F1: a entrada da Andretti valoriza a F1?

Por a 22 Novembro 2023 16:01

O proprietário da Aston Martin, Lawrence Stroll, continua a ser dos mais fervorosos opositores à entrada da Andretti na F1. Há muito que o canadiano diz para quem o quer ouvir que a F1 deve manter-se com dez equipas, porque se as coisas estão a correr bem e o desporto está a crescer não faz qualquer sentido alterar as coisas.

Recorde-se que na semana passada, a General Motors anunciou que se tinha registado formalmente na FIA como fabricante de unidades motrizes de Fórmula 1 a partir de 2028, mas o presidente da GM, Mark Reuss, assegura que a empresa só entrará no desporto em parceria com a Andretti: “O nosso compromisso com a excelência não será negligenciado, uma vez que continuamos a planear a entrada na F1 o mais rapidamente possível e, em 2028, a Andretti Cadillac competirá como uma verdadeira equipa de fábrica norte-americana. Esta parceria histórica irá acelerar o desporto no mercado americano que já está em rápido crescimento, bem como a nível mundial”, acrescentou.

Mas Lawrence Stroll não muda de opinião e diz que se a Andretti quiser entrar na F1, deve comprar uma equipa já existente: “Vejam o que a Audi fez, queria entrar e comprou uma equipa.

A forma correcta de entrar no desporto, se quisermos entrar na NFL, no hóquei da NHL ou em qualquer grande franchise desportivo, é comprar uma equipa. Depois é só uma questão de dinheiro, por isso acredito que, se querem entrar, devem comprar uma equipa como outros fizeram”, disse à ESPN.

O presidente da FIA, Mohammed Ben Sulayem não teve papas na língua: “Deixemos-nos de conversas. Tem tudo a ver com dinheiro”, disse. Claro que sim. Tudo está ligado aos prémios monetários que as equipas recebem no final de uma época de campeonato.

É verdade que o campeonato de pilotos atrai mais atenção mas são as equipas que lutam pela divisão do dinheiro pois as equipas são pagas com base na sua posição final em cada época e dividir uma pizza por 11 significa sempre comer menos, do que se for por 10.

É verdade que existe a uma taxa de 200 milhões de dólares que a Andretti teria de pagar, e que seria distribuída pelas outras equipas. Mas ao fim de algum tempo, isso dilui-se e a divisão continua a ser por 11. Para piorar a questão a F1 valorizou e esse valor foi acordado em 2020 e a F1 cresceu muito depois disso. E depois há outro ponto. Pense-se na questão como um negócio: investem, digamos, 200 milhões, mais o custo da operação, no total, 500 milhões. Qualquer equipa de F1 vale, hoje em dia, no mínimo mil milhões. Investir 500 milhões para duplicar o valor de um dia para o outro não é nada mau negócio…

A discussão está e vai continuar num ponto muito simples: a entrada da Andretti valoriza a F1 ao ponto do que o que as equipas perdem vai ser compensado com o que a F1 cresce?

A Andretti assegura que o seu grande trunfo é a General Motors. Até aqui, nem isso convenceu as equipas.

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