F1: Os receios do Brexit

Por a 22 Janeiro 2019 14:53

É um dos temas que mais tem sido falado nos últimos tempos. As dificuldades encontradas pelo governo britânico em relação ao Brexit têm causado um clima de incerteza que inevitavelmente afeta a maioria das equipas de F1.

A Grã-Bretanha é sem dúvida a casa a F1. Foi lá que a primeira corrida de F1 teve lugar, é o país que mais vezes festejou vitórias dos seus pilotos, que mais títulos têm e que mais vezes foi representado nas pistas do grande circo. A tradição das corridas na Grã-Bretanha é grande, vivida com uma paixão e entusiasmo como talvez em mais nenhum sítio no mundo. A ligação tornou-se de tal forma grande que atualmente seis equipas têm a sua sede no Reino Unido.

O Brexit começa a tornar-se um problema sério para estas estruturas que poderão ver a sua vida dificultada caso um acordo não seja conseguido. Existem três questões centrais que irão afetar as equipas: A contratação de pessoal, a logística e o aumento de custos.

Uma F1 global não funciona bem com fronteiras fechadas

A questão dos vistos seria uma dor de cabeça na contratação de staff. A F1 é uma indústria global e precisa de talento vindo de todo o mundo. Se de repente as equipas se vissem obrigadas a tratar de vistos para pessoas que trabalhem para si, seria certamente um constrangimento a vários níveis. O problema é de tal forma real que até Maurizio Arrivabene chegou a afirmar que esperava que muitas pessoas batessem às portas de Maranello.

A indústria da competição automóvel move muitos milhões e as equipas instalaram-se preferencialmente no Reino Unido por ser o país que melhores condições oferecia. A mão de obra qualificada é claramente um dos fatores que contribuíram para o crescimento das equipas, pois as melhores mentes vão para aquela zona estudar. As equipas sabiam que tinham um constante fluxo de talento e de novas ideias a chegarem, algo que pode deixar de acontecer com tanta facilidade.

Uma logística difícil, que se torna ainda mais complicada 

Além do fator humano há também as questões logísticas e legais. A logística da F1 é um exercício complexo e orquestrado ao mínimo pormenor, que necessita de flexibilidade. As equipas temem que os problemas que irão inevitavelmente surgir nas alfândegas possam comprometer a forma e a velocidade a que o material chega às fábricas e como é enviado para as pistas, com atrasos e complicações que poderão afetar os fins de semana de corridas, não esquecendo que a Europa recebe 10 corridas.

O aumento de custos

Para fazer face a este tipo de problemas as equipas terão inevitavelmente de gastar mais dinheiro em taxas e em planos de contingência para evitar problemas. Mais tempo gasto, mais trabalho administrativo, mais taxas alfandegárias… mais dores de cabeça num processo já de si complicado, que se tornaria mais caro ainda.

Para as equipas afetadas pela possibilidade de um Brexit sem acordo, os pontos negativos são muitos e é difícil encontrar para já qualquer ponto positivo. As equipas estão a expressar as suas preocupações à FOM e as autoridades britânicas, além de estarem em conversações com as autoridades locais.

Ainda é cedo para entender as reais implicações deste processo caso o desfecho não seja o desejado, mas o certo é que as equipas tenham de lidar com muitos mais problemas. A deslocalização total das equipas não parece ser uma possibilidade para já, pois são estruturas muito grandes e a mudança de localização seria certamente muito onerosa. Mas pode dar-se um desinvestimento que seria sentido  na indústria local que criou bases nas necessidades das equipas de competição. David Richards, presidente do The Royal Automobile Club Motor Sports Association, receia que as equipas possam começar a investir em noutros países, deslocalizando parte das estruturas, e quer evitar que as equipas fiquem demasiado afectadas.  As próximas semanas serão cruciais para conhecer o que as equipas terão de enfrentar.

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