F1: Honrosa despedida da Sauber, bom prólogo para a chegada da Audi
A Kick Sauber fechou 2025 em 9.º lugar no Mundial de Construtores com 70 pontos, um salto de 66 pontos face a 2024 (onde conquistaram apenas 4), naquele que foi o último ano antes da transição formal para o projeto Audi.
O início do projeto Audi, pela porta da Sauber, não foi fácil, olhando as dificuldades que a equipa, na sua versão Kick Sauber, enfrentou em 2024, depois de um 2023 também duro, com apenas 16 pontos conquistados. A falta de performance levou a mudanças nas chefias da equipa e a entrada de Mattia Binotto na equipa permitiu que um novo rumo fosse encontrado. Os resultados foram algo irregulares, mas o nível subiu consideravelmente. Mas as melhorias demoraram a chegar.
O C45 começou a época como um carro de fundo de grelha, mas ganhou competitividade a partir do pacote de atualizações introduzido em Barcelona, centrado no fundo e na eficiência do arrasto. Seguiu-se uma série de seis corridas sempre a pontuar. No total, foram 12 corridas a render pontos e é preciso recuar até 2012 para que a estrutura suíça (esquecendo as várias roupagens que foi tendo ao longo dos anos) apresentar uma soma de pontos melhor (nessa época conquistaram 126 pontos). Olhando apenas a pontos somados, 2025 foi uma das melhores colheitas da estrutura sediada em Hinwill. O oitavo lugar apenas reflete a elevada competitividade observada este ano.

O momento emblemático foi o pódio de Nico Hülkenberg em Silverstone, terceiro lugar, o primeiro da carreira do alemão após uma longa espera, e o único pódio da equipa em 2025. Outro marco importante foi o duplo top‑10 na Áustria, com Bortoleto em 8.º e Hülkenberg em 9.º, que assinalou o início de uma fase em que a equipa passou a ser presença regular nos pontos. A boa forma foi confirmada no fecho da época, com novo top‑10 em Abu Dhabi, onde Hülkenberg terminou em 9.º e elevou o total da equipa para 70 pontos. No conjunto, 2025 representou uma época de reconstrução bem-sucedida, que restaurou a confiança interna e preparou a estrutura para a entrada da Audi.
Binotto começou a levar o barco a bom porto e a contratação de Jonathan Wheatley revelou-se uma cartada decisiva para a melhoria de forma da equipa, que passou a apresentar processos mais sólidos. Se o início da aventura da Audi, ainda sem o nome inscrito nos carros, parecia destinada ao fracasso inicial com um longo percurso, a sensação que fica do final da temporada é que, apesar de muito trabalho ainda pela frente, a Sauber “deixa uma herança” mais positiva e apetecível nesta fase.

Nota: 7/10
Nico Hülkenberg – 11.º no Mundial (51 pontos)
Nico Hülkenberg terminou a temporada de 2025 em 11.º no Mundial de Pilotos, com 51 pontos, sendo o principal responsável pelo salto competitivo da Kick Sauber. O seu ano ficou marcado pelo pódio no GP da Grã‑Bretanha, onde partiu de 19.º e terminou em 3.º, capitalizando uma estratégia perfeita e uma forte gestão de pneus em condições de pista variáveis. Hülkenberg sempre foi muito respeitado pelo seu talento e capacidade em pistas, mas nunca teve resultados condizentes. Em 2025, finalmente conseguiu voltar a sentir o sabor do champanhe.

Antes disso, Hülkenberg já tinha mostrado o potencial dos upgrades com um 5.º lugar em Espanha, vindo de 15.º da grelha e somando 10 pontos cruciais.Fechou o ano com 9.º lugar em Abu Dhabi, no seu 250.º Grande Prémio, garantindo os pontos finais para os 70 da equipa. A época não foi isenta de contratempos: Hülkenberg foi desclassificado no Bahrein por irregularidade no desgaste excessivo dos “skid blocks” , o que custou pontos importantes no arranque do ano. Mesmo assim, a consistência em corrida – 9 presenças no top‑10 ao longo da época – e a capacidade de capitalizar cada oportunidade permitiram-lhe terminar confortavelmente à frente de Bortoleto em pontos, assumindo o papel de líder de referência da estrutura. “Hülk” está na reta final da sua carreira e este projeto Audi provavelmente não o fará chegar ao topo como desejaria. Mas pode ser o palco ideal para mostrar o seu talento. Já em 2024 tinha rubricado uma excelente temporada pela Haas e voltou a fazer o mesmo pela Sauber. Há cada vez mais sinais que a pausa forçada na competição serviu para melhorar e desde que regressou a tempo inteiro tem feito as melhores épocas da sua carreira, mesmo que os números não mostrem tudo.
Nota: 8/10
Gabriel Bortoleto – 19.º no Mundial (19 pontos)
Gabriel Bortoleto concluiu a sua época de estreia em Fórmula 1 em 19.º lugar, com 19 pontos, numa temporada que começou com dificuldades, mas evoluiu de forma clara à medida que o C45 melhorava. O brasileiro passou as primeiras corridas fora dos pontos, enquanto a Kick Sauber ainda lutava com ritmo puro e equilíbrio do carro.
A viragem deu-se na Áustria, onde Bortoleto somou os seus primeiros pontos com um 8.º lugar (4 pontos), liderando o já referido duplo top‑10 da equipa e marcando um ponto de inflexão na época. Seguiu‑se 9.º lugar na Bélgica (2 pontos), uma exibição sólida em pista de alta velocidade, e a melhor prova do ano na Hungria, onde terminou em 6.º e arrecadou 8 pontos, resultado que cimentou o seu estatuto de revelação dentro da estrutura suíça.

Em Monza, Bortoleto voltou a pontuar com 8.º lugar (4 pontos), confirmando a capacidade de converter boas posições de grelha em resultados consistentes em corrida. Globalmente, Bortoleto foi passando de eliminações frequentes em Q1 para presenças estáveis em Q2 e algumas idas a Q3 nos fins de semana em que o pacote e a execução alinhavam, em particular na fase média da época. Os números de Bortoleto parecem pouco animadores, mas o brasileiro mostrou ter potencial para se tornar num caso sério na F1 e este primeiro ano na Sauber terá sido o ideal. Sem demasiada pressão, acompanhando o ritmo de crescimento da equipa, Bortoleto deu sinais claros que o Brasil pode voltar a sonhar com um nome forte na F1.
Nota: 6,5/10
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