F1 2022: O que muda nas asas dianteiras

Por a 6 Fevereiro 2022 11:15

Novo regulamento, novos desafios. Os novos regulamentos para 2022 foram vistos e revistos pelos engenheiros que agora ultimam os preparativos para colocar os carros em pista. Foi preciso muito trabalho por parte de todas as equipas para chegar a este ponto, pois muito mudou. Teremos carros diferentes, pensados para trabalhar o o ar que percorre o chassis de maneiras diferente.

Um dos aspetos que mais mudou foi a asa dianteira. Até agora, a asa dianteira era pensada para criar apoio aerodinâmico, assim como direcionar os fluxos de ar para certas zonas desejadas do carro. No caso dos carros de 2021, com um equilíbrio aerodinâmico mais “voltado” para a traseira, pode-se dizer que a distribuição das forças descendentes seria de 60% na traseira e 40% na frente. Dos 40% da frente, cerca de 80% do apoio aerodinâmico era criado pela asa dianteiras e 20% pelo fundo plano. Mas a função da asa dianteira era também de organizar os fluxos de ar e isso era conseguido pelos famosos vórtices Y250. Até agora, existiam uma zona neutra nas asas, perto dos pilares que seguram a asa ao nariz e nessa zona os engenheiros encontraram forma de criar vórtices que, por um lado afastariam a turbulência criada pelas rodas e por outro direcionava o ar para as derivas na frente dos sidepods para depois o ar ser encaminhados para outras áreas. É uma espécie do jogo do empurra, onde o ar turbulento é afastado para longe e o ar limpo encaminhado para áreas desejadas. O problema é que os Y250 criam muito ar sujo nas laterais dos carros e como já várias vezes referido o objetivo é diminuir o ar sujo e por isso a secção neutra foi eliminada e agora vemos as asas a chegarem aos pilares do nariz do carro. Essa é provavelmente a maior diferença das asas antigas para as novas. Outra diferença é a forma como a asa se “dobra” para cima. No ano passado as asas acabavam nas famosas “endplates” que também criavam vortices e por conseguinte ar sujo. Com a nova configuração (reminiscente das asas dos aviões cujas pontar dobram para cima) o ar sujo é também diminuído. A simplicidade das asas foi mantida, apenas com quatro elementos, algo que já era usado nos últimos anos. Pudemos ver nos carros apresentados pela F1 um nariz proeminente e largo, mas segundo os especialistas, deveremos ver carros com narizes mais delgados. Isto porque nos novos regulamentos, o fundo plano passa a ter um papel mais importante e é preciso levar o ar para as entradas do fundo plano e por isso tudo o que seja obstáculo a isso tenderá a ser eliminado.

Ainda na frente do carro, um aspeto importante mas que não será visível aos fãs é a simplificação das suspensões. A grande maioria das equipas utilizavam sistemas hidráulicos inteligentes que permitiam que a certas velocidades a traseira do carro baixasse e que a frente não afundasse muito em travagem. Esses sistemas foram banidos pelo que as suspensões serão agora muito mais simplificadas e por isso haverá um trabalho tremendo por parte dos engenheiros para se adaptarem a esta nova realidade, até porque com os pneus de baixo perfil, agora usados, muita do trabalho de suspensão que era feito pela borracha dos pneus de 13 polegadas deixará de existir. Se até agora o trabalho de amortecimento era feito entre os pneus e a suspensão numa proporção aproximada de 50-50, agora os pneus irão apenas permitir 20% do amortecimento, dada as paredes laterias mais duras e menos flexíveis dos novos pneus.

Os novos carros poderão ter S-Ducts (usados para garantir que o fluxo de ar se mantém colado ao carro e por isso chega às zonas certas, além de retirar algum do ar turbulento debaixo do nariz do carro) mas a sua aplicação é muito mais difícil, tal como as pequenas asas que vimos várias vezes no nariz do carro, que tendencialmente desaparecem.

Ainda ligado à frente dos carros, teremos pequenas asas por cima das rodas, colocadas para diminuir a turbulência das rodas. Essas asas têm um espectro de desenvolvimento extremamente limitado, assim como as entradas de ar para os travões e toda a zona circundante, onde muito trabalho era feito ao nível do desenvolvimento aerodinâmico e que agora está limitado quase ao ponto de serem todos iguais.

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joaomilhorei
joaomilhorei
2 anos atrás

Será este o novo redbull?

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