F1: Combater o inimigo chamado Jet Lag
Num desporto onde cada milésimo de segundo pode fazer a diferença, os pilotos de Fórmula 1 precisam de estar física e mentalmente no topo das suas capacidades. A rotina extenuante de viagens intercontinentais, fusos horários e longos fins de semana de corrida torna o sono um dos pilares mais críticos da performance.
A importância do sono
Dormir bem é essencial para o rendimento e a segurança de um piloto. Estudos comprovam que uma única noite com menos de seis horas de sono pode afetar o tempo de reação, a capacidade de concentração e a clareza de raciocínio — fatores decisivos num cockpit de F1.
Dormir bem é fundamental para os pilotos de Fórmula 1, pois afeta diretamente o seu desempenho físico e mental durante os fins de semana de corrida. Uma boa noite de sono garante que os pilotos mantenham altos níveis de concentração, tempos de reação rápidos e tomada de decisões claras, essenciais para lidar com as intensas exigências de pilotar um carro de F1 em alta velocidade.
Everything to play for 💪 pic.twitter.com/hhXeZelnxq
— Oscar Piastri (@OscarPiastri) October 27, 2025
Além do tempo na pista, os pilotos precisam participar de reuniões técnicas e de equipa que exigem foco constante. Dormir mal leva à redução da concentração, tempos de reação mais lentos e alterações de humor, impactando negativamente os tempos de volta e o desempenho geral na corrida.
“O sono é uma parte fundamental da nossa preparação, tanto antes como durante um fim de semana de corrida”, sublinhou Oscar Piastri, piloto da McLaren. “Se um piloto dorme mal, a concentração e o humor ficam comprometidos. O corpo pode aguentar um pouco com adrenalina, mas, numa corrida longa, a diferença faz-se sentir.”
Mas gerir o sono em Fórmula 1 é um desafio complexo. Com 24 Grandes Prémios em cinco continentes, os pilotos enfrentam mudanças constantes de fuso horário, o que desregula o ritmo circadiano.
O inimigo chamado jet lag
O jet lag é um distúrbio temporário do sono e do ritmo biológico causado por viagens rápidas através de diferentes fusos horários, como aquelas feitas de avião em longos percursos internacionais. O ritmo circadiano é ciclo biológico natural de aproximadamente 24 horas que regula as funções e processos do corpo, como sono, vigília e liberação de hormonas, sincronizando o organismo com o ciclo dia-noite. Com o jet lag, ocorre uma dessincronização em relação ao horário local do destino, provocando sintomas como fadiga, dificuldades para dormir, redução da capacidade de concentração, mal-estar e distúrbios digestivos. O jet lag tende a ser mais intenso quanto maior o número de fusos horários atravessados e pode afetar pessoas de todas as idades, sendo especialmente notado nas primeiras horas ou dias após a chegada ao novo local.
P2, ahuevo weyyyyyyyyyy 😘 pic.twitter.com/8W5yEdrFZN
— Charles Leclerc (@Charles_Leclerc) October 27, 2025
Para minimizar o jet lag, as equipas elaboram planos personalizados, ajustando gradualmente os horários de sono e alimentação antes da viagem. Charles Leclerc explicou, num vídeo para a Eight Sleep, que assim que termina uma corrida, coloca logo o relógio no fuso horário da próxima corrida.
“É um truque fácil de fazer e dá-nos logo uma ideia do que vamos enfrentar. E de imediato adapto as horas das refeições às horas dos locais onde vou correr. Também uso óculos de sol que imitam o nível de luminosidade que terei na corrida onde vou estar, de acordo com o fuso horário local”.
“Tentar imitar o fuso horário do destino antes de lá chegar é das tarefas mais difíceis, mas também das mais importantes”, afirmou Piastri. “Normalmente começo a adaptar-me ainda antes do voo ou aproveito a viagem para o fazer. Quando as diferenças são grandes, como para a Austrália, viajamos mais cedo para termos tempo de nos ajustar.”
Jacket in Singapore was a new one pic.twitter.com/RE1PTNJiJT
— Oscar Piastri (@OscarPiastri) October 2, 2025
Descanso fundamental para a performance
O descanso faz parte do planeamento minucioso das equipas de topo. Cada minuto do dia é cronometrado: desde as refeições às sestas, passando pelo tempo de relaxamento e a hora exata de deitar e acordar. Esta organização científica visa eliminar decisões desnecessárias e garantir que o piloto chega ao momento da corrida mentalmente liberto e fisicamente pronto.
As pequenas sestas são importantes para manter as baterias carregadas. Leclerc admite que usa este truque e que sem ele seria muito difícil aguentar o programa de treinos de inverno na preparação para a nova época.
Few more miles on the clock pic.twitter.com/tYOROarV6x
— Oscar Piastri (@OscarPiastri) September 11, 2025
Ainda assim, nem sempre é fácil “desligar”. Após uma sessão em pista, a adrenalina mantém-se alta, o que pode atrasar o sono. Piastri explica que o segredo está em criar um ritual de desaceleração: “Depois de um dia intenso, é importante ter tempo para relaxar. Tomar um duche, ver um programa ou vídeos ajuda-me a desligar. Também deixo sempre uma margem entre o momento de me deitar e o de adormecer, para não ficar stressado a olhar para o relógio.”
Curiosamente, o australiano considera-se um sortudo: “Adoro dormir e consigo adormecer em quase qualquer sítio — num hotel, num avião ou num carro (como passageiro, claro).” Sem recorrer a café ou outras fontes de cafeína, acredita que essa escolha o ajuda a manter um descanso natural e de qualidade.
A gestão do jet lag e do descanso é outras das componentes que afeta o dia a dia dos pilotos. Além do treino específico intenso ao longo da temporada e especialmente no inverno, os piloto têm de gerir a sua vida de acordo com parâmetros bem delineados de forma a poderem estar no topo da forma. Tudo isso exige disciplina e dedicação, o que nem sempre, com o barulho das luzes e o glamour dos fins de semana de corrida a terem mais destaque. Mas é uma tarefa árdua e de exigência diária.
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