F1: Aperta-se o cerco nas regulamentações dos motores

Por a 7 Fevereiro 2018 18:30

Já se sabia que 2018 seria um ano exigente ao nível das unidades motrizes. A diminuição do número de motores permitidos por época, caindo de cinco para três, vai exigir um trabalho de gestão muito mais cuidado.

Cada motor está dividido em 6 componentes e cada um desses componentes é contabilizado de forma independente. Quando se diz que cada carro vai ter direito a 3 unidades motrizes é um arredondamento, pois na verdade há elementos em que só são permitidos dois por época:

-Motor de combustão interna, o turbo-compressor e a unidade de recuperação de energia térmica (MGU-H) são os elementos que as equipas poderão trocar por três vezes sem que qualquer penalização seja aplicada. Cada elemento terá de durar uma média de 7 corridas.

-Os sistemas de armazenamento de energias (baterias), a unidade de controlo e a unidade de recuperação de energia cinética (MGU-K) apenas poderão ser trocadas duas vezes.  Cada elemento terá de durar aproximadamente 10 corridas.

 

A Renault e a Honda olham para este cenário com pouco agrado e há ainda vontade de tentar mudar as regras antes do início do campeonato, para que seja possivel aumentar o numero de elementos permitidos por época. Será certamente difícil convencer a Mercedes disso, eles que já têm a sua unidade motriz com um nível de fiabilidade apreciavel.

 

Outro aspeto a ter em conta são as novas restrições que a FIA colocou nos motores. Os responsáveis pelo órgão máximo do automobilismo repararam que algumas equipas andavam a usar truques para tirar mais potência dos motores e para evitar uma espiral de desenvolvimento que iria inevitavelmente aumentar os custos e a distâncias entre equipas grandes e pequenas, resolveu fechar algumas portas:

-A queima de óleo para aumentar a potência do motor é algo que a FIA quer evitar a todo o custo e para isso diminuiu o a quantidade de óleo  que o motor pode gastar por corrida, tendo esse valor baixado para os 0.6L por 100km. Acrescenta-se a isso a obrigatoriedade das equipas darem leituras frequentes da quantidade de óleo nos depósitos do carro e a quantidade de óleo colocada no carro deve ser declarada à FIA com uma hora de antecedência. Mais ainda, foram proibidas válvulas de ligação entre os elementos da unidade motriz e as entradas de ar (alguns motores tinham válvulas que permitiam que o óleo chegasse à entrada de ar tornando assim a mistura ar/combustível mais rica, o que implicava mais potência). O óleo usado para cada corrida deverá ser declarado à FIA e apenas esse tipo de óleo poderá ser usado durante todo o fim de semana (algumas equipas usavam um tipo de óleo para qualificação e outro para corrida). A análise dos componentes dos óleos usados será também mais apertada e alguns elementos não serão permitidos.

-Os fluidos que  saem do carro devem ser lançados para a atmosfera por orifícios na traseira do carro. Alguns desses fluidos, que são descartados pelo carro ao longo da corrida eram, supostamente, enriquecidos com propriedades comburentes e de seguida injetados de novo para o motor, de forma a ter um aumento de potência. A partir de 2018 essa prática está proibida. Para clarificar ainda mais este ponto, o artigo 5.14.2  diz que está proibida a adição de  outra substância sem ser combustível, ao ar destinado para a combustão no motor.

-Outra novidade é a introdução de uma temperatura mínima do ar que chega às câmaras de combustão. Esse limite ficou estabelecido em 10 graus acima da temperatura ambiente, expecto em situações de Safety Car, primeira volta da corrida e voltas que tenham uma paragem nas boxes. Esta medida é a mais surpreendente e mostra que algumas equipas estavam a conseguir fazer chegar ar mais fresco ao motor. Quanto mais fresco estiver o ar mais rico em oxigénio está e mais eficiente se torna a combustão. Temperaturas de ar superiores implicam menos potência e perigo de danificarem o motor.

 

Pretende-se com isto acabar com as suspeita de que alguma equipas (Mercedes e Ferrari) estivessem a usar este tipo de truques para conseguir mais potência. Com isto as equipas com mais recursos não poderão tentar outras soluções que impliquem queima de óleo que as equipas mais pequenas não podiam fazer.

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3 Comentários
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nuz18t
nuz18t
6 anos atrás

Estou ansioso que comece a época, mas ultimamente a F1 só faz alteracoes de caca, fluxo de combustivel, o halo, 3 motores, pit babes, agora vao comecar a medir a agua que o piloto bebe… enfim, deve ser só engenheiros a cocar a cabeca e a pensar em dedicarem-se á vela!

Kimi Iceman
Kimi Iceman
6 anos atrás

Três motores por época só pode ser a gozar e a quererem “pescar” penalizações à força, se calhar com a ideia de aumentar o espectáculo e não ser sempre o mesmo a sair da pole position.
Temperatura do ar… no problem, em Brackley já se estuda novas “batotas” para continuar a ganhar à força.

Frenando_Afondo™
Frenando_Afondo™
Reply to  Kimi Iceman
6 anos atrás

Entretanto em maranello contra-atacam para conseguirem voltar às vitórias, Sergio Marchionne faz, pela enésima vez, “forward” do seu email a ameaçar sair da Formula 1…

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