvolveu nesse papel, num passado recente, tornou a Ferrari numa ameaça à Mercedes. O problema chegou quando Binotto foi colocado ao leme de toda a operação, o que inevitavelmente lhe retirou o foco de onde é realmente bom, para ter de começar a lidar com questões políticas faec a pessoas muito mais experientes neste tipo de jogo. Desde então a Ferrari parece ter perdido o rumo. James Allison relembrou os tempos em que trabalhou na Scuderia e entende a pressão que Binotto vive.

Questionado sobre como é a Ferrari quando as coisas não estão bem, o britânico disse: “Bem, claramente, eu não teria voltado à Ferrari uma segunda vez se trabalhar lá fosse uma experiência miserável. Eu tive duas partes muito importantes da minha carreira na Ferrari”, continuou ele, “e tenho um carinho enorme pela marca, pelas pessoas de lá e espero que elas não se importem de eu dizer que tenho muitos amigos na equipa”.

“Trabalhar na Ferrari é, de muitas formas, uma alegria total, mas o país é tão ligado à equipa, a marca é tão forte, a história e a herança da Ferrari são tão importantes que sentimos que fazemos parte de algo que é importante e essa é uma força real para o grupo … mas também é provavelmente o maior fardo que eles carregam, porque junto com o carinho e a alegria que a nação partilha dos sucessos da Ferrari, há uma grande pressão quando as coisas estão mal, e que a pressão é aplicada externamente pela imprensa de uma maneira muito mais intensa do que qualquer outra equipa da Fórmula 1.”

“Essa pressão é aplicada internamente a todos que sentem o dever de viver de acordo com as excelentes performances que a equipa mostrou no passado e, creio, tal é sentido internamente por um estilo de liderança de cima para baixo que na Ferrari provavelmente é mais exagerado do que em outras equipas e que tende a fazer com que a equipa tome decisões de curto prazo que se desviem do rumo traçado, em vez de construir as bases fundamentais que a levarão de ano para ano.”

“Portanto, é uma mistura de altos e baixos inebriantes que têm a mesma origem que é o enorme desejo dentro e fora da equipa, para a marca Ferrari estar na frente”.

Caro leitor, esta é uma mensagem importante.
Já não é mais possível o Autosport continuar a disponibilizar todos os seus artigos gratuitamente.
Para que os leitores possam contribuir para a existência e evolução da qualidade do seu site preferido, criámos o Clube Autosport com inúmeras vantagens e descontos que permitirá a cada membro aceder a todos os artigos do site Autosport e ainda recuperar (varias vezes) o custo de ser membro.
Os membros do Clube Autosport receberão um cartão de membro com validade de 1 ano, que apresentarão junto das empresas parceiras como identificação.
Lista de Vantagens:
-Acesso a todos os conteúdos no site Autosport sem ter que ver a publicidade
-Oferta de um carro telecomandado da Shell Motorsport Collection (promoção de lançamento)
-Desconto nos combustíveis Shell
-Acesso a seguros especialmente desenvolvidos pela Vitorinos seguros a preços imbatíveis
-Descontos em oficinas, lojas e serviços auto
-Acesso exclusivo a eventos especialmente organizados para membros
Saiba mais AQUI
Subscribe
Notify of
9 Comentários
Inline Feedbacks
View all comments
luisfigueiredhall-ca-pt
luisfigueiredhall-ca-pt
3 anos atrás

LHF

jdias
jdias
3 anos atrás

Princípio de Peter na sua máxima magnitude: “as organizações premeiam os seus melhores colaboradores com promoções a níveis hierárquicos superiores, o que mais tarde ou mais cedo os vai tornar incompetentes para as novas responsabilidades que vão assumindo”. Ou seja, por serem bons são promovidos para o nível da incompetência.

RedDevil
RedDevil
Reply to  jdias
3 anos atrás

Em Portugal… devido à extrema sapiência da nossa cultura… promovem-se logo os incompetentes para evitar futuras decepções…

jgleal1
jgleal1
Reply to  jdias
3 anos atrás

Lei de Peter e a sua continuação, após se tornar incompetente, devido ao cargo tem tanto que fazer que se torna humanamente impossível resolver qualquer problema. Assenta-lhe como uma luva.

can-am
can-am
3 anos atrás

Nem sei porque é que os ingleses gostam de trabalhar ha Ferrari, sendo a pressão tão grande.
O problema da Ferrari é ter-se tornado uma marca bandeira dum pais desde que o velho morreu e a Fiat passou a mandar lá, o que é pessimo obviamente.
Cool it, como dizem os americanos.
Mas não conseguem, tornou-se demasiado grande.

Lagaffe
Lagaffe
Reply to  can-am
3 anos atrás

E com o velho era igual ou pior. Só o Luca di Montezemolo é que conseguiu estabilidade na equipa nos últimos 50 anos.

jgleal1
jgleal1
3 anos atrás

Este senhor, pelo que sei, saiu da Ferrari devido a um problema familiar muito grave. O seu regresso a Inglaterra, acordado com os italianos, proporcionou-lhe o contrato com a Mercedes. A pressão que fala só pode ter sido esta. Com ele devem ter seguido , devido ao curto período de nojo, várias “informações” que aos alemães devem ter servido bastante bem. Quanto à outra pressão, em qualquer organização com os recursos da Ferrari, existe sempre, o problema é manter-se sem vislumbre de solução. Imaginam isto a acontecer na Mercedes? Naaa.

Charutus GT
Charutus GT
Reply to  jgleal1
3 anos atrás

provavelmente ja teriam abandonado; costuma ser sempre assim, com excepção das equipas da “velha guarda”, essas têm no seu ADN o prazer da competição.

RogerM
RogerM
3 anos atrás

Ele ultimamente para a imprensa…parecia uma “ex namorada ressabiada”, a falar da Ferrari. Basta relembrar o episódio dos “truques”.

últimas F1
últimas Autosport
f1
últimas Automais
f1
Ativar notificações? Sim Não, obrigado