F1: As soluções da FIA para resolver de vez o “porpoising”

Por a 16 Julho 2022 15:00

O “porpoising” foi um dos termos mais usados no início do ano. O efeito oscilatório, que se via de forma mais evidente no início do ano, causou dores de cabeça às equipas que tentaram soluções que exacerbaram esse efeito (como a Mercedes) na busca de mais apoio aerodinâmico, enquanto equipas como a Ferrari e a Red Bull conseguiram desde cedo evitar problemas e minimizar o efeito. Para garantir que não voltamos a ver imagens como as de Baku em que Lewis Hamilton quase não conseguia sair do carro com dores de costas motivadas pelos impactos do carro contra o asfalto nas zonas de maior velocidade, a FIA irá aplicar um conjunto de medidas para resolver o problema.

São quatro as áreas em que veremos serem aplicadas mudanças:

1) uma elevação de 25mm dos bordos do fundo

2) elevação da garganta do difusor do fundo

3) a introdução de testes de deflexão das laterais do fundo mais rigorosos

4) a introdução de um sensor mais preciso para ajudar a quantificar as oscilações 

A primeira medida é aquela que mais efeitos práticos deverá produzir. Segundo Gary Anderson, ex-desenhador de F1 (que já colaborou com o AutoSport), num artigo na publicação The Race, a elevação dos bordos do fundo do carro é a solução que mais impacto deverá ter. Na prática é um pouco a solução que a Red Bull já aplicou, com uma subida do ângulo dos bordos do fundo na parte traseira do carro. Se olharmos para o perfil do Mercedes quando tinha muito porpoising, o fundo era plano sem qualquer sobrelevação, o que garante máximo apoio aerodinâmico, mas leva a problemas de oscilações, que se iniciam no eixo traseiro. A FIA ainda terá de dizer como será aplicado este aumento de 25mm, em particular, se será aplicado aos limites do fundo na parte de trás ou em todo o comprimento do fundo. Mas o que importa é que esta parte traseira do fundo seja regulada, que é onde reside o maior problema.

A elevação da “garganta do difusor” é relativamente simples de aplicar. A zona em questão é onde o fundo plano está mais perto do chão, para criar o “efeito venturi”. Os testes de deflexão lateral permitirão à FIA controlar as equipas que possam usar esse truque para ganhar performance. Mas segundo Gary Anderson esta medida não trará grandes ganhos, pois trata-se de explorar algo que é difícil de simular no túnel de vento (se as equipas não conseguiram antever a extensão do porpoising dificilmente apostarão num truque difícil de simular).

A introdução de um sensor mais preciso para identificar as oscilações permitirá medir melhor as implicações das oscilações, permitindo colocar limites às forças que os pilotos poderão sentir dentro do carro.

Com estas medidas, sendo a primeira a mais importante para impedir o porpoising, a FIA pretende minimizar o porpoising e que este problema deixe de o ser em 2023. 

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