F1, GP de São Paulo, Crónica: Ferrari desaproveita problemas da Mercedes

Por a 6 Novembro 2023 19:06

A Mercedes e a Ferrari continuam na luta pelo segundo posto do Campeonato de Construtores, tendo a ‘Scuderia’ desaproveitado as dificuldades da Mercedes ao longo do fim-de-semana do Grande Prémio de São Paulo.

A equipa do construtor germânico tinha tido um ligeiro ascendente nas duas últimas provas, mesmo se não conseguiu afastar-se pontualmente da sua rival, mas esperava-se que Lewis Hamilton e George Russell pudessem bater Charles Leclerc e Carlos Sainz no Brasil, até porque no ano passado, o Mercedes mostrara-se muito competitivo em Interlagos, permitindo ao jovem inglês conquistar o seu primeiro triunfo na Fórmula 1.

No entanto, na qualificação o monegasco, em condições muito difíceis, assegurava o segundo posto na grelha de partida para o Grande Prémio, ficando em posição de poder realizar uma prova que permitisse à Ferrari recuperar pontualmente face à sua adversária, uma vez que Hamilton, o melhor dos pilotos da Mercedes, não ia além de quinto.

No sábado, dedicado à fisionomia Sprint, a equipa de Brackley levava a melhor, mas a ‘Scuderia’ poupava pneus para domingo, sacrificando a corrida sprint, que oferece menos pontos.

No entanto, na prova de cem quilómetros ficaram evidentes os problemas da Mercedes – num circuito bastante mais quente que na sexta-feira, Hamilton e Russell sentiam graves problemas de pneus, perdendo ritmo assustadoramente.

Mesmo o Ferrari, conhecido por ser um carro que não gere muito bem as borrachas da Pirelli, conseguiu manter os pneumáticos em melhor estado.

A Mercedes ganhava quatro pontos à sua adversária, mas sem poder alterar a configuração dos seus carros – estavam em parque fechado desde a qualificação de sexta-feira – Hamilton e Russell esperavam uma corrida difícil no domingo.

A grande esperança da Ferrari para o Grande Prémio era Leclerc, que arrancava de segundo da grelha de partida e tinha um jogo de pneus macios novos, o que era uma vantagem face aos pilotos à sua volta, uma vez que era o único entre os dez primeiros nesta situação.

No entanto, quando aquecia os pneus durante a volta de apresentação, na zona da Descida do Lago, o monegasco perdia o controlo do seu carro, embatendo nas barreiras de proteção.

Um problema eletrónico desligava o motor e deixava o carro de Maranello sem sistemas hidráulicos, não podendo Leclerc evitar a saída de pista.

A grande esperança da Ferrari esfumava-se ainda antes da corrida ter o seu início…

A ‘Scuderia’ tinha agora de aproveitar os problemas da Mercedes para perder poucos pontos para esta, que tinha dois carros em pista e ainda assim com potencial para terminar entre os dez primeiros, ao invés de sonhar com ganhar pontos.

Sainz rodou no primeiro stint atrás de Lance Stroll, que estava no encalço dos dois pilotos da Mercedes, mas nunca conseguiu suplantar o canadiano, que tinha o seu andamento condicionado por Hamilton, o líder do comboio de DRS.

No entanto, os problemas de pneus dos Mercedes voltavam a fazer-se sentir, sendo dos pilotos da frente os primeiros a parar.

Sainz, por seu lado, tentava maximizar a sua corrida e parava apenas na vigésima sexta volta, oito depois de Hamilton e sete de Russell.

O espanhol saía atrás dos dois pilotos da formação de Brackley, mas com uma vantagem considerável na idade dos pneus, suplantou-os ambos ao longo do seu segundo ‘stint’, evidenciando um ritmo que estava inacessível aos homens da Mercedes.

A batalha entre as duas equipa estava decidida, restava apenas perceber até aonde Hamilton e Russell poderiam ir e minimizar a derrota face ao piloto da Ferrari.

Até ao final da corrida, também a Mercedes perdia um carro – Russell era obrigado a abandonar nas boxes com a sua unidade de potência a sobreaquecer até ao ponto de estar na iminência de partir clamorosamente.

Por seu lado, Hamilton era também presa fácil para Pierre Gasly, terminando num desapontante oitavo lugar, a doze segundos do sexto posto de Sainz, depois de ter estado à frente deste durante mais de metade da corrida de setenta voltas.

Não foi de estranhar que Toto Wolff considerasse que o Grande Prémio de São Paulo foi a pior corrida da Mercedes desde que esta regressou à Fórmula 1, em 2010, não tendo, contudo, a Ferrari aproveitado devido a um problema de fiabilidade no carro com o qual esperava obter o seu melhor resultado da tarde.

Após a prova de Interlagos, as duas equipas continuam separadas por vinte pontos, quando faltam dois Grandes Prémios para terminar a temporada.

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