WEC, 6 Horas de Spa hora a hora…

Por a 6 Maio 2018 07:00

Por José Manuel Costa

1ª HORA

Sem surpresas, a Toyota ficou na frente com o carro de Sebatian Buemi a levar a melhor sobre André Lotterer no carro da Rebellion. Destaque para um período de “Safety Car”, por despiste do Porsche 911 RSR #86 (Davidson/Barker/Wainwright, Team Gulf Racing) depois do Ferrari #70 (Ishikawa/Beretta/Cheever, MR Racing) ter feito um pião mesmo á sua frente.

O bom tempo decidiu visitar as Ardenas e o começo da corrida deixou evidente a correlação de forças. O Toyota #8 na frente e após uma volta parado nas boxes, saiu para a pista o Toyota #7 que chegou, rapidamente, aos primeiros lugares. No final da primeira hora, percebeu-se que os LMP1 privados cumpriam 17 a 18 voltas entre reabastecimentos, os Toyota híbridos conseguiam fazer 19 voltas, uma vantagem mais para o Toyota. Na categoria LMP2, Giedo Van der Garde não deu muitas chances aos seus adversários, liderando com o Dallara-Gibson da equipa Racing Team Nederland, enquanto que na GTE-Pro a liderança estava com o Ford GT #66 com Stephen Mucke ao volante. Finalmente, na categoria GTE-AM, o mais rápido era o Porsche 911 #77 de Christian Reid.

Quanto aos portugueses, Pedro Lamy não esteve em pista na primeira hora, foram Mathias Lauda e Paul Della Lana que assumiram o volante do Aston Martin #98 da categoria GTE-AM, enquanto que António Félix da Costa, ao volante do BMW M8 GTE #82, terminava a primeira hora no sexto lugar da categoria GTE-Pro.

2ª Hora

Sem mudanças na frente, o pavoroso acidente de Harry Tincknell (Ford GT) quando seguia em terceiro da categoria GTE-Pro, foi a maior notícia desta segunda hora de corrida. Acabado de sair das boxes, Tincknell saiu a meio de Eau Rouge devido, certamente, a uma falha mecânica. O embate foi violento, o Ford GT ficou destruído, mas o piloto não sofreu qualquer ferimento, uma boa notícia. Grande parte desta segunda hora foi realizada atrás do “Safety Car” com Pedro Couceiro a liderar ao volante do Porsche que serve de SC nas provas do WEC.

Drama para Giedo Van Der Garde que, depois de um ano parado, regressava á competição. Deu um verdadeiro festival de pilotagem na primeira hora e liderava a categoria LMP2 com o DallaraP217-Gibson quando foi forçado a parar já dentro da primeira meia hora desta segunda volta ao relógio com problemas de alternador. Uma paragem que custou a liderança da corrida na categoria.

Devido à necessidade de reparar as barreiras de pneus no Eau Rouge, o SC esteve em pista mais de 30 minutos. O recomeço foi algo caótico com muitos carros na frente dos líderes, com Kamui Kobayashi a tentar desdobrar-se de Fernando Alonso. Conseguiu ficar na frente na primeira curva, mas o espanhol não gostou e na descida para o Eau Touge, passou novamente pelo japonês, seu colega de equipa, destacando-se rapidamente. Alonso a marcar território à sua maneira. No braço! Acabou o japonês por se desdobrar com o beneplácito do espanhol que liderava com ampla vantagem sobre o Rebellion de Bruno Senna, tendo sido avisado que iria ver reduzida a potência do carro pois tinha os pneus traseiros demasiado quentes.

A segunda hora fechou com Fernando Alonso na frente de Bruno Senna e de Gustavo Menezes. Os líderes da classe LMP1 ocupavam os primeiros três lugares. Na categoria LMP2 a liderança estava com o Oreca-Gibson de Jean Eric Vergen, enquanto que na GTE-Pro era a Porsche quem estava na frente da Ford, com o 911 RSR de Richard Lietz na liderança, seguido do GT de Stephen Mucke. Nos GTE-AM, o líder era o Aston Martin de Charlie Eastwood. Pedro Lamy continuou fora do Aston Martin, Félix da Costa deu o seu lugar a Tom Blomqvist tendo navegado fora dos cinco melhores da categoria.

3ª Hora

Após vários problemas nas duas primeiras horas, este terceiro período de sessenta minutos foi mais tranquilo. É verdade que Eduardo Freitas, diretor de prova do WEC, teve de forçar um “Full Course Yellow” (FCY) devido ao despiste do Porsche 911 RSR da equipa Dempsey Proton pilotado por Giorgio Rosa (regressaria à pista). O azar estava agachado à porta da garagem da equipa de Patrick Dempsey, o ator de Hollywood que já foi piloto, pois Julien Andlauer no 911 #77, parou nas boxes com um problema de alimentação. Resolvido um par de voltas depois, mas o mal estava feito e os dois carros da Dampsey atrasaram-se muito. Mas mais drama se desenvolveu na box da Toyota. Fernando Alonso terminou o seu primeiro “stint” em pista numa corrida do WEC e deu o seu lugar a Kazuki Nakajima. Ficaram na frente com uma enorme vantagem e foi essa a sua sorte, já que Nakajima teve de regressar à box pois os cintos não ficaram bem apertados! Uma paragem de 49 segundos, deixou os Rebellion e o Toyota #7 bem mais próximo. Mais um erro da equipa Toyota que viu somar um erro de Kazuki Nakajima no TS050 #8, um pião em La Source que o fez perder mais 10 segundos. No Toyota TS050 #7, tudo a correr da melhor maneira, com Kobayashi a aproveitar uma saída larga em Eau Rouge do Rebellion de Neel Jani para chegar a terceiro e logo de seguida, a tocar o segundo lugar com uma ultrapassagem a Mathias Beche, no outro Rebellion, na reta Kemmel.

Enorme luta nos GT, com Giamaria Briunni a estrear-se com o Porsche 911 RSR a estar na frente de Billy Johnson (Ford GT) e de Michael Cristensen (Posche 911 RSR). O BMW M8 GTE da MTEK pilotado por António Félix da Costa e Tom Blomqvist conheceram algumas dificuldades e mantinham-se fora dos cinco melhores da categoria GTE-PRO, enquanto que a entrada de Pedro Lamy para o Aston Martin Vantage #98, traduziu-.se na liderança da categoria GTE-AM.

Contas feitas, a meio da corrida, a liderança estava com os Toyota #8 de Kazuki Nakajima e o #7 de Kamui Kobayashi, a 52 segundos. No terceiro e quarto lugares, os dois Rebellion de Neel Jani e Mathias Beche a quase 1 minuto, com o SMP de Egor Orudzhev e o ByKolles de Dominik Kraihamer a fechar o top 5. Nos LMP2 liderava com Anndrea Pizzitola, nos GTE Pro era líder o Porsche de GIanmaria Bruni e no GTE AM, Pedro Lamy continuava a dominar.

4ª Hora

Depois de uma terceira hora muito atribulada, com várias penalizações, a maioria delas devido aos pilotos fazerem os pneus derrapar na saída das boxes – o que é proibido e dá direito a um “stop and go” – a corrida entrou numa fase mais tranquila com as posições a consolidarem-se. Destaque para as paragens sem problemas para os primeiros classificados, com todos os pilotos a terem já passado pelo volante dos seus carros e para a luta intensa pela última posição do pódio da categoria GTE-Pro. Animação essa promovida por uma penalização imposta ao Porsche 911 de Kevin Estre. Cumpriu o “stop and go” e saiu atrás dos dois Ferrari 488 GTB da AF Corse com James Calado (#51) e Sam Bird (#71). Porém, um par de voltas bastou para o Porsche 911 do francês regressar ao terceiro lugar, embora longe dos líderes Richard Lietz (Porsche 911 RSR) e Billy Jonhson (Ford GT). Pior foi o problema que o carro #51 experimentou nas boxes, quando o Porsche da Project 1 #56 estava a entrar e o Ferrari a sair, o embate foi inevitável e a quebra da suspensão dianteira do lado esquerdo do carro de James Calado também. Muito tempo perdido pelo Ferrari pelo Porsche da Project 1.

Os problemas com o “transponder” dos Rebellion acabam por prejudicar muito o carro #1 que perdeu 2m39s parado nas boxes a substituir o “transponder” e quase todas as esperanças de chegar ao pódio, ocupado pelo Rebellion #3 pilotado por Mathias Beche. O carro #1 caiu para quinto com esta situação.

A classificação da LMP1 não conheceu muitas alterações. Na frente o Toyota TS050 #8 com Kazuki Nakajima ao volante, cerca de 58 segundos na frente do Toyota TS050 #7 de José Maria Lopez, e 1 volta de avanço sobre o Rebellion #3 pilotado por Mathias Beche. O quinto lugar estava na posse do Rebellion #1 pilotado por Neel Jani. Na categoria LMP” mantinha-se Andrea Pizzitola no Oreca da G-Drive na frente, ao passo que nos GTE-Pro a liderança era de Richard Lietz (Porsche 911 RSR), enquanto nos GTE-AM, Paul Dalla Lana liderava com o Aston Martin que divide com Pedro Lamy e Mathias Lauda.

5ª Hora

A quinta hora de corrida ficou marcada pelo enorme acidente de Matevos Isaakyan, jovem piloto de 20 anos da SMP Racing, que saiu de forma violenta no final do Eau Rouge, destruindo o BR1 – AER que seguia num belíssimo quarto lugar depois de ter saído de último. Este acidente promoveu a saída do Safety Car que levou o pelotão a terminar esta quinta hora em andamento lento. Ficaram na barreira as possibilidades de um pódio para a equipa SMP e desapareceu, também, a vantagem de um minuto que Fernando Alonso tinha sobre o Toyota pilotado por Mike Conway.

Antes deste acidente, assistimos a uma bela batalha entre Matevos Isaakyan no BR1 da SMP e o Rebellion de Thomas Laurent, decidida através de uma ultrapassagem não concretizada a um Porsche 911 RSR da categoria GTE Pro que bloqueou, ligeiramente, o BR1 do russo na descida para o Radillon. Na subida para Eau Rouge, o ímpeto do Rebellion proporcionou a ultrapassagem. Nos LMP2, Jean Eric Vergne continua a liderar de forma clara a classe. Nos GTE, quer nos Pro quer no Am, as coisas estavam mais apertadas com Richard Lietz a comandar com o Porsche 911 RSR oficial na frente do Ford GT da Ganassi Ford, com Olivier Pla ao volante por meros 18 segundos. O BMW M8 GTE de António Felix da Costa continuava no sexto lugar da categoria, enquanto nos GTE-Am, o melhor era o Aston Martin de Pedro Lamy, com Mathias Lauda ao volante, mas com os rivais próximos.

6ª Hora

A última hora de corrida começou debaixo de Safety Car, depois do acidente de Matevos Isaakyan. Foram onze minutos roubados a estes últimos 60 minutos de prova, mas que não influíram, em nada, na emoção que a prova ganhou nos derradeiros momentos. Primeiro o recomeço da corrida com os dois Toyota separados por meros seis segundos e que se estabilizou nos cinco segundos entre Fernando Alonso no Toyota #8 e Mike Conway no TS050 #7.

Depois, uma fabulosa ultrapassagem entre o Radillon e Eau Rouge feita por Olivier Pla (Ford GT) a Richard Lietz (Porsche 911 RSR) a caminho da liderança da categoria GTE- Pro. Finalmente, uma ultrapassagem, nos limites de Michael Christensen a Richard Lietz (ambos em Porsche 911 RSR) á entrada da chicane antes da reta da meta.

Com o Safety Car, todas as diferenças desapareceram e por isso as lutas foram se desenvolvendo, particularmente na frente com Mike Conway a atacar forte a posição de Fernando Alonso. Mais atrás, Pedro Lamy tentava ficar com a vitória na categoria GTE-AM em luta com Euan Hankey no outro Aston Martin da categoria da equipa TF Sport. Depois de cinco horas e meia de corrida, a prova estava totalmente em aberto e foram 23 minutos de pura competição.

A paragem nas boxes de Mike Conway deu-se quando Fernando Alonso quase se despenhava num dos Aston Martin da categoria GTE-Pro, na travagem para o gancho antes da reta da meta. Acabou o piloto do Toyota #7 por perder muito tempo na volta de saída e permitiu que Alonso parasse nas boxes e saísse para a pista na frente da corrida e com a vantagem reforçada para mais de sete segundos. Uma paragem 10 segundos mais rápida e muito tráfego na volta de saída de Conway levaram a esta situação. O britânico rapidamente se encostou ao espanhol, mas mesmo com o carro de Alonso a denotar problemas com a temperatura da caixa de velocidades, o Toyota #7 de Conway acabou por ficar a cerca de três segundos do campeão do mundo de Fórmula 1.

E para o final guardado estava o bocado! Pedro Lamy usou toda a sua experiência e talento para manter atrás de si Euan Hankey e conquistar a sua 20ª vitória na categoria GTE-Am. Grande corrida do piloto português. Mas outra luta catalisou os espctadores nos últimos momentos. Com um pneu dianteiro destruído no seu Porsche 911 RSR, Richard Lietz fez das tripas coração para manter atrás de si o Ferrari 488 GTB de Davide Rigone. O carro de Maranello estava mais rápido e depois de várias tentativas, um ataque musculado á saída da chicane antes da reta da meta, deu o terceiro lugar nos GTE-Pro à Ferrari.

Contas feitas, vitória para o Toyota #8 pilotado por Fernando Alonso, Kazuki Nakajima e Sebastian Buemi, com o espanhol a ganhar na sua estreia no WEC e a vencer em Spa Francorchamps, coisa que ele nunca conseguiu na Fórmula 1. Nos LMP2 venceu o carro da G-Drive pilotado por Jean Eric Vergne, Roman Rusinov e Andrea Pizzitola. Nos GTE-Pro vitória para o Ford GT da Ganassi Ford UK com Olivier Pla, Stefan Mucke e Billy Johnson. Nos GTE-Am, Pedro Lamy deu um recital de pilotagem e venceu na companhia de Mathias Lauda e Paul Della Lana. Já o BMW M8 GTE de António Félix da Costa ficou pelo quinto lugar da classe GTE-Pro.

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