F1: Grelha de 2022 finalmente completa

Por a 16 Novembro 2021 12:07

Já temos as peças todas do puzzle para a grelha de 2022. Todas as equipas têm os lugares fechados e há algumas novidades para a próxima época, que promete muito.

Mercedes – Finalmente!

Lewis Hamilton / George Russell

Era uma dupla desejada por muitos já para esta época. George Russell é um dos grandes talentos da F1, um diamante ainda por lapidar, mas que já mostrou por várias vezes qualidade para ser uma referência no futuro. Rápido, inteligente em pista e com uma postura madura e irrepreensível, Russell “tem pinta” de piloto de equipa grande. Falta-lhe ainda alguma experiência nas lutas roda com roda com os homens da frente, comparando com outros pilotos da sua geração, algo que irá compensar na próxima época. Foi a escolha certa para o presente e o futuro da Mercedes. Poderá desestabilizar um pouco mais a harmonia que reina na Mercedes, mas se não for em demasia (Russell é inteligente o suficiente para saber que tem o tempo do seu lado) pode ser bom para todos. Lewis Hamilton é… Lewis Hamilton. Um dos melhores de sempre, numa forma tremenda, sem acusar a idade ou qualquer tipo de desgaste. Mantém-se no topo e a Mercedes fica com uma dupla tremenda, provavelmente mais forte do que a atual, apesar dos grandes resultados que conquistaram com Valtteri Bottas. Russell traz mais juventude, irreverência, inconformismo, tudo isto aliado a um talento tremendo. Entusiasma muito esta dupla.

Red Bull – Aposta na estabilidade

Max Verstappen / Sergio Pérez

A estrela da Red Bull estava encontrada há já muito tempo. Max Verstappen foi a grande aposta desde que entrou no programa de jovens pilotos da Red Bull e mais ainda quando subiu à F1. Faltava um colega de equipa capaz de trazer bons pontos para a equipa, que conseguisse acompanhar o ritmo de Verstappen e que não cedesse à pressão. Daniel Ricciardo fez com Verstappen provavelmente a melhor dupla da equipa, mas o australiano não quis ser ator secundário e mudou de ares. Desde então a Red Bull experimentou e despachou Pierre Gasly e Alex Albon, dois jovens talentos que, por motivos diferentes, não conseguiram ser bem sucedidos. Chegou Sergio Pérez e a equipa parece ter encontrado um compromisso interessante. A época de Pérez não tem sido brilhante, longe disso e comparado com os dois antecessores (especialmente Albon) as diferenças não são tão claras que justificassem a mudança. Mas Pérez traz experiência, maturidade, capacidade de lidar com a pressão de ser colega de Verstappen, sem tremer e aos poucos vai tirando mais do seu monolugar. A Red Bull encontrou um equilíbrio que lhe permite bater-se com a Mercedes e por isso não mudou. Mas Pérez tem um ano importante em 2022 pois a Red Bull tem Albon na Williams (de quem ainda não desistiu) e tem novos talentos a surgirem pelo que uma época como a de 2021 não chegará. Quanto a Max… um talento enorme, um caráter forte e todos os atributos de um predestinado. Boa dupla.

McLaren – Manter o plano

Lando Norris / Daniel Ricciardo

Com a entrada no ano passado de Daniel Ricciardo a equipa encontrou um compromisso que quer manter por vários anos. Norris é a estrela da casa e em 2021 cresceu como mais nenhum outro piloto. Se em 2020 era “apenas” um miúdo simpático cheio de talento, este ano mostrou os dentes e provou que pode ser um caso sério. Talento nunca lhe faltou, mas mostrou que mentalmente começa a chegar ao ponto necessário para ser candidato (com um carro para isso, claro). Norris tem sido uma das boas surpresas do ano, é aposta firme de Zak Brown e o futuro da equipa. Ricciardo desiludiu este ano e as dificuldades de adaptação ao carro laranja arrastaram-se. Esperava-se mais com a entrada de Ricciardo e, se na teoria, a entrada do australiano parecia um upgrade em relação a Sainz, na realidade verificou-se o contrário e mesmo a relação com Norris, apesar de ser boa, não trouxe o que se esperava e a equipa perdeu também na parte do marketing. Mas não faria sentido mudar uma dupla que tem potencial para ser muito melhor, com Norris a crescer mais e Ricciardo a mostrar o que pode e deve fazer. É uma dupla que promete muito ainda, mas que deixou um pouco a desejar este ano, estando do lado de Ricciardo a responsabilidade de mudar o cenário. Dupla com potencial para muito mais e por isso bem mantida.

Aston Martin – À espera de melhor

Sebastian Vettel / Lance Stroll

Lance Stroll teria sempre a presença garantida na equipa do seu pai, que começou a investir no automobilismo por causa dele. Aos poucos vai deixando o papel de “patinho feio” muito graças à chegada de Nikita Mazepin, e mostra aqui e ali bons pormenores, mas também ainda não mostrou o nível de outros jovens. Mas o carro deste ano também não é o mais indicado pois perdeu muito em relação ao ano passado. Stroll não se tem destacado, mas tem lugar assegurado. Os rumores da saída de Vettel a meio da época eram infundados e o piloto pretende manter-se na equipa, apesar de já ter admitido que não lutar por vitórias lhe retira alguma motivação, um sinal que pode indicar que o alemão não ficará por muito tempo se a Aston não começar a ameaçar os primeiros lugares a curto prazo. Vettel não trouxe um impacto imediato à equipa, mas as circunstâncias de 2021 foram muito específicas, com poucos testes e um carro fraco. Tal como na McLaren, há ainda mais por vir desta dupla e por isso foi mantida de forma lógica.

Alpine – Alonso ganha protagonismo

Fernando Alonso / Esteban Ocon

As dúvidas estão dissipadas. Alonso regressou e mostrou que mantém as suas qualidades intactas. O espanhol foi abençoado pelos deuses do automobilismo com uma capacidade incrível ao volante de qualquer máquina e agora tem a experiência para tirar o melhor de si a qualquer altura. Mais ainda, está a apreciar esta sua segunda passagem pela F1 de uma forma muito mais leve e aberta, o que é uma vantagem. As esperanças da equipa recaem sobre ele, que tem a missão de guiar a Alpine e levar a equipa ao topo. Só lhe falta o carro para isso. Já Ocon… é ainda um ponto de interrogação. Tem talento, mas tem evidenciado uma irregularidade que não é boa para si, nem para a equipa. Tem no seu CV um pódio e uma vitória, mas este ano esperava-se um Ocon melhor (vitória caiu do céu). A sua manutenção faz sentido e Ocon já mostrou potencial para mais, mas o francês tem de começar a “dar corda aos sapatos” pois tem Oscar Piastri à espera de um lugar (mais um talento australiano a ter em conta para o futuro) e Pierre Gasly, a brilhar na Alpha Tauri, é o candidato ideal para a Alpine, que manteria um piloto francês na sua equipa. Alonso é indiscutível, mas Ocon tem de dar mais.

Ferrari – Aposta ganha

Charles Leclerc / Carlos Sainz

Charles Leclerc, tal como Verstappen na Red Bull, é a estrela da equipa e a aposta forte da Scuderia para o futuro, mas a opção Sainz está a revelar-se acertada. De todos os pilotos que mudaram de equipa em 2021, foi o que mais rapidamente se adaptou e está a mostrar um nível muito bom. Faz com Leclerc uma excelente dupla e mais que isso, voltou a mostrar que sabe ser um “team player” entrado de forma positiva, criando uma atmosfera agradável com Leclerc, um pouco à imagem do que aconteceu na Mclaren, com Norris. É uma dupla que garante o futuro da Scuderia e que só pode melhorar, quando tiverem um carro mais competitivo. Aposta claramente ganha e uma das melhores duplas da grelha para 2022.

Alpha Tauri – À boleira de Gasly

Pierre Gasly / Yuki Tsunoda

Pierre Gasly continua a ser o “abono de família” da Alpha Tauri. O piloto francês manteve o excelente nível de 2020 e tem feito grandes exibições também em 2021. Gasly já provou que merecia outros voos, mas para já vai-se mantendo na Alpha Tauri, para felicidade dos membros da equipa que sabem que com ele podem chegar mais longe. Do outro lado da garagem está Tsunoda, um jovem com talento, mas que parece não ter a maturidade suficiente para este nível de competição. Não está em causa a sua capacidade ao volante, mas sim a forma como encara a competição e as corridas. Depois de um primeiro ano com um balanço claramente negativo, Tsunoda terá de repensar no inverno a sua abordagem e fazer melhor em 2022, pois a máquina da Red Bull já tem jovens talentos à espreita e uma época semelhante ditará a saída do japonês.

Alfa Romeo – Renovação completa.

Valtteri Bottas / Guanyu Zhou

A Alfa Romeo encara a nova era com uma dupla completamente nova. Valtteri Bottas chega para ser a estrela da equipa e é uma aposta inteligente por parte da Alfa. Vai para um ambiente com menos pressão, onde será a referência e poderá mostrar um pouco mais do que pode fazer e a Alfa recebe um piloto experiente, que sabe como uma equipa vencedora funciona e muito mais motivado que o finlandês que agora sai da equipa, que sempre admitiu que a F1 para ele era agora um passatempo (bem pago). Bottas não encara a F1 como um passatempo, tem uma postura mais aberta e estará interessado em fazer crescer a Alfa e com isso tentar aproximar-se dos lugares da frente. Zhou foi uma escolha interessante, mas não entusiasmante. Deu nas vistas na F4 italiana e o seu talento parecia indicar que podia finalmente ser o primeiro piloto chinês na F1. Está a fazer uma boa época na F2, onde luta pelo campeonato, tendo também conquistado o título da F3 asiática. Mas a carreira de Zhou é feita de altos e baixos e apesar de ter potencial para ser um bom piloto, não é o talento mais entusiasmante da F2. Oscar Piastri, por exemplo, que chegou a ser associado ao lugar, parecia ser uma opção mais interessante, dado o talento e potencial, ou até Theo Pourchaire que chegou a ser equacionado, mas foi considerado demasiado jovem para este salto. Giovinazzi mostrou uma evolução interessante e bateu-se de igual para igual com Kimi Raikkonen, pelo que não será fácil ao chinês substituir “Gio”. Mas no geral esta nova dupla (única equipa com alinhamento 100% novo) parece ser um upgrade na Alfa Romeo.

Williams – Albon em busca da redenção

Alex Albon / Nicholas Latifi

A grande novidade para 2022 na Williams chama-se Alex Albon. O tailandês tem uma nova oportunidade na F1, depois da experiência falhada na Red Bull e chega a uma equipa onde pode mostrar e maturar o seu talento. Teve de crescer demasiado depressa para as exigências de uma equipa de topo, mas na Williams poderá continuar o trabalho que Russell começou. Não será fácil pois Russell é um prodígio, mas Albon já mostrou que tem capacidade para ser tão bom quanto os melhores. Pode parecer uma aposta algo arriscada, com outros nomes interessantes livres, mas Albon traz juventude, talento e uma postura muito positiva, que encaixa no perfil da Williams. Latifi fica também, mas apesar de ter mostrado alguma evolução, tem sido constantemente superado por Russell e não tem mostrado potencial para grandes melhorias. Talvez a nova parceria e mais um ano lhe façam bem, mas Latifi parece indicar que não dará muito mais. Substituir Russell nunca seria fácil, mas a Williams foi arrojada na sua escolha. Na teoria fica a perder, mas na prática o cenário poderá ser diferente.

Haas – Depois do ano zero, o começo

Nikita Mazepin / Mick Schumacher

Poucos pilotos tiveram a “sorte” de ter um ano zero, onde pudessem aprender sem pressão, mas Schumacher e Mazepin tiveram isso mesmo. Com a Haas à espera da nova era, e sem querer gastar muito nesta época, o objetivo deste ano passava por… sobreviver e preparar os jovens para o futuro. Schumacher tem crescido de forma positiva e a sua evolução tem sido clara ao longo da época, perfilando-se como o piloto principal da equipa para o próximo ano. Já Mazepin tem colecionado piões, polémicas fora de pista e prestações algo cinzentas. Não está a ter um bom arranque de carreira e está ainda longe de convencer. Mas o plano sempre passou por manter os dois pilotos para a próxima época, ano em que a Haas pretende ressurgir. Schumacher pode dar conta do recado, mas há muitas dúvidas sobre Mazepin. 

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4 Comentários
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garantia4
garantia4
2 anos atrás

Mazepin
Zhou
Latifi
Tsunoda
Stroll
M. Schumacher ( sorry)
Vai ser emocionante.

jaguar-r1
jaguar-r1
Reply to  garantia4
2 anos atrás

Tira o Stroll daí, já fez pole e pódios.

NSimao
NSimao
2 anos atrás

Se Max for campeao este ano, sera interessante ver em 2022 a dinamica entre os pilotos da Mercedes.
Hamilton vai com certeza voltar com tudo tal como fez no ano seguinte ao campeonato perdido para o Rosberg, mas Russell nao e o Bottas.
Espero que a McLaren tenha um carro de topo para vermos Norris a ganhar uns quantos GPs.
PS: Dentro dos pilotos t$lento$o$ que ha por ai no mercado, nao se arranja nenhum melhor que o Mazespin?

mantis
mantis
2 anos atrás

Quem escreveu o texto já nem se lembra de como o Albon o ano passado se arrastava pelos últimos lugares pontuáveis…

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