Equilíbrio na F1 é no meio do pelotão: 3 provas, 3 vencedores, de 3 equipas…

Por a 17 Abril 2019 12:16

Desde que terminaram os testes de Inverno que se esperava uma batalha intensa no segundo pelotão, e o que se tem visto nestas primeiras corrida só vem evidenciar isso mesmo.

Curiosamente, se olharmos para a tabela do campeonato, é Kimi Raikkonen (Alfa Romeo) que ‘lidera’ com 12 pontos, na frente de Lando Norris (McLaren) e Kevin Magnussen (Haas), que curiosamente só pontuaram na prova que ‘venceram’.

Em Melbourne a Haas esteve um passo à frente da concorrência, o que permitiu a Kevin Magnussen ser o melhor dos ‘outros’, Lando Norris fez o mesmo em Sakhir, sendo que na China foi a vez da Renault, por intermédio de Daniel Ricciardo a impor-se.

Mas o mais curioso é que se retirássemos as três equipas principais, Mercedes, Ferrari e Red Bull, estaríamos a ter uma Fórmula 1 que em três Grandes Prémios, tinha tido três vencedores diferentes de três equipas diferentes. No ‘pódio’ (virtual) dessas três corridas, tinham ficado sete pilotos diferentes, só Raikkonen é que seria repetente três vezes, curiosamente, sem nunca ter sido o melhor colocado do segundo pelotão.

Quem quer olhar para equilíbrio na F1 é aqui que o encontra…

Austrália: Haas vence primeira batalha

Desde cedo se percebeu que atrás das ‘Três Grandes’ a luta seria sem quartel e na Q1 verificou-se uma diferença de menos de seis décimos de segundo entre António Giovinazzi, o quarto mais rápido, e Lance Stroll, o primeiro dos eliminados. Na Q2, com a situação a ficar mais séria e a exigir o máximo dos carros, a distância entre Romain Grosjean, quinto, e Daniil Kvyat, o mais lento, aumentou e foi de menos de um segundo.

No entanto, foi no segundo segmento da qualificação que ficou evidente que a Haas estava um passo à frente da concorrência, com a marca do francês a deixar Kimi Raikkonen, em Alfa Romeo, a quatro décimos de segundo.

A Q3 confirmou o andamento dos carros da equipa norte-americana, tendo Grosjean suplantado o seu colega de equipa por mais de dois décimos de segundo, ao passo que Lando Norris, que surpreendentemente, levou o seu McLaren Renault até ao oitavo posto da grelha de partida, estava já a quatro décimos de segundo.

Com os dois carros à frente do segundo pelotão, com o francês na sexta posição e Magnussen na sétima, esperava-se que a Haas pudesse vencer a batalha, mas Nico Hulkenberg em corrida foi bastante mais ameaçador que em qualificação, perseguindo o duo.

O alemão da Renault tentou fazer o ‘undercut’ aos homens da formação americana, parando nas boxes na décima terceira volta, mas estes reagiram de imediato, tendo Grosjean parado na volta seguinte e Magnussen uma depois. O dinamarquês manteve a liderança atrás das ‘Três Grandes’, mas ‘os fantasmas das paragens das boxes do ano passado’ fizeram-se sentir na boxe da Haas e uma porca mal apertada acabou por deixar o francês fora da prova australiana pela segundo ano consecutivo e pelo mesmo motivo.

Apesar da proximidade de Hulkenberg, Magnussen nunca se sentiu incomodado pelo piloto da Renault e cruzou a linha de meta no sexto posto com mais de seis segundos de vantagem para o seu perseguidor.

Este, porém, teve um final de prova mais emocionante, uma vez que, ao perder o contacto com o dinamarquês, viu se apanhado por Kimi Raikkonen a menos de quinze voltas da bandeirada de xadrez que, por sua vez, levava no encalço do seu Alfa Romeo Lance Stroll, Daniil Kvyat e Pierre Gasly.

Apesar da proximidade entre eles, as posições não se alteraram, o traçado de Melbourne dificilmente permite ultrapassagens, tendo terminado por esta ordem, sem que o francês conseguisse pontuar na sua estreia pela Red Bull.

Stroll e Kvyat, com um longo primeiro turno, conseguiram-se guindar a posições pontuáveis, depois de terem arrancado de décimo sexto e décimo quinto, respetivamente.

Bahrein: Norris apresenta cartão de visita

Após a qualificação, parecia que Kevin Magnussen poderia repetir o feito da Austrália, depois de assegurar o quinto lugar na grelha de partida, perdendo apenas cinco milésimos de segundo para Max Verstappen. Contudo, no dia da corrida, com a pista cheia de areia do vento que se fez sentir no circuito de Sakhir, o carro da equipa norte-americana não conseguiu gerar a aderência de que Magnussen precisava, com este a afundar-se na classificação para terminar num fraco 13º posto, a mais de uma volta do vencedor.

Com os problemas do dinamarquês, Carlos Sainz, que arrancou do sétimo lugar, assumiu a liderança do segundo pelotão, mostrando-se bastante ameaçador para Max Verstappen. No entanto, quando tentou ultrapassar o piloto da Red Bull, o contacto entre os dois ex-colegas de equipa na Toro Rosso foi inevitável e, com danos no seu McLaren, o espanhol acabou por abandonar.

Daniel Ricciardo, entretanto, subia ao comando atrás das ‘Três Grandes’, ao passo que Nico Hulkenberg, que arrancara do décimo sétimo posto, era já oitavo. Lando Norris, por seu lado, era obrigado a passar por uma escapatória logo na primeira volta e circulava apenas em décimo segundo.

No entanto, o australiano, com uma estratégia de apenas uma paragem, acabou por se colocar numa situação difícil, caindo na classificação com o decorrer da corrida, sendo mesmo ultrapassado pelo seu colega de equipa.

Hulkenberg, com uma estratégia mais acertada – parou na 12ª e 32ª voltas – elevou-se ao topo do segundo pelotão, parecendo estar a caminho do triunfo atrás das ‘Três Grandes’.

Contudo, a corrida seria madrasta para as aspirações dos pilotos da Renault e a três voltas da bandeirada de xadrez ambos abandonariam com problemas mecânicos – dificuldades com o motor no caso de Hulkenberg e com o MGU-K no de Ricciardo – exatamente na mesma curva.

Com a desistência do alemão, Norris ascendeu ao sexto lugar e à liderança do segundo pelotão, beneficiando da eficácia do seu McLaren Renault e de uma boa estratégia para com o seu talento bater Kimi Raikkonen, que se mostrou ameaçador nos últimos momentos.

Pierre Gasly, com mais um fim-de-semana para esquecer ao serviço da Red Bull, ficou no meio do segundo pelotão, à frente de Alex Albon e Sérgio Pérez, que fechou os lugares pontuáveis.

China: Finalmente Renault

Por fim, na China foi a vez da Renault, que fora uma desilusão na Austrália e no Bahrein. A prova chinesa era uma espécie de ‘tudo ou nada’ na Renault, onde não convinha nada que voltasse a ser batida por um equipa-cliente, McLaren, ou por estruturas com orçamentos bem mais baixos, como a Haas.

Desde a primeira sessão de treinos-livres que a equipa de Enstone foi dando boas indicações, tendo um dos seus pilotos liderado o segundo pelotão em cada um deles, deixando no ar a possibilidade de garantir a quarta linha, atrás das ‘Três Grandes’.

Ricciardo, que fora batido por Hulkenberg nas duas primeiras qualificações, inverteu a situação em Xangai, superiorizando-se ao alemão, ainda que apenas por quatro milésimos de segundo, garantindo a “pole-position do segundo pelotão”.

Os pilotos da Haas acompanharam os homens da Renault, mas não foram ameaças, depois de Grosjean e Magnussen não terem realizado qualquer volta lançada, devido ao tráfego em pista.

No arranque, o australiano manteve a sua vantagem, mas o alemão via-se surpreendido por Sérgio Pérez, que assentou arraiais no oitavo posto, perseguindo o piloto da Renault, seguido de Hulkenberg.

Entretanto, os pilotos da Haas iam perdendo lugares na classificação até caírem para lá dos dez primeiros, assinando mais uma tarde de decepção.

Por seu lado, o alemão da formação de Enstone não conseguia realizar mais de dezasseis voltas, abandonando com novos problemas na sua MGU-K.

Ricciardo estava sozinho na defesa da Renault frente a Sérgio Pérez, mas nunca deu grandes veleidades ao piloto da Racing Point, construindo uma vantagem confortável que foi gerindo ao longo da corrida para cruzar a linha de meta no sétimo lugar.

O mexicano nada conseguiu fazer quanto ao australiano, mas ainda assim conseguiu o seu melhor resultado da temporada, pontuando pela segunda vez consecutiva.

Kimi Raikkonen realizou uma boa prova de décimo terceiro para nono na bandeirada de xadrez, mas foi Alex Albon o homem do dia, ao realizar uma corrida de recuperação, partiu da via das boxes para terminar no décimo lugar final.

Olhando para a tabela dos construtores, pois há vários níveis de qualidade de pilotos neste segundo pelotão, vê-se que a Renault está na frente, mas os franceses não só têm tido altos e baixos, como não mostraram ainda com clareza que se vão afastar deste segundo pelotão. Essa é a sua luta para este ano e para já nada disso se viu.

Empatada com os franceses está a Alfa Romeo, mas os italianos estão a viver à custa de Raikkonen, pois Giovinazzi tem mostrado muito pouco.

A Haas tem uma dupla muito mais homogénea, mas os problemas que referimos anteriormente, redundaram em mais ‘baixos’ que ‘altos’.

A McLaren teve agora azar na China com o incidente que eliminou/atrasou os seus dois carros, mas para já parece capaz de chegar ao quinto lugar, talvez até mesmo fazer melhor que a Renault.

A Racing Point BWT também tem mostrado, a espaços condições para andar mais à frente, mas com o equilíbrio que há no meio do pelotão a diferença entre ser quinta dos construtores e oitava, como é agora, é mínima.

Até aqui falámos do meio, agora vem a cauda. Dos Toro Rosso já se percebeu que dificilmente deverão fugir do nono lugar, ainda que a espaços os seus pilotos tenham tido boas prestações, como foi o caso agora de Alex Albon na China.

Por fim, a Williams…

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