F1, Alex Albon & Pierre Gasly: Faltou talento ou tempo na Red Bull?

Por a 20 Dezembro 2020 12:30

Alex Albon e Pierre Gasly tentaram ser felizes na Red Bull mas os jovens pilotos não conseguiram impor-se na equipa austríaca. O que levou ao fracasso destes jovens talentos?

A entrada de Max Verstappen no programa da Red Bull mudou por completo a face do programa. O enorme talento do holandês fez (e faz) sonhar os responsáveis da equipa com a chegada de uma nova era de sucesso, à boleia da qualidade de Max. Mas com isso, todos os outros pilotos entretanto formados pelo programa têm tido dificuldades.

Na altura em que Verstappen chegou, foi rookie com Carlos Sainz e as atenções todas voltaram-se para o holandês, com o espanhol a ficar algo de parte, apesar de uma boa época de estreia. Sainz entendeu cedo que o seu futuro não passaria pela Red Bull e tratou de fazer o seu caminho, primeiro na Renault e com mais sucesso na McLaren.

Entretanto Verstappen substituiu Daniil Kvyat, que foi despachado para a Toro Rosso, saiu da F1 e regressou novamente, surgiu Pierre Gasly que foi promovido à Red Bull quando Daniel Ricciardo saiu (achou que a presença de Verstappen não lhe daria as mesmas hipóteses de lutar pelo título o incidente em Baku terá sido a gota de água), não se adaptou à equipa principal e foi despromovido para dar lugar a um recém repescado Alex Albon, que estava de contrato assinado para correr na Fórmula E e agarrou o sonho da F1.

Kvyat, Gasly e Albon viram a sua carreira ser afetada pela presença de Max, e no caso dos dois últimos foram companheiros de equipa do #33. Mas será que faltou talento a esta dupla para ter sucesso?

Gasly mostrou-se na F4 francesa onde foi terceiro, evoluindo até a Fórmula Renault 2.0 Eurocup que venceu, tendo sucesso também na Fórmula Renault 3.5 onde foi vice-campeão. No GP2 foi campeão e seguiu-se a F1. O ano de estreia na Toro Rosso foi muito positivo o que lhe abriu portas para uma promoção à Red Bull.

Alex Albon sempre foi considerado um dos grandes talentos das categorias jovens, mas não teve o mesmo sucesso que Gasly. Terceiro na Fórmula Renault 2.0 Eurocup, vice campeão no GP3 e terceiro classificado na F2.

Pelo potencial evidenciado nas categorias jovens, ambos tinham capacidade para se impor na Red Bull, mas nem sempre uma carreira de sucesso nos campeoantos de inciação implica o mesmo na F1. Nico Hulkenberg foi dos melhores pilotos das categorias jovens e agora está a ver F1 em casa e Sérgio Pérez, que se evidenciou muito menos tem pódios, vitórias e agora um lugar na… Red Bull.

Gasly e Albon tiveram percursos algo similares… um bom arranque, uma promoção que chegou talvez demasiado cedo e uma equipa que precisava de mais, sem tempo para adaptações.

Gasly foi claramente dispensado cedo demais. Meio ano na Red Bull, com dificuldades e foi atirado para a Toro Rosso. Albon foi chamado para ser colega de Verstappen, depois de meia época de grande nível na Toro Rosso onde mostrou grande capacidade nas lutas em pista.

Fica a ideia que ambos foram injustiçados e não tiveram tempo para mostrar mais. Gasly fez um 2020 de grande nível e foi considerado o quarto melhor do mundo para a Autsport.com. A vitória em Monza e as grandes prestações fizeram dele um dos destaques desta época. Mas a meio de 2019 era alvo das mesmas piadas que vimos sobre Alex Albon está época.

Albon, apesar de alguns erros esteve perto do primeiro pódio no GP do Brasil 2019, não fosse aquele toque de Hamilton. Albon mostrou mais em menos tempo que Gasly, mas teve também mais tempo para se recompor das más prestações.

A Red Bull continua a querer que os talentos se formem todos rapidamente como aconteceu com Sebastian Vettel e Max Verstappen, mas com isso perde. Sainz é agora um piloto estabelecido mas precisou de tempo para encontrar a melhor forma e confiança. São muitos os casos de pilotos que demoraram a impor-se e se tornaram muito bons. Os grandes talentos conseguem fazer isso rapidamente, mas os grandes talentos surgem com uma regularidade muito menor.

Parece que tanto Gasly como Albon são pilotos de valia semelhante, embora o francês leve alguma vantagem. Parece também que se tivessem mais tempo para crescer, poderiam ter sucesso na Red Bull.

Podemos dar o exemplo de um piloto que se evidenciou no seu arranque, passou por uma equipa de topo, foi dispensado, refez a sua carreira, já com mais maturidade e agora chega a uma equipa de topo, a Red Bull, sendo unanimemente considerado um dos melhores da atualidade… Sérgio Pérez, o mesmo que os vai substituir. Pérez teve tempo para amadurecer as suas qualidades e se tornar num grande piloto. O tempo que é sempre necessário para evoluir.

Qual a sua opinião? Faltou tempo, ou talento a Gasly e Albon?

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Pity
Pity
3 anos atrás

Não deram a nenhum dos dois tempo suficiente. A prova disso foram as prestações do Gasly na Alpha Tauri. O maior problema da estrutura Red Bull, é que querem que todos os seus pilotos sejam Verstappens, o que não é possível.

Cágado1
3 anos atrás

Já tinha boa impressão do Gasly antes da F1 e ela mantém-se. O Albon foi um excelente surpresa na TR e acho que é um bom piloto em batalha. Fico com boa impressão de ambos. Toda a carreira do Gasly tem sido um bocado de alternância de anos bons e menos bons. O ano RB estava no ciclo negativo, mas, claramente o Gasly não teve tempo suficiente, isso é indesmentível. Meia temporada e desde o início sob pressão não chega para um piloto com 1 ano de experiência atingir um bom nível, se não for um sobre-dotado. Quanto ao Albon,… Ler mais »

831ABO
831ABO
3 anos atrás

Simples. Não deram tempo ao Pierre Gasly e o Alex Albon não é material de F1. Uma especulação um pouco a despropósito: será que a contratação do Pérez significa que a RB olhou o passado, viu o sucesso da dupla Vettel-Webber e achou por bem regressar a essa fórmula? A dinâmica entre o Verstappen e o Checo pode ser muito semelhante… Já que estou a sair do tema do artigo, repito aqui uma pequena sugestão para a redacção do autosport.pt a propósito de «Holanda» e «holandês»: no início deste ano entrou em vigor uma lei que aboliu a expressão «Holanda»… Ler mais »

Pity
Pity
Reply to  831ABO
3 anos atrás

Não seja chato 🙂 holandês custa muito menos a dizer (mesmo quando se escreve) do que neerlandês. Mais, se os habitantes da Holanda são holandeses, os habitantes dos Países Baixos, deviam ser os baixenses ou, os neerlandeses deviam ser os habitantes da Neerdalândia. (just joking)

831ABO
831ABO
Reply to  Pity
3 anos atrás

Que piada…
Realmente, é chato pedir a jornalistas que estejam informados e actualizados sobre qualquer coisa que não seja carros. Tem razão. Já agora, vamos chamar «Gália» à França e «Hansa» à Alemanha. É mais fácil e custa menos a escrever por serem menos letras.

Pity
Pity
Reply to  831ABO
3 anos atrás

Agora falando a sério, vai levar muito tempo até que Holanda e holandês desapareçam da nossa mente. É como a Birmânia, que passou a Mianmar e continua-se a ouvir Birmânia e birmanês. Foi assim que aprendemos e desaprender leva tempo. Os exemplos que deu não fazem sentido, exactamente porque não foi assim que aprendemos. Nem queira saber a confusão que me fez a mudança de nome de muitos países africanos, tão diferentes eles eram daqueles mapas que eu decorara… e me davam dois valores certinhos nos testes de Geografia.

Cágado1
Reply to  831ABO
3 anos atrás

A decisão dos Países Baixos diz tão somente respeito a eles, não tem qq efeito no português corrente. Tb os gregos e a Grécia não o são – grego é inclusivamente pejorativo na terra deles – e quase nenhum português lhe passa sequer pela cabeça chamar ao país Hellas e poucos se referem como helénicos.

Edudux
Edudux
Reply to  Cágado1
3 anos atrás

Conheci um grego que, todos os anos, viajava para um país diferente. Ele contou-me que, fora da Europa, quase sempre pensavam que o passaporte dele era falso exactamente por não conter a palavra Grécia, ou qualquer semelhante, pois não conheciam a designação Hellas.

Edudux
Edudux
Reply to  831ABO
3 anos atrás

Efectivamente, a Holanda é uma região dos Países Baixos mas, por ser a que historicamente tem tido mais influência sobre as outras regiões, começou a ser utilizada como nome do país. Aliás, têm crescido movimentos populares nos últimos anos para que a Holanda se separe dos Países Baixos.

Frenando_Afondo™
Frenando_Afondo™
3 anos atrás

Gasly esteve sempre na mira de Helmut Marko, por alguma razão o Austríaco tratou de pressionar e muito Gasly, não lhe deixando sequer tempo para errar na equipa, o que criou um piloto tão cauteloso que não extraía o máximo do monolugar. Bastou um erro nos testes de inverno e imediatamente Gasly passou a ser ciriticado e excrutinado à lupa pela RB, sendo o mais vocal em público Helmut Marko. Como esperam que ele evolua? Agora comparem com o que aconteceu com Verstappen: primeira corrida, estratégia feita para tirar Ricciardo da frente. Depois mesmo quando errava (e fartou-se de errar)… Ler mais »

mantis
mantis
3 anos atrás

Nenhuma das quatro. Foram claramente dois erros crassos da Redbull tê-los colocado ao lado de Verstappen logo no segundo ano. Não tiveram tempo de desenvolver e maturar as suas qualidades. A piorar a situação o Verstappen quanto a mim é o piloto que mais se assemelha a algo como o Senna. Lembro-me de um documentário sobre o Stewart nos anos 70 em que ele dizia que quando muito jovens são naturalmente rápidos mas não necessariamente bons pilotos. Só passam a sê-lo quando percebem porque é que são competitivos e com base nisso desenvolvem o seu estilo de condução. Agora se… Ler mais »

Não me chateies
Não me chateies
3 anos atrás

Não respondo ao inquérito porque é impossível dar a minha resposta. O Albon não teve talento e teve tempo de sobra. O Gasly tem talento e não teve tempo suficiente.

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