F1: Alguém conseguirá dar a volta à Williams?
A Fórmula 1 tem
o seu olhar sobre o horizonte do futuro, o passado dificilmente torna um carro
mais rápido, mas ainda assim as equipas tradicionais lembram-nos os quase
setenta anos de existência da categoria. Ver uma equipa como a Williams em
dificuldades é angustiante para grande parte dos adeptos, que gostariam de a
ver a lutar pelas posições cimeiras. Será que conseguirá dar a volta e
regressar aos dias de competitividade?
Há trinta anos
a equipa fundada por Frank Williams iniciava as bases para um dos seus períodos
de sucesso mais duradoiros. A associação com a Renault começava precisamente há
30 anos, em 1989 e se as primeiras duas temporadas foram pouco frutíferas, 1991
começava a dar os resultados técnicos para que o seu domínio que entrou em
força em 1992 com os ‘carros ativos’ e que esmagaram a concorrência em duas
temporadas consecutivas.
A força
competitiva manter-se-ia até 1997, até ao abandono da Renault, conquistando
mais quatro títulos – dois de pilotos, com Damon Hill e Jacques Villeneuve, e
dois de construtores.
Hoje a Williams
está na posição diametralmente oposta – foi a equipa menos competitiva em 2018
e, quando se esperava que nada pudesse correr pior, não conseguiu terminar o
seu monolugar a tempo de participar nos dois primeiros dias e meio dos testes
de Inverno deste ano, falhando a mais de vinte e cinco porcento da campanha de
ensaios da pré-temporada, o que a deixou na difícil posição de ser a menos bem
preparada para o início da época. O que se viu em Melbourne, foi apenas o
reflexo disso mesmo, com George Russell a terminar a duas voltas do vencedor e
Robert Kubica, a três. Em termos de performance pura, George Russell registou 1m24.360s
na sua melhor volta na qualificação, face aos 1m26.067s de Robert Kubica. Lewis
Hamilton fez a pole com 1m20.486s. Quase quatro segundos para Russell, 5,5s
para Kubica. É uma enormidade…
Foi desesperante ver a Williams a alterar o seu plano para a primeira bateria
de testes de Barcelona quase hora a hora. Na segunda-feira a equipa de Grove
não sabia, sequer, estaria pronta para quarta-feira. “Parece ser certo que não
estaremos em posição de rodar em pista antes de quarta-feira. Isto é,
obviamente, extremamente desapontante, mas infelizmente é a posição em que
estamos. Colocaremos o FW42 em pista o mais cedo possível”, afirmava então
Claire Williams.
Esta incerteza
demonstrada quanto ao momento em que a equipa teria o seu carro pronto,
evidencia o quão perdida está tecnicamente, o que poderá ser um mais presságio
para a temporada que se avizinha. Esta situação poderia ser vivida devido a um
plano de desenvolvimento demasiado agressivo, mas segundo diversos rumores, o
atraso na construção do FW42 deveu-se a prazos demasiados apertados para os
fornecedores da equipa, que mostraram ser impossíveis de concretizar.
Esta situação
já teve consequências, com a ‘ida de férias’ de Paddy Lowe, que oriundo da
Mercedes, é o director técnico, e acionista, da Williams. Segundo os mesmos
boatos que circularam, o inglês terá colocado o seu lugar à disposição, possibilidade
que não foi desmentida pela formação de Grove.
Pelas mãos de
Robert Kubica e George Russell, o Williams FW42 Mercedes tem evidenciado uma
boa fiabilidade, mas com o atraso de desenvolvimento face aos seus adversários,
é difícil tirar qualquer conclusão, neste momento. Não há desculpas e Lowe
dificilmente manterá o seu lugar, saindo pela porta pequena, depois de ter sido
visto como um dos mentores do sucesso de que a Mercedes ainda hoje goza.
Depois de uma
temporada que marcou apenas sete pontos, esta temporada terá de somar
obrigatoriamente mais para fugir ao último lugar do Campeonato de Construtores
e poder iniciar o progresso que nos recordará da equipa que, há trinta anos
lançou as bases para o maior período de sucesso da sua história. Caso
contrário, a Williams corre o risco de se assumir definitivamente como apenas
uma sombra do seu glorioso passado, ao estilo da Tyrrel ou da Lotus…
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