F1: Formato do fim de semana é para manter e… ainda bem
O tufão Hagibis obrigou os responsáveis da F1 a improvisarem e a reformularem o fim de semana de prova em Suzuka, dando origem a um “Super domingo” com qualificação e corrida.
Foram muitas as vozes a favor deste novo modelo e numa sondagem feita numa das suas redes sociais, Lewis Hamilton teve mais de 80% de votos a favor de um fim de semana com apenas dois dias de acção em pista. E com mais de 13 milhões de seguidores é certamente algo a ter em conta.
Mas Ross Brawn afirmou que o formato de três dias será para manter, após cuidada ponderação dos responsáveis:
“O formato é um aspecto do desporto em que nos concentramos com mais detalhe, enquanto trabalhamos para as regras que governarão a Fórmula 1 nos próximos anos”, disse o britânico, “e levamos em conta as vozes de todos os elementos-chave, os promotores, as equipas e, por último, mas não menos importante, os fãs.”
“Serei honesto e direi que houve um forte consenso, especialmente entre os organizadores, em manter o formato de três dias de actividades em pista, embora com um cronograma diferente”, continuou ele. “É verdade que um dia como o domingo em Suzuka oferece um óptimo show em apenas algumas horas, mas isso limitaria as corridas das séries de apoio aos dias anteriores.”
“Após uma análise cuidadosa, concluímos que a melhor solução é manter o evento por três dias, revendo o formato de sexta-feira, mas deixando o restante inalterado, com qualificação no sábado e corrida no domingo”.
“Para atender aos pedidos das equipas e aumentar um pouco o número de Grandes Prémios, que será de 22 no próximo ano, consideramos reorganizar o cronograma para que equipas e pilotos cheguem um dia depois [sexta]”.
Certamente que esta é uma boa notícia. O “Super domingo” funcionou bem porque era uma novidade e concentrou num dia a acção em pista. Mas, pessoalmente, sou contra essa mudança e fico feliz em ver que tal não passará do papel. O fim de semana de F1 tem uma dinâmica própria com uma sexta feira com as primeiras impressões e as equipas a fazerem o trabalho para se adaptarem as condições. O sábado com a qualificação, que tem um espírito radicalmente diferente da corrida. Na qualificação queremos saber quem é o mais rápido. Conta apenas o cronómetro, o chassis e o talento do piloto. Uma hora de acção pura e dura, simples sem grandes floreados. E o detentor da pole tem algumas horas de destaque nos média, de forma merecida. O domingo então é para a corrida com uma dinâmica completamente diferente, mais complexa, com mais variáveis, em que nem sempre o mais rápido vence, mas invariavelmente o mais inteligente consegue lugares de destaque. Este crescendo ao longo de três dias é muito interessante.
Reduzir a dois dias e por conseguinte ter qualificação e corrida no mesmo dia, dilui o protagonismo do detentor da pole, coloca as equipas sob pressão para reparar carros que possam ter acidentes (se bem que esse é um factor que não me importa muito, pois a responsabilidade fica no piloto e aí veríamos os melhores a brilhar também) e acima de tudo temos tudo concentrado num dia. Numa fase em que se fala (erradamente) em diminuir a duração das corridas porque as pessoas não conseguem ou não querem estar tanto tempo atentas a um evento, a ideia de preencher o dia todo com F1 parece um contrassenso. O que seria de um domingo com qualificação às 10 e corrida as 15? Assim, com o formato actual e mais espaçado, podemos ter uma hora ou hora e meia de F1 por dia, sem se tornar demasiado pesado.
Há também a vertente económica. Menos dias em pista implica menos visibilidade, menos possibilidade de vender bilhetes, menos tempo de ocupação da hotelaria local e de crescimento económico provocado pela chegada de mais pessoas. Certamente que os defensores de um fim de semana com apenas dois dias de prova terão argumentos válidos, mas não vejo grande vantagem na redução de um dia de prova. Sim pode-se tirar uma sessão de treinos na sexta e o resto do dia ficar entregue aos deveres dos pilotos e equipas com os media, acabando com a quinta feira. O formato pode ser repensado, mas esta dinâmica única de um fim de semana de F1 deve ser mantida.
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