F1: Haas no bom caminho
A Haas fez em 2025 uma das suas melhores temporadas de sempre, apenas superada pela época 2019 em que fizeram 93 pontos. No entanto, terminaram o ano em oitavo lugar no Mundial de Construtores com 79 pontos e a somar em 14 Grandes Prémios, números que reflectem uma equipa finalmente capaz de pontuar de forma consistente no meio do pelotão, mas que se traduzem numa classificação final pouco entusiasmante.
A grande competitividade do campeonato tornou as contas da Haas menos doces, mas as prestações em pista demonstraram revelam uma equipa que, pouco a pouco, começa a encontrar soluções para se tornar mais competitiva a médio e longo prazo. A liderança de Ayao Komatsu continua a dar frutos e além de uma Haas mais competente e ambiciosa, os laços com a Toyota vão se estreitando, o que poderá permitir algo ainda mais interessante no futuro.

Uma das prioridades da Haas para o VF-25 foi corrigir o desgaste excessivo de pneus que marcou a temporada de 2024. Em vez de procurar ganhos imediatos em qualificação, a equipa apostou num carro mais equilibrado e previsível em stints longos. Essa filosofia revelou-se eficaz, permitindo transformar posições intermédias na grelha em resultados pontuáveis com maior regularidade.
Em várias corridas, como Mónaco, Áustria e Singapura, Esteban Ocon destacou a melhoria da tração e do comportamento em baixa velocidade, fatores determinantes para um bom desempenho no segundo e terceiro stints. O foco no pacote traseiro, incluindo a asa traseira, tornou o carro mais estável e menos imprevisível do que o VF-24, especialmente à saída de curva.
Apesar dos progressos, persistiram fragilidades evidentes. O principal problema manteve-se nas curvas de alta velocidade, onde o VF-25 revelou um défice significativo face à concorrência, identificado logo nas primeiras corridas. A incapacidade de operar de forma consistente com o carro mais baixo, sem comprometer a estabilidade, limitou o desempenho em circuitos rápidos.

Os dois pontos altos foram a China e o México, com 14 pontos em cada fim de semana, sinal de um pacote competitivo em contextos muito distintos: Xangai, mais dependente de eficiência aerodinâmica, e Cidade do México, mais crítica em termos de gestão de pneus e ar rarefeito. A combinação entre a experiência de Esteban Ocon e a subida de forma de Oliver Bearman na segunda metade do ano foi decisiva para manter a equipa à frente de adversários diretos.
A dupla 100% nova da Haas revelou-se numa escolha acertada, com Ocon a garantir mais pontos na primeira metade e Bearman a destacar-se na segunda metade, de tal forma que superou o seu colega de equipa no final do ano.
Nota; 7/10
Oliver Bearman – 13.º no Mundial (41 pts)
Oliver Bearman confirmou em 2025 porque é visto em Maranello como um projeto de longo prazo, terminando o campeonato em 13.º com 41 pontos. A época começou com oscilações típicas de um piloto ainda a encontrar as suas referências, incidentes e algumas eliminações em Q1, mas o britânico ganhou tração à medida que se aproximavam as rondas europeias, beneficiando também de um VF‑25 mais compreendido pela equipa e com upgrades que se revelaram acertados. O ponto alto chegou no México, onde assinou um notável 4.º lugar, melhor resultado individual da Haas em 2025, coroando um fim de semana em que foi competitivo desde a qualificação e geriu a pressão de forma irrepreensível em corrida. No balanço final, Bearman somou 41 dos 79 pontos da equipa, assumindo-se como o elemento em maior crescimento dentro da estrutura e justificando plenamente a aposta da Haas numa dupla com um rookie de alto potencial.
Nota: 8/10

Esteban Ocon – 15.º no Mundial (38 pts)
Esteban Ocon no seu primeiro ano com a equipa terminou em 15.º com 38 pontos, muito próximo de Bearman em termos de contribuição absoluta. No entanto, não é um bom cartão de visita o piloto mais experiente ficar atrás do jovem estreante. O francês foi quem ancorou a pontuação da equipa na fase inicial da temporada, aproveitando melhor um carro ainda temperamental e acumulando top‑10 com maior regularidade enquanto o rookie se adaptava. O momento mais forte de Ocon surgiu no GP da China, onde terminou em 5.º lugar após a desclassificação da Ferrari, resultado que deu à Haas uma das maiores colheitas de pontos numa só corrida e consolidou a sua posição no pelotão intermédio. À medida que o ano avançou, Ocon sentiu a pressão de um Bearman em clara ascensão. A diferença entre os dois pilotos foi de apenas três pontos, mas na fase final, Bearman foi claramente o mais rápido e Ocon não revelou argumentos para mudar a tendência. No geral, a época foi de equilíbrio entre os dois pilotos: ambos pontuaram em dez corridas, e os pontos angariados foram quase iguais. Mas Bearman começou o ano com uma série de três corridas nos pontos, completando com cinco corridas no top 10 entre Singapura e Las Vegas. Ocon não fez uma má época para quem chegou a uma equipa nova, num contexto novo. Mas o sucesso de Bearman deixa o francês na sombra.
Nota: 7/10

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