F1: Antes da conquista do título com a Brawn, Jenson Button procurou uma vaga na Toro Rosso

Por a 12 Novembro 2023 15:23

A temporada de 2009 e como Jenson Button e a Brawn GP conquistaram os títulos mundiais da Fórmula 1 foi recordada pelo documentário “Brawn: A História Impossível da Fórmula 1”, que estreia no próximo dia 15 de novembro na plataforma Disney+, contado pelo ator Keanu Reeves. Ainda antes dessa estreia, Button revelou que tentou encontrar uma vaga para si na equipa júnior da Red Bull, mas que com os contratos finalizados na estrutura liderada por Christian Horner, não restava outra hipótese que não fosse tentar que a equipa de Ross Brawn fosse competitiva. 

A história da Brawn GP é digna de um filme, neste caso de um documentário. “É como se isso nunca fosse acontecer. É o filme de Hollywood que não é realista, mas aconteceu”, disse o antigo piloto e Campeão do Mundo de Fórmula 1 da temporada de 2009 entrevistado no programa matinal do canal britânico ITV, o “The Morning”. 

Depois de terminar a temporada de 2008 com apenas 14 pontos somados e nono lugar do mundial de construtores, a Honda anunciou o fim do seu programa na Fórmula 1 em dezembro, numa altura em que os contratos com os pilotos para a temporada seguinte costumam estar fechados. Button e o seu companheiro de equipa Rubens Barrichello, além dos mais de 700 funcionários da equipa, ficaram à espera de um milagre. Foi aí que “a equipa foi comprada por 1€ e ganhou o campeonato”, pelas mãos de Ross Brawn.

Mas antes, Button revelou agora, que tentou “sair da situação, porque a equipa parecia não existir. Andei a perguntar e o meu empresário falou com o Christian Horner sobre a possibilidade de pilotar para a sua equipa júnior [Toro Rosso] e ele disse que não, que os contratos já estavam fechados”. Recordamos que em 2009, a Red Bull tinha Mark Webber e David Coulthard, enquanto Sebastian Vettel e Sébastien Bourdais eram os pilotos da Toro Rosso. O melhor que a Red Bull tinha alcançado no campeonato do mundo era o quinto posto da temporada de 2007. 

Sem vaga na estrutura liderada por Horner, Button compreendeu que estava “tudo bem” e que a nova equipa teria que “fazer com que fosse possível” competir. “Encontrámos algumas pessoas que estavam interessadas em adquirir a equipa, mas acho que não teria funcionado dessa forma e o Ross apareceu e comprou a equipa por uma libra com a sua liderança, o que foi uma grande razão para tudo ter funcionado”, recordou Button.

A influência de Brawn neste projeto começou logo por ser importante, porque Honda saiu e levou os seus motores, deixando o chassis e toda a aerodinâmica. Havia muito trabalho realizado e “muito dinheiro gastado”. “O carro foi desenvolvido para funcionar com um tipo de motor e depois tivemos de ir pedir e implorar a alguém que nos desse um motor para colocar na parte de trás”, disse o britânico, acrescentando que depois de conseguirem um fornecedor, “os rapazes terem feito um trabalho fantástico ao montá-lo. Quando testámos, fomos os mais rápidos no primeiro teste que fizemos, quando todos estavam a testar há dias. Foi nessa altura que se deu o clique e pensámos que tínhamos alguma coisa”. 

Os problemas não se ficaram por ali, uma vez que durante a temporada, depois de um começo sólido, as prestações foram caindo e surgindo outras questões, sem que Button tivesse percebido nessa altura. O antigo piloto de F1 afirmou que só com o documentário, percebeu que “havia tanta coisa a acontecer nos bastidores. A equipa não tinha dinheiro e o Bernie [Ecclestone] devia dinheiro. As equipas queriam deixar a Fórmula 1 e começar a sua própria categoria”. 

Na experiência pessoal, Button considera que ter aquela oportunidade, perceber que podia ser campeão foi o “pior porque colocamos muita pressão sobre nós próprios, porque pensei que aquela podia ser a minha única oportunidade de realizar o meu sonho, que tinha desde os 8 anos de idade, e tudo estava a correr tão bem no início do ano, a ganhar. Mas quando se está a ganhar, tudo o resto é um fracasso – vemos o Max Verstappen a ficar irritado quando não é suficientemente rápido – e colocamos tanta pressão sobre nós próprios e, depois, quando a pressão diminui, foi uma espiral para mim, mentalmente, tive muita dificuldade em lidar com isso. Lutei muito com isso, não estava no estado de espírito certo, demorou muito tempo a ultrapassar essa fase e foram precisas pessoas à minha volta – incluindo o meu falecido pai – para me ajudarem a ganhar aquele título”.

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