Casos & Polémicas no GP do Brasil de Fórmula 1

Por a 14 Novembro 2022 13:33

Não foram poucas as vezes que Interlagos foi palco de algumas situações anormais que levaram a polémicas, e não só, este ano, com o Grande Prémio de São Paulo, não foi excepção.

Penalizações excessivas

Parece que o circuito brasileiro é dado a que surjam algumas situações mais polémicas, basta recordar tudo o que se passou o ano passado, para não ir muito longe.

Em 2022 voltámos a ter polémicas e alguns casos, e num episódio os protagonistas até foram os mesmos da temporada passada – Lewis Hamilton e Max Verstappen.

Os dois grandes rivais de 2021 voltaram a encontrar-se em pista e, como tem sido costume, bateram.

A seguir à primeira situação de Safety-Car, o holandês forçou uma ultrapassagem difícil e o inglês não quis ceder, dando ao piloto da Red Bull o mínimo de espaço possível – talvez de menos, até – e o contacto foi inevitável…

Poucos metros à frente, Charles Leclerc arriscou ao tentar suplantar Lando Norris por fora na Ferradura, o McLaren subvirou, tocando no Ferrari, que entrou pião, parando gentilmente nas barreiras de protecção.

Estes dois incidentes têm o comum serem manobras de elevado risco para os pilotos que as promovem, no caso Verstappen e Leclerc, tendo de contar com a plena cooperação dos seus adversários e esperar que tudo corra bem.

Ninguém fez nada de verdadeiramente errado, Hamilton dificultou ao máximo a manobra do seu adversário e Norris foi vítima de algo que qualquer piloto pode sofrer quando se anda nos limites.

Na verdade, são dois incidentes de corrida absolutamente normais, que deveriam ser ultrapassados sem grandes sobressaltos – são corridas…

No entanto, os comissários desportivos, uma vez mais, sentiram que tinha obrigatoriamente culpar alguém pelo sucedido, penalizando Verstappen e Norris com cinco segundos. Com esforço, o caso de inglês é até compreensível, mas a penalização do holandês é absolutamente incompreensível, dado que estava lado a lado com Hamilton.

Mas a questão é a necessidade de qualquer incidente na Fórmula 1 ser alvo de uma avaliação e atribuição de culpas, como se fosse um acidente de trânsito, onde é preciso decidir quem paga os estragos a quem.

Isto são corridas, os pilotos andam no máximo e, por vezes, corre mal… Uma coisa é alguém propositadamente atirar um adversário para fora, outra é algo fugir ao controlo de um dos pilotos e promover um contacto – o primeiro caso tem de ser penalizado exemplarmente, o segundo tem de ser visto como uma situação que pode acontecer.

Falta de ordem de equipa

Mas Verstappen haveria de estar envolvido em mais uma polémica, ao recusar acatar uma ordem direta da sua equipa.

No final da corrida, o holandês foi instruído de que deveria ceder a sua posição a Sérgio Pérez, se não conseguisse suplantar Fernando Alonso. O Bicampeão Mundial não passou o espanhol, mas também não permitiu a passagem do seu colega de equipa, apesar do seu engenheiro de pista o recordar do que deveria fazer na última volta.

O holandês fez referência a um episódio no passado – ao que parece o despiste do mexicano na qualificação do Grande Prémio do Mónaco – para não ceder o seu ‘fantástico’ sexto lugar a Pérez, que está numa luta intensa pelo segundo lugar no Campeonato de Pilotos com Leclerc.

As motivações de Verstappen para o caso são verdadeiramente inexpressivas, dado que se tinha um problema com o seu colega de equipa, já o deveria ter levantado no seio da equipa para que fosse resolvido, o que, ao que parece, não aconteceu.

O holandês expôs problemas internos da Red Bull na praça pública, por muito que Christian Horner tenha tentado escudar-se com as questões da Ferrari, e mostrou-se pouco respeitador para o seu colega de equipa, sem o qual não teria sido Campeão Mundial em 2021.

Para além disso, Pérez tem mais dois anos de contracto com a formação de Milton Keynes e da próxima vez que Verstappen precisar, talvez o mexicano seja menos expedito em ajudar e isso, pode valer um título ao invés de um segundo lugar no campeonato.

A confusão com Tsunoda

Na segunda situação de Safety-Car, espoletada pelo abandono de Lando Norris, criou-se uma situação perfeitamente ridícula que levou a que Yuki Tsunoda não se pudesse desdobrar.

Com as questões levantadas pelo episódio do Grande Prémio de Abu Dhabi do ano passado, a FIA introduziu um sistema automático para sinalizar os carros com menos uma volta que o líder para que estes se desdobrem na eventualidade de uma situação de Safety-Car.

No entanto, este sistema não levou em consideração a morfologia do circuito de Interlagos.

O japonês tinha sido dobrado por George Russell, o líder, pouco antes da entrada em vigor do Safety-Car Virtual inicial para recuperar o McLaren do inglês, rodando na traseira do Mercedes e quando o Safety-Car entrou em pista, entrou nas boxes para trocar de pneus.

Sem ter de rodar a velocidades controladas na via de acesso às boxes, o piloto da AlphaTauri ultrapassou Russell, passando no ponto de deteção do sistema automático na mesma volta do líder.

Sem fator humano no processo, não foi permitido ao japonês recuperar a volta de atraso, ao contrário de Alex Albon e Nicholas Latifi, para quem perdeu duas posições e ficou com uma volta de atraso, criando ainda alguma confusão a Sainz que, subitamente, tinha o Tsunoda entre ele e Pérez…

A FIA parece não conseguir acertar com esta questão da recuperação dos pilotos com uma volta em situação de Safety-Car, sendo talvez a melhor solução, colocá-los por ordem no fundo do pelotão com o atraso que acumularam durante a corrida, saindo da frente dos pilotos na volta do líder, tornando assim toda a operação menos, confusa, perigosa e morosa.

Subscribe
Notify of
3 Comentários
Inline Feedbacks
View all comments
GTONE
GTONE
1 ano atrás

 “mas a penalização do holandês é absolutamente incompreensível, dado que estava lado a lado com Hamilton”, até parece que bateram roda com roda.
É fácil, atrasa-se ao máximo a travagem, mete-se lá o nariz do carro e espera-se que o outro piloto abra a porta e diga…”passe sua excelência”.

Scb
Scb
Reply to  GTONE
1 ano atrás

E estão lado a lado ou bateram na traseira? O Max até faz a 1a curva claramente à frente. Hamilton devia ter estacionado ou acelerado como fez?
No dia em que os pilotos deixarem de tentar ultrapassar acabaram se as corridas. E existiram mais ultrapassagens (pelo menos 1) nessa mesma curva.

eduardo-lucassapo-pt
eduardo-lucassapo-pt
1 ano atrás

Pura e simplesmente ridícula a interpretação tendenciosa do jornalista. Bem observado por GTONE

últimas Destaque Homepage
últimas Autosport
destaque-homepage
últimas Automais
destaque-homepage
Ativar notificações? Sim Não, obrigado