F1: Acabou o pesadelo da Alpine
A Alpine viveu uma época catastrófica, terminando em último lugar com apenas 22 pontos, a 48 pontos do nono lugar. Uma temporada negra que encerra uma era que nunca sorriu à estrutura gaulesa.
Os problemas da Alpine são já crónicos e muito referidos. Foi por isso que Flavio Briatore foi chamado, para tentar dar um rumo à estrutura. Mas 2025 funcionou como ano zero. No entanto, foi um zero demasiado redondo. A equipa francesa sofreu com um carro fundamental comprometido e mudanças de pilotos mal geridas. Jack Doohan começou a época, mas foi substituído após seis corridas por Franco Colapinto, que também não conseguiu pontuar. Pierre Gasly foi o único a marcar pontos consistentemente, mas raramente esteve competitivo. O A525 era lento e pouco fiável, frequentemente fora de Q1. Flavio Briatore admitiu erros na gestão de Colapinto e na estratégia geral da equipa. Foi uma época de crise total para a Alpine, que precisa urgentemente de reset para 2026.
O principal fator de fragilidade foi a unidade motriz Renault, que “morreu” sem honra nem glória antes da mudança para motores Mercedes em 2026, revelou um défice crónico de potência. O A525 era consistentemente o carro mais lento em linha reta, chegando a perder cerca de 10 km/h face à concorrência. A ineficiência do sistema híbrido agravou os problemas, com frequentes episódios de clipping que deixavam o carro vulnerável nos finais das retas. Foi por isso que o projeto da unidade motriz de 2026 foi terminado e a equipa preferiu recorrer às unidades Mercedes. A Renault, que tanto sucesso teve na era dos motores a combustão, nunca encontrou a fórmula certa na era hibrida e foi ultrapassada pela Honda que chegou mais tarde e sofreu muito para se tornar competitiva.

Ao nível do chassis, o comportamento instável gerou desconfiança constante nos pilotos. Gasly destacou a excessiva instabilidade traseira, que destruía pneus e ritmo de corrida. A rigidez da suspensão tornava o carro difícil de controlar em pistas irregulares, como Baku ou Singapura, e a janela operacional extremamente estreita tornava-o imprevisível, alternando entre subviragem e sobreviragem súbita.
A conjuntura agravou-se com uma decisão de gestão: a equipa optou por abandonar cedo o desenvolvimento do A525 para concentrar recursos no projeto de 2026. As atualizações que chegaram eram insuficientes ou inconsequentes. Este cenário penalizou os pilotos. Pierre Gasly foi forçado a exagerar para alcançar raros resultados positivos, enquanto os rookies Jack Doohan e Franco Colapinto perderam oportunidade de evolução num monolugar imprevisível e pouco didático.
Nota da Equipa: 3/10
Pierre Gasly – 18º no Mundial (20 pontos)
Pierre Gasly carregou sozinho a Alpine nas costas durante 2025. O francês conquistou 22 pontos, os mesmos da equipa, incluindo sexto em Silverstone e pontos no Bahrain, Miami, Espanha, Grã Bretanha, Bélgica e São Paulo. Gasly dominou completamente os seus companheiros de equipa, que nunca mostraram andamento nem experiência para conseguir tirar o máximo de um carro difícil. No entanto, Gasly raramente teve o carro para lutar por mais e foi frequentemente eliminado em Q1. O experiente piloto demonstrou toda a sua capacidade para extrair pontos de um carro inferior, mas a Alpine não lhe deu ferramentas para mais. Gasly terminou em 18º no campeonato, refletindo o estado da equipa. Nota: 7/10

Jack Doohan – 21º no Mundial (0 pontos)
Jack Doohan teve apenas seis corridas para provar o seu valor e falhou. O australiano nunca pontuou, sofrendo dois acidentes na primeira volta (Austrália e Miami) e múltiplas penalizações. Doohan mostrou flashes de velocidade (qualificou à frente de Gasly na sprint de Miami) mas erros custaram-lhe caro. A Alpine criou um ambiente de pressão extrema desde o início e Doohan nunca conseguiu encontrar a paz e o equilíbrio necessário para se destacar. Foi substituído por Colapinto após Imola numa decisão que refletiu tanto os erros do piloto como a gestão deficiente da equipa. Nota: 3/10

Franco Colapinto – 20º no Mundial (0 pontos)
Franco Colapinto falhou em justificar a sua promoção prematura, terminando sem pontos em 17 corridas. O argentino nunca se adaptou ao A525, sendo consistentemente mais lento que Gasly. Colapinto teve o melhor resultado de 11º nos Paises Baixos, mas frequentemente foi eliminado na Q1 e terminou fora dos pontos. O piloto cometeu múltiplos erros, incluindo deixar ir o carro abaixo no pit lane em Silverstone (DNS) e mostrou dificuldades em corrida. Estatisticamente, Colapinto teve performance semelhante a Doohan, levantando questões sobre a decisão de troca. Uma época para esquecer, mas que, ainda assim, lhe permitiu renovar e assegurar o lugar por mais um ano. Nota: 3/10

O Autosport já não existe em versão papel, apenas na versão online.
E por essa razão, não é mais possível o Autosport continuar a disponibilizar todos os seus artigos gratuitamente.
Para que os leitores possam contribuir para a existência e evolução da qualidade do seu site preferido, criámos o Clube Autosport com inúmeras vantagens e descontos que permitirá a cada membro aceder a todos os artigos do site Autosport e ainda recuperar (varias vezes) o custo de ser membro.
Os membros do Clube Autosport receberão um cartão de membro com validade de 1 ano, que apresentarão junto das empresas parceiras como identificação.
Lista de Vantagens:
-Acesso a todos os conteúdos no site Autosport sem ter que ver a publicidade
-Desconto nos combustíveis Repsol
-Acesso a seguros especialmente desenvolvidos pela Vitorinos seguros a preços imbatíveis
-Descontos em oficinas, lojas e serviços auto
-Acesso exclusivo a eventos especialmente organizados para membros
Saiba mais AQUI






