F1: Red Bull duvidou da capacidade de Ricciardo em 2013

Por a 10 Dezembro 2018 20:48

Daniel Ricciardo é atualmente considerado um dos melhores pilotos da F1 e apontado por alguns como o melhor “ultrapassador” do campeonato. Mas nem sempre foi assim.

Na altura da escolha do substituto de Mark Webber, a estrutura da Red Bull teve de optar entre Daniel Ricciardo Jean-Éric Vergne e Kimi Raikkonen, como admitiu Christian Horner:

Foi um prazer tê-lo [Ricciardo] na equipa nos últimos cinco anos “, disse Horner. ” Ele está na Red Bull desde 2007 e tem sido ótimo vê-lo crescer e evoluir. Ironicamente, quando nos confrontamos com o dilema de quem seria o substituto de Mark Webber, tínhamos Jean-Eric Vergne, o Daniel Ricciardo, o Kimi Raikkonen como opções e nossa maior preocupação com Daniel não era o seu ritmo, mas sim o facto de não o termos visto em muitas lutas na pista, enquanto estava na Toro Rosso. Desde que está na Red Bull Racing, ele tem feito grandes manobras e, sem dúvida, tornou-se o melhor “ultrapassador” do campeonato.”

A situação mudou em 2014, o seu primeiro ano na equipa, em que mostrou todo o seu potencial, deixando Sebastian Vettel para segundo plano. Ricciardo admitiu que 2014 foi um ano importante para a sua carreira:

“Esse é o ano que considero o mais divertido e o mais importante para a minha carreira. As vitórias foram muito boas, e tive uma enorme batalha com Fernando [Alonso] na Alemanha, onde tivemos uma boa luta, mas  justa, e ele teceu alguns elogios depois disso, o que foi muito bom na época.”

 

 

“Eu sinto que 2014 não apenas moldou e minha abordagem a partir de então, mudou o nível de ultrapassagem no desporto também. Muitas pessoas passaram a tentar ultrapassar vindo de longe. Eu percebo que pode soar um pouco arrogante, mas eu realmente acredito  que a minha abordagem mudou a forma como outros olhavam para as ultrapassagens.”

Na altura a discussão sobre a escolha foi relativamente simples. A opção Raikkonen depressa se diluiu com o regresso à Ferrari a tomar forma desde cedo. Assim sobrava Ricciardo e Vergne, com a opção a cair para o australiano, apesar de na altura, o francês ter já mostrado mais capacidade nas lutas em pista, precisamente o fator que levantava algumas dúvidas. Trevor Carlin em 2010, em declarações ao motorsportmagazine.com falava da capacidade de Vergne e considerava-o “potencialmente um dos melhores que tive”. Vindo de um homem que trabalhou com Vettel, eram declarações que mereciam ser ouvidas com atenção.

 

 

Em 2013, altura da decisão Carlin voltou a falar de Vergne, agora em comparação com Ricciardo, também em declarações ao motorsportmagazine.com :

“Jean-Éric não teve um resultado vistoso e Daniel conseguiu algumas performances de qualificação impressionantes. No entanto em relação ao Daniel, as suas corridas nem sempre foram impressionantes. Na verdade, as corridas do Jean-Éric têm sido um pouco melhores, eu realmente não acho que haja muita diferença entre eles, pessoalmente.”

“Para ser honesto, não havia grandes diferenças entre eles quando correram para Carlin, mas eles tinham um conjunto de habilidades diferentes. Daniel era muito, muito bom na qualificação e ele começava na frente, fazia uma primeira volta decente e depois fugia e ninguém mais o apanhava. Ele não se envolveu muito em lutas porque estava sempre na frente. Jean-Éric, por outro lado, teve algumas qualificações fortes na F3, mas quando isso não acontecia, ele forçava o andamento na corrida. Nunca tinha uma volta lenta – ele era muito parecido com Alonso nesse sentido”.

Também nessa altura Trevor Carlin falou de um tal de Félix da Costa, que era apontado como o favorito para o lugar de Ricciardo:

Ele teve um abaixamento de forma este ano na Fórmula Renault 3.5, mas ele está de volta à frente novamente”, dizia na altura Carlin. “Ele tem a atitude certa, ele está com muita fome de vitórias e é um ótimo “team player”. Eu coloco-o num nível semelhante ao de Dan e de Jean-Éric, mas ele tem de o provar.”

A história depois desse ano é bem conhecida. Apesar das prestações mais fortes em corrida de Vergne de uma forma geral, especialmente à chuva onde era dos melhores, a escolha recaiu em Ricciardo, talvez por apresentar um modus operandi semelhante ao de Vettel, que era fortíssimo nas qualificações e depois na frente da corrida geria os acontecimentos como queria. Vergne acusou o golpe e foi baixando de rendimento e andou alguns anos “perdido” até regressar à sua melhor forma em 2018, com o título de Fórmula E e os excelentes resultados no ELMS. Félix da Costa não teve direito à oportunidade de correr na F1, andou pelo DTM, e agora é piloto da BMW no endurance e na Fórmula E, onde é encarado como um dos melhores e um dos candidatos ao título na época 2018/2019 e Ricciardo é uma estrela na F1 e agora encara um novo desafio na Renault. Pequenos pormenores que fazem a diferença e que mudam carreiras.

 

 

Caro leitor, esta é uma mensagem importante.
Já não é mais possível o Autosport continuar a disponibilizar todos os seus artigos gratuitamente.
Para que os leitores possam contribuir para a existência e evolução da qualidade do seu site preferido, criámos o Clube Autosport com inúmeras vantagens e descontos que permitirá a cada membro aceder a todos os artigos do site Autosport e ainda recuperar (varias vezes) o custo de ser membro.
Os membros do Clube Autosport receberão um cartão de membro com validade de 1 ano, que apresentarão junto das empresas parceiras como identificação.
Lista de Vantagens:
-Acesso a todos os conteúdos no site Autosport sem ter que ver a publicidade
-Oferta de um carro telecomandado da Shell Motorsport Collection (promoção de lançamento)
-Desconto nos combustíveis Shell
-Acesso a seguros especialmente desenvolvidos pela Vitorinos seguros a preços imbatíveis
-Descontos em oficinas, lojas e serviços auto
-Acesso exclusivo a eventos especialmente organizados para membros
Saiba mais AQUI
Subscribe
Notify of
5 Comentários
Inline Feedbacks
View all comments
últimas F1
últimas Autosport
f1
últimas Automais
f1
Ativar notificações? Sim Não, obrigado