F1: A agradável surpresa chamada Sauber

2018 é um ano de transição para Sauber, equipa que passou por uma fase cinzenta em que apenas fazia número na grelha do mundial de F1. A entrada em cena dos turbo-híbridos tornou a tarefa da equipa ainda mais complicada, com o aumento de custos da competição. A Sauber andou perdida no fundo da tabela, nestes últimos anos e esteve com a chave na porta um par de vezes.

A equipa foi apresentando um chassis muito simples e sem grande floreados, que permitiam ir para a pista mas não davam aso a grandes voos. A situação foi se deteriorando, até que no ano passado a equipa ficou em último no campeonato, o pior resultado de sempre.

A situação mudou com a entrada de Frederic Vasseur. O francês que saiu do projecto Renault, por não concordar com o rumo tomado, aceitou  desafio da Sauber e começou a arrumar a casa. Reavivou e melhorou a parceria com a Ferrari e graças a isso o nome Alfa Romeu regressou à F1. Mas mais que isso, deu nova chama a uma equipa que ia definhado a cada ano. A Sauber apresentou um carro radicalmente diferente em relação ao passado, com um conceito mais inovador, mais arrojado, com o intuito de  melhorar a performance do chassis a nível aerodinâmico, o grande problema até então. Claro que este tipo de mudanças implicam tempo para maturação, mas os resultados começam agora a ser visíveis, com 12 pontos marcados, menos 6 que a Haas (que até há bem pouco tempo tinha um dos chassis mais competitivos do grid) e que a Toro Rosso. A equipa tem melhorado a cada prova, muito graças ao talento de Leclerc.

O jovem da Scuderia tem impressionado no seu ano de estreia, com exibições de encher o olho e já há quem comece a apontar o monegasco para a vaga da Ferrari em 2019.  Leclerc era considerado como uma das grandes promessas, com o título de campeão em GP3  (2016) e de GP2 (2017), além de prestações fabulosas, mas tendo em conta o nível que tem evidenciado  nos últimos tempos, já começa a ser uma certeza. Tem 10 pontos conquistados, no seu ano de estreia, com um carro que ainda está num processo de evolução. Notável a todos os níveis.

O futuro da Sauber parece agora mais risonho e poderá a médio prazo regressar aos lugares que ocupou antes da transição para esta nova era, ou até um pouco melhor. Os rumores começam a surgir que a Alfa Romeo pode adquirir a equipa (que agora pertence ao fundo Islero Investments) e que teve recentemente uma entrada de peso na estrutura, com Simone Resta, ex-chefe do departamento de desenho dos monolugares da Scuderia, que agora assume o papel de director técnico da Sauber. Têm sido uma das equipas em destaque neste primeiro terço de época e tudo indica que possam continuar a causar boas surpresas a curto e a médio prazo. Mais um projecto que parece estar no bom caminho, pela mão de Vasseur, que tem conseguido ser bem sucedido por onde tem passado.