F1: Influência germânica cada vez mais vincada

Por a 15 Janeiro 2022 16:00

Há uma tendência que se tem evidenciado nos últimos tempos e que a mais recente contratação da Aston Martin mostra. As equipas que têm mudado de chefia, optaram por soluções fora da F1 e ligadas a outros projetos, invariavelmente com marcas alemãs envolvidas.

Em 2019, Zak Brown surpreendeu ao ir buscar Andreas Seidl como chefe de equipa da McLaren, retirando o alemão do “reino” da Porsche, onde foi peça chave para o sucesso da marca no WEC. Seidl trouxe uma visão diferente, com uma postura muito sóbria e com ideias claras para a equipa. O resultado até agora é positivo, pois a McLaren é agora uma equipa muito mais forte, muito mais competitiva e cada vez mais pronta para chegar ao topo. Seidl beneficiou de um ambiente favorável na McLaren, com pouca pressão inicial para atingir objetivos ambiciosos nos primeiros anos, numa equipa com uma estrutura já forte, apesar das contrariedades. Seidl não é certamente o único obreiro do sucesso da equipa britânica, mas o sucesso recente da equipa também se deve à sua visão e ao seu trabalho.

Ora com este sucesso, as equipas que repensaram as suas estruturas pensaram numa abordagem semelhante, como foi o caso da Williams que assegurou mais um alemão, com fortes ligações a uma marca alemã. Jost Capito foi um dos grandes responsáveis do sucesso da VW no WRC e foi aposta da Dorilton (que assumiu o controlo da equipa britânica) para colocar a equipa no caminho para o sucesso. Para já ainda é cedo para avaliar o seu trabalho, dado que entrou na época passada, mas tem mudado muitas coisas na equipa, indo buscar pessoas da sua confiança e que trabalharam com ele no projeto do WRC e o rumo parece interessante. 

Ontem, ficamos a saber que a saída de Otmar Szafnauer foi colmatada com Mike Krack. Mais um homem com fortes ligações a um grupo automóvel alemão, neste caso a BMW. Foi responsável pela divisão Motorsport da BMW, supervisionando os projetos da Fórmula E, IMSA e GT3 e iniciou o projeto LMDh da marca bávara.

Há aqui uma tendência que pode ser interessante, pois quer, Seidl, quer Capito, quer Krack têm já experiência de F1, com Seidl e Krack a terem trabalhado na BMW Sauber e no projeto Porsche do WEC, com Capito a também ter ligações à Sauber no passado e ter sido, durante um curto período, responsável da McLaren. Os três estavam fortemente ligados a marcas alemãs e a projetos de sucesso dentro das suas estruturas. As apostas da Williams e da Aston Martin talvez não tenham sido inspiradas na aposta da McLaren em Seidl, mas terá sido inevitável para os responsáveis da Williams e da Aston não olharem para o historial de Seidl e os seus resultados até agora. Se não foi uma inspiração, pelo menos terá sido mais um ponto a favor para a decisão que tomaram.

Mais ainda, a aposta em homens que chegam fora da F1 é um sinal de mudança. Não há receio de apostar em nomes fora da F1 (basta ver a aposta da Alpine em Davide Brivio) que possam trazer uma visão diferente e aplicar as fórmulas de sucesso que tiveram nos seus projetos fora da F1. A F1 renova-se por completo e se vemos uma visão diferente para o desporto, pilotos jovens a mostrar que podem ser as estrelas do futuro, uma nova filosofia de carros, também vemos agora uma forma diferente de apostar em chefes de equipa e uma espécie de renovação nos homens fortes das estruturas. 

A tendência para chefes germânicos não é muito frequente na F1 e se olharmos por alto para as nacionalidades dos chefes de equipas das principais equipa, reparamos que a tendência nos dá mais franceses, italianos e britânicos. Uma nova moda de sucesso? Os primeiros dados indicam que sim, mas será preciso esperar um pouco mais para ter certeza.  

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Frenando_Afondo™
Frenando_Afondo™
2 anos atrás

A culpa é dos Ingleses! lol

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