F1, GP de Las Vegas: Por que as temperaturas vão dar dores de cabeça?

Por a 17 Novembro 2023 17:53

Durante alguns dias receou-se que as temperaturas em Las Vegas fossem tão baixas que poderíamos ter o GP mais frio da F1, um desporto que muito raramente tem de enfrentar temperaturas baixas. Mas a meteorologia acabou por facilitar um pouco a vida às equipas. Ainda assim, desafio é grande.

Durante o TL2, o único com relevância para a preparação deste fim de semana, as temperaturas rondaram sempre os 15 graus Celsius, o que não é demasiado frio. No entanto, as temperaturas dos pneus andaram sempre longe do ideal e isso é um problema.

Há dois tipos de degradação nos pneus: a degradação térmica, provocadas pelo calor e a degradação por fricção. Apenas para completar a explicação no que diz respeito a pneus, se o interior do pneu aquecer de forma demasiado rápida ou intensa, poderemos ter “blisters” ou bolhas (o desequilíbrio entre a temperatura alta do interior e a mais fria do exterior provoca o fenómeno). O famoso “graining” ou granulação é motivado pela temperatura excessiva na superfície do pneu, criando pequenas bolas de borracha que se soltam. Nos casos em que falamos de diferenças de comportamento de pneus motivados por diferenças de temperatura, falamos de degradação de pneus. Com temperaturas mais frias, é mais difícil colocar os pneus à temperatura ideal e isso provoca falta de aderência. A falta de aderência faz os pneus patinarem, o que leva ao desgaste dos pneus. Uma pista fria é suscetível de causar mais desgaste, enquanto uma pista quente é suscetível de criar mais degradação.

A conversa de pneus é sempre aborrecida, mas é necessária em Las Vegas. Se as temperaturas se mantiveram ou até baixarem, a dificuldade para aquecer os pneus vai ser grande, o que pode levar a desgaste excessivo dos pneus. Esse desgaste pode tornar uma corrida que facilmente seria de uma paragem para duas ou três paragens, isto pelos dados recolhidos nos treinos.

Há também a questão das longas retas. Nas retas, os pneus tendem a arrefecer e isso provoca uma diferença nos níveis de aderência. É por isso que Fernando Alonso considera que o comportamento do carro nas zonas de travagem é aleatório:

“É um circuito interessante, com muitas curvas diferentes e longas retas que, à noite, fazem com que os pneus percam um pouco de temperatura, pelo que as zonas de travagem são interessantes e um pouco aleatórias em termos de aderência”, afirmou Alonso. “É interessante, a corrida vai ser divertida, com muitas oportunidades também. Vamos ver se conseguimos otimizar as coisas”.

Assim, poderemos ver erros nas zonas de travagem, poderemos ter incidentes que provoquem Safety Cars. Não será uma corrida fácil para os pilotos, nem para os estrategas. E se as elevadas temperaturas costumam afetar a performance dos pneus, também as temperaturas baixas. Mais um desafio para as equipas.

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