Francisco Santos recorda os 20 anos do GP Histórico do Porto: histórias e bastidores
Cumpriram-se agora 20 anos da realização do GP Histórico de Porto, e para celebrar a ocasião realizou-se no Museu da Auto Sueco, em Vila Nova de Gaia, um almoço com muitas das personalidades que estiveram ligadas ao evento, acima de todos, Rui Rio, na altura presidente da Câmara Municipal do Porto e Francisco Santos, Promotor do Evento levado a cabo pela Talento. Recordaram-se histórias do que foi colocar novamente de pé, 45 anos depois, o Circuito da Boavista, o maior evento de clássicos nacional.
FOTOS Marta Marinho
O início de uma paixão: dos festivais clássicos ao Estoril
Em outubro de 2003, o Estoril foi palco do primeiro Historic Festival organizado por Francisco Santos e pela Talento, dando início a uma tradição que rapidamente conquistou fãs e pilotos. “Tenho uma carreira de promotor no Brasil e, quando vim para Portugal em 1978, inspirei-me nos eventos que via em Inglaterra, onde tudo começou — primeiro em Silverstone, depois em Goodwood”, revela o promotor.
O evento de 2003 foi integrado nas comemorações do centenário do Automóvel Club de Portugal, reunindo cerca de três centenas de automóveis icónicos. “Era uma manifestação de paixão e boa vontade, com apoio da Junta de Turismo do Estoril/Sintra e ACP. Quando apresentámos o projeto, sabíamos que seria um sucesso,” destacou na altura Alberto Romano, então Presidente do ACP.
Estoril e a consolidação dos clássicos
O festival manteve-se em 2004, com corridas memoráveis e a estreia nacional de um Ferrari 312 T2. “Era uma oportunidade única para ver máquinas históricas. O objetivo era claro: juntar fãs, pilotos e ícones do desporto automóvel”, sublinhava Francisco Santos. “Na segunda edição, estivemos mais fortes, e a expectativa aumentava para a internacionalização deste conceito.”

O sonho do Porto: renascer o Circuito da Boavista
A ideia de trazer os festivais de clássicos para o Porto rapidamente ganhou força, impulsionada pelo entusiasmo de Rui Rio, então presidente da Câmara. “O projeto era ambicioso. O Circuito da Boavista estava adormecido há 45 anos, mas o sonho estava perto de se tornar realidade. Rui Rio mostrou sempre apoio,” recorda Francisco Santos.
É a primeira edição do GP Histórico do Porto, em 2005, superou todas as expectativas, mesmo perante alguma descrença inicial. “Poucos acreditaram que fosse possível realizar um evento desta dimensão, com mais de 370 carros e 420 pilotos. O trabalho de equipa foi fundamental,” destaca o promotor, Francisco Santos.
Rui Rio disse na altura: “A lógica deste evento era fazer renascer e consolidar a marca do Porto no automobilismo histórico. A aposta foi ganha e será para repetir no futuro, com novas corridas já preparadas para este circuito.”

Bastidores organizativos: desafios e superação
O renascimento do traçado exigiu planeamento exímio, com apoio da Historic Grand Prix Cars Association e engenheiros da Câmara Municipal liderados por António Abel. “Este é um circuito completamente novo, respeitando todas as normas de segurança”, explicava Francisco Santos. Mas o desafio ia além da pista: “Tivemos, entre muitas outras coisas, de negociar com os habitantes de Aldoar, apresentar o projeto e conquistar a comunidade, que acabou por aderir com hospitalidade extraordinária”, recordou Francisco Santos, que tinha sido alterado para as eventuais dificuldades naquela zona sensível do traçado: “Tivemos de negociar com os habitantes de Aldoar, devido ao impacto do encerramento das ruas durante o evento. Fiz uma apresentação detalhada à comunidade local, que adorou a ideia. Uma hospitalidade extraordinária!”
A dimensão logística do evento não deixou ninguém indiferente: “Mais de 600 pessoas envolvidas, desde a CMP, Talento, FPAK, ACP, clubes parceiros e patrocinadores. Só ao nível da organização, foram cerca de 350 pessoas e 220 comissários de pista,” detalha Francisco Santos.
O impacto económico e mediático
O regresso da Fórmula 1 histórica à Boavista foi um marco. “O Circuito da Boavista exigia adaptações no traçado, com ajuda de Eduardo Freitas, especialista mundial em segurança de circuitos. O evento de 2005 foi um sucesso, com 11 categorias e mais de 300 concorrentes. O retorno mediático foi superior a 6,6 milhões de euros—o maior evento na época para Portugal e especialmente para a cidade do Porto
A adesão do público foi impressionante, e as corridas foram transmitidas em direto na SIC, algo inédito no país.”
Episódios, memórias e curiosidades
O festival contou com figuras do automobilismo mundial, como Sir Jack Brabham, que comentou: “A pista atual não tem grandes semelhanças com a de 1960, mas está muito mais segura. Lembro-me de correr sobre carris e obstáculos! Era um circuito difícil, mas importante para o campeonato.”
O evento também teve momentos de nostalgia, como a inauguração da “Grelha da Fama” no Castelo do Queijo, homenageando nomes lendários. Entre os bólides em pista, destacou-se um Bentley de 1925, conduzido por Rui Rio: “Uma oportunidade única para desfilar no carro mais antigo em prova.”
O legado e futuro do automobilismo clássico em Portugal
Após a festa, iniciou-se a desmontagem das infraestruturas — um esforço notável com 9.200 toneladas de betão e cerca de 29 mil parafusos removidos em quatro quilómetros de pista. “Valeu a pena, pela memória do passado e pelo futuro que se abre para o Porto,” afirma Francisco Santos.
Apesar dos desafios, a história dos festivais de clássicos mantém-se viva, agora celebrada em almoço no Museu da Auto Sueco, em Vila Nova de Gaia, com as figuras que marcaram o automobilismo histórico nacional. “Este evento foi possível graças à paixão e ao trabalho de equipa. É um marco na história — e para os anos vindouros, será sempre para celebrar,” concluiu Francisco Santos.
O que o AutoSport publicou na altura, entre 2003-2005
Tudo começou com a Talento e Francisco Santos a criarem o Estoril Historic Festival que se realizou pela primeira vez em outubro de 2003.
Uma jornada de paixão
O Autódromo do Estoril, no último fim-de-semana de Outubro, vai ser palco de uma jornada inesquecível. Integrada nas comemorações do 1º centenário do ACP – Automóvel Club de Portugal, numa produção da Talento, com o forte patrocínio da Junta de Turismo do Estoril/Sintra e do ACP, entre inúmeras entidades que se associaram, trata-se de um programa ambicioso, que juntará em pista quase três centenas de automóveis, a esmagadora maioria dos quais verdadeiros ícones da história do automobilismo mundial. Esta manifestação, intitulada “Estoril Historic Festival”, tem ainda a chancela da FIA e da FPAK e surgiu de um conjunto de boas vontades e de muita paixão:
“No âmbito das comemorações do centenário do ACP, não podia faltar o desporto. Por isso, não hesitámos em apoiar o projeto, quando nos foi apresentado pelo Francisco Santos, pois sabíamos da sua capacidade e de que, por isso, o evento iria ser um enorme sucesso organizativo.”
Palavras optimistas de Alberto Romano, Presidente do ACP, por ocasião da apresentação oficial do evento, na semana passada, na sede daquela agremiação. E não são para menos – basta olhar para o programa. Neste, a cabeça de cartaz é sem dúvida a última prova do campeonato FIA TGP, para monolugares clássicos de F1, das décadas de 70 e 80 e onde se encontra a competir um piloto português, Rodrigo Gallego, que neste momento ocupa a sexta posição na classificação geral, embora tenha menos três corridas que os seus adversários. Mas, além desta prova, outras, não menos interessantes, estão igualmente no programa. Assim, também o campeonato FIA GTC terminará no Estoril. Trata-se de uma competição, com oito provas, reservadas a Grande Turismo Clássicos, fabricados entre 1947 e 1971, inclusive. Além desta, haverá também a última prova do campeonato FIA TC – Turismo Clássicos, para carros fabricados entre 1947 e 1971, inclusive. Podem deslocar-se até nós cerca de 25 carros. Finalmente, no que diz respeito a competições sob a égide da FIA, o Troféu FIA Lurani de Fórmula Júnior. No Estoril, deverão participar 32 destes pequenos monolugares.
Porém, os organizadores não se ficaram por aqui e conseguiram garantir mais quatro eventos, qualquer deles de deixar água na boca. Assim, poderão ser vistos em ação cerca de 30 carros – entre eles o fabuloso Maserati 250 F de José Manuel Albuquerque – da Historic Grand Prix Cars Association (HGPCA), que engloba carros de Grande Prémio ou Fórmula 1, dos anos 50 e 60; uma prova da categoria “Gentleman Drivers”, para carros de Grande Turismo pré-1966 e de Sport pré-1963, deverá reunir algo como cinco dezenas de pilotos; enfim, uma corrida muito especial, designada “Classic & Guests”, com 12 voltas, apenas para pilotos e carros convidados, como Porsche 911 RSR, Ford Escort RS2000, as “barchettas” que participam no nosso Campeonato Nacional, e ainda alguns históricos, como um Porsche 908 ex-Vic Elford, o Lola do Team BIP, o Ferrari LM ex-David Piper, o Ferrari Dino de Peter Westbury, entre outros exemplos. E, como os promotores do evento querem, assumidamente, “conseguir levar ao Estoril 30 mil espectadores”, não esqueceram um espectáculo que muitos amantes do automobilismo ainda relembram com saudade: o Slalom Michelin Rallye de Portugal, para o qual esperam reunir “mais de 50 concorrentes, até ao limite de uma centena”. Para este espectáculo, poderão inscrever-se todos os pilotos de rali ou velocidade que o pretenderem. A taxa de inscrição é de 55 euros, mais 45 de seguro. As inscrições para estes últimos dois eventos estão já abertas, encerrando duas semanas antes do evento.
Estoril Historic Festival 2003: Para mais tarde recordar
O Circuito do Estoril vai ser palco, no próximo fim–de-semana de uma jornada que se prevê gloriosa. Pelo menos, para quem não nasceu nas duas últimas décadas e detém uma bagagem verdadeiramente “histórica” do automobilismo mundial. Também, para todos os que gostam de autênticos carros de competição, com muitas “estórias” para contar.
Com efeito, entre sexta-feira e domingo a pista dos arredores do Estoril vai encher-se com o roncar de mais de duas centenas de automóveis clássicos, desde monolugares de F1 a Fórmula Júnior, sem esquecer GT Clássicos e Turismos Clássicos. Para dourar o bolo, o sábado encerrará, já com a luz dos faróis, com uma recriação do mítico Slalom do Rali de Portugal, para onde se esperam mais de uma centenas de carros inscritos.
A corrida mais esperada deverá ser a que engfloba monolugares de F1, construídos nos anos 70 e 80 e onde estará a correr o português Rodrigo Gallego, aos comandos de um March 761/8. Além disso, o programa inclui ainda as últimas provas dos Campeonatos FIA de GT Clássicos e Turismo Cássicos, uma corrida de Historic Grand Prix Cars, o Lurani Trophy (Fórmula Júnior) e ainda duas corridas extra, Classic & Guests e Gentlemen Drivers.
Preço dos bilhetes
A entrada no Circuito do Estoril é gratuita, para a Bancada E. As bancadas A e B estarão reservadas a convidados.
Existirão um bilhete de “paddock”, válido para o fim-de-semana, cujo preço é de 20 euros.
O estacionamento será também pago, ao preço de 5 euros por dia.
Horário
Sexta-feira, 24 de Outubro
13h00/13h30 – Classic & Sports Guests (Tr. Livres)
13h45/14h15 – HGPCA – Historic Formula 1 (Tr. Livres)
14h30/15h15 – Gentleman Drivers (Tr. Livres)
15h30/16h00 – FIA TGP (Tr. Livres)
16h15/16h45 – FIA GTC/FIA TC (Tr. Livres)
17h00/17h30 – FIA Lurani Trophy – Juniors Cup (Tr. Livres)
17h45/18h15 – Classic & Sports Guests (Tr. Cronometrados)
Sábado, 25 de Outubro
08h00/08h30 – FIA Lurani Trophy – Juniors Cup (Tr. Cronometrados)
08h45/09h15 – HGPCA – Historic Formula 1 (Tr. Cronometrados)
09h30/10h00 – FIA TGP (Tr. Cronometrados – 1ª Sessão)
10h15/11h00 – Gentleman Drivers (Tr. Cronometrados)
11h15/12h00 – FIA GTC (Tr. Cronometrados)
12h15/12h30 – Passeio no Pit Lane
12h15/12h30 – Desfile Mercedes na Pista
12h50/13h50 – FIA TC (Tr. Cronometrados)
14h20/16h20 – Gentleman Drivers (Corrida – 2 horas)
16h40/17h10 – FIA TGP (Tr. Cronometrados – 2ª Sessão)
17h40/18h10 – FIA GTC (Corrida – 30 min.)
18h30/18h50 – Desfile Renault na Pista
18h45/21h30 – Slalom Michelin Rallye de Portugal
Domingo, 26 de Outubro
08h30/08h45 – TGP (Warm Up)
09h15/09h45 – FIA Lurani Trophy – Juniors Cup (Corrida – 12 v.)
10h15/10h55 – HGPCA – Historic Formula 1 (Corrida – 10 v.)
11h15/11h35 – Desfile F1 Stars/Fiat/SIVA
11h15/11h35 – Passeio no Pit Lane
12h00/12h30 – FIA GTC (Corrida – 30 min.)
12h50/13h10 – Desfile Ferrari na Pista
13h25/13h55 – Classics & Sports Guests (Corrida – 14 v.)
14h25/14h55 – FIA TGP (Corrida – 12 v.)
15h25/16h25 – FIA TC (Corrida – 60 min.)
16h55/17h25 – HGPCA – Historic Formula 1 (Corrida – 10 v.)
O Estoril Historic Festival 2003 acabou por ser um sucesso. Talvez não tanto quanto os organizadores esperavam, mas no sábado o tempo também não ajudou. Mesmo assim, o slalom significou bancada cheia e, no final de tudo, fica já a saudade. É que não é frequente ver em acção tanta história em quatro rodas!
Rodrigo Gallego
Rodrigo Gallego começou a sua participação no Estoril Historic Festival com uma surpresa, quando foi detectada limalha no óleo do motor que tinha instalado no March, ainda antes da primeira sessão de treinos livres. Isso obrigou-o a substituir esse grupo propulsor por outro menos potente (470 contra 495 cv), o que de imediato condicionou a sua participação na prova – e a sua intenção de terminar o ano em terceiro da classe B, carros pós-1971, sem efeito solo. No entanto, conseguiu este desiderato, mesmo sem terminar a corrida. “O arranque não foi mau e as primeiras voltas foram engraçadas.”
Efectivamente, Gallego conseguiu subir aos dez primeiros e, depois de quatro voltas muito intensas, em luta cerrada com um Ensign, tudo se precipitou quando “a caixa ficou bloqueada em 2ª. Fui à gravilha e conseguiu voltar à pista”, embora tivesse perdido quatro posições. Infelizmente, a incursão fora de pista, apesar de “ligeira”, fez soltar a carenagem da frente, obrigando o piloto da MEC Auto a abandonar, a quatro voltas do fim da corrida, embora tenha conseguido classificar-se em 19º e 5º da sua classe.
Nos treinos cronometrados, Rodrigo Gallego teve como inimigo principal o estado da pista – o que significou mesmo um pião, de que miraculosamente saiu “sem tocar em nada. À chuva, o carro está inguiável e em recta quase não consigo andar a direito!” Por isso, somente o 16º lugar na grelha de partida.
Algumas frases:
“Aquela” boca…
“Ele andava mais que eu em recta, mas eu andava mais que ele a travar…”
Mário Silva, sintetizando a luta que travou com o McLaren de Richard Eyre e que terminou… com o McLaren fora da pista, numa travagem!
Um ano depois, novo evento, o Estoril Historic Festival 2004: A hora de recordar
O Estoril volta a ser palco, agora entre 8 e 10 de Outubro, de mais uma festa de automóveis clássicos. De facto, pela segunda vez realizar-se-á o Estoril Historic Festival, uma produção promovida pela Talento e que reunirá um programa fabuloso, totalizando uma dúzia de corridas e englobando mais de duas centenas de pilotos.
O principal “leitmotiv” desta edição é a hipótese de ver um piloto português, Rodrigo Gallego, conquistar o título de Campeão do Mundo de F1 FIA-TGP. No entanto, não faltam outras razões para uma romaria ao circuito do Estoril. Em pista, para lá dos monolugares de F1, entre eles um Ferrari 312 T2, em estreia nacional, estarão também em acção outras viaturas emblemáticas, com palmarés impressionante na história do automobilismo mundial. A nível nacional, ocasião para mais uma dupla corrida com os Datsun 1200 do respectivo troféu, sendo ainda de referir a participação de diversos pilotos portugueses em muitas das corridas internacionais.
Mas a grande novidade é a realização de duas corridas para motos históricas de Grande Prémio, anteriores a 1973, que participam no Campeonato InCA e onde estarão presentes 14 pilotos do “Nacional” de Motos Clássicas. Uma oportunidade única para ver em acção máquinas como as Guzzi, Triumph, Norton e Indian, tão diferentes das actuais Honda ou Yamaha de MotoGP, que ainda há tão pouco tempo cruzaram os mesmíssimos ares do Estoril.
O preço dos bilhetes
“Paddock” – 35 euros (fim-de-semana)/ 30 euros (Domingo)
VIP Village – 170 euros (fim-de-semana)/ 100 euros (Domingo) (*)
Bancada A – 20 euros (fim-de-semana)/ 15 euros (Domingo)
Bancada B – 15 euros (fim-de-semana)/ 10 euros (Domingo)
Bancada E – 10 euros (fim-de-semana)/ 7 euros (Domingo)
Nota: os sócios do ACP e do Sporting Clube de Portugal terão direito a um desconto de 15 por cento e qualquer bilhete.
Os bilhetes estão à venda nas Delegações do ACP, bilheteiras do Sporting Clube de Portugal, Lojas FNAC, Lojas Abreu e Circuito do Estoril.
Podem também ser adquiridos “on line”, no site http://www.ticketline.pt , ou por reserva, através do telefone 210 036 300.
(*) No terraço sobre as boxes, com direito a almoço, bar aberto e passeio no “pitlane”.
Horário
Sexta-feira, 8 de Outubro
12h00/12h30 – Datsun 1200 (Tr.cronom.)
12h40/13h10 – FIA TC65/GTC 65/TC-GTC 76 (Tr. cronom.)
13h25/13h55 – FIA Lurani Trophy/Juniors Cup (Tr. livres)
14h05/14h35 – Gentleman Drivers GT Endurance (Tr. Livres)
1450/15h20 – FIA TGP (Tr. livres)
15h50 – Troféu Datsun (Corrida – 10 v.)
16h35/17h05 – Gentleman Drivers Sports Racing Challenge (Tr. Livres)
17h20/17h50 – FIA TC65/GTC 65/TC-GTC 76 (Tr. cronom.)
18h00/18h40 – Gentleman Drivers GT Endurance (Tr. cronom.)
Sábado, 9 de Outubro
08h00/08h30 – FIA Lurani Trophy/Juniors Cup (Tr. cronom.)
08h45/09h15 – FIA TGP (Tr. cronom.)
09h45 – FIA GTC 65 (Corrida – 30 min.)
10h30/11h00 – FIM World Classic Series/InCA (Tr. Cronom.)
11h25 – Gentleman Drivers GT Endurance (Corrida – 120 min.)
13h40 – Passeio no “Pitlane”
14h20/14h50 – Gentleman Drivers Sports Racing Challenge (Tr. cronom.)
15h00/15h30 – FIA TGP (Tr. cronom.)
15h50 – FIA TC65/GTC-TC 76 (Corrida – 30 min.)
16h40/17h10 – FIM World Classic Series/InCA (Tr. cronom.)
17h25/17h55 – Voltas de beneficiência “Ajuda de Berço”
18h15 – Datsun 1200 (Corrida – 10 v.)
18h55/19h10 – Desfile Carros Clássicos
20h00/22h00 – Slalom Rallye de Portugal
Domingo, 10 de Outubro
08h00/08h15 – Touring, GT & Sports Classics (Tr. livres)
08h30/08h45 – FIA TGP (Warm Up)
09h15 – FIA Lurani Trophy/Juniors Cup (Corrida – 12 v.)
10h15 – FIA TC 65 (Corrida – 30 min.)
11h15 – FIM World Classic Series/InCA (Corrida – 10 v.)
12h15 – Gentleman Drivers Sports Racing Challenge (Corrida – 60 min.)
13h30/13h50 – Touring, GT & Sports Classics (Tr. cronom.)
14h05/1h35 – Passeio no “Pitlane”
15h00 – FIA TGP (Corrida – 12 v.)
16h00 – FIA GTC 65/GTC-TC 76 (Corrida – 30 min.)
17h00 – FIM World Classic Series/InCA (Corrida – 10 v.)
18h00 – Toring, GT & Sports Classics (Corrida – 12 v.)
18h45/19h15 – Voltas de beneficiência “Ajuda de Berço”

Um ano antes do GP Histórico do Porto, já se antevia que o Circuito da Boavista poderia ser reeditado, as palavras da altura:
O sonho está perto de se tornar realidade. Mais do que uma intenção, o projecto poderá mesmo ganhar forma no próximo ano, tendo já sido formalmente apresentada pela Talento ao presidente da Câmara Municipal do Porto, Rui Rio, um adepto confesso do universo dos clássicos, tanto na sua vertente lúdica como desportiva.
Aliás, por aqui já se percebe porque razão este autarca fez questão de responder positivamente ao convite dirigido por Francisco Santos, marcando presença no Estoril Historic Festival.
E foi aliás durante esta visita, no passado sábado, que Rui Rio revelou ao “AutoSport” o mais recente e ambicioso projecto da Talento, até à altura mantido no “segredo dos Deuses”. Concretamente, a reedição do saudoso Circuito da Boavista, palco do primeiro GP de Portugal em F.1, no ano de 1958 e depois repetido em 1960, utilizando então um traçado de 7,5 km pelas ruas do Porto e de Matosinhos, entre postes de electricidade e carris de eléctrico – de boa memória para Stirling Moss, que em ambas ocasiões se sagrou vencedor.
Como admite o autarca portuense, “a ideia é realmente muito interessante. Contudo, é preciso também lembrar que hoje a configuração da cidade é muito diferente daquela altura, tornando-se por isso difícil respeitar algumas normas de segurança.
De qualquer forma, também não nego que este é um projecto ambicioso e que me desperta curiosidade, embora à partida seja suspeito para falar, pela minha confessa paixão por este tipo de carros”. Mas este não será o único problema, até porque os dois mil contos orçamentados em 1958 para a realização do GP de Portugal teriam naturalmente que agora ser atualizados.
Certo mesmo é que até já existe uma data para o evento. No princípio, a ideia seria fazê-lo coincidir com as festas de São João mas, como não existe essa data (24 de Junho) livre em termos internacionais, optou-se por adiar em duas semanas a sua realização, a 8 de Julho, encontrando-se já inscrita no calendário de provas da FIA. Quanto à complexidade do traçado, hoje muito urbanizado, em locais que outrora não o eram, a ideia é optar por encurtar o percurso, mantendo contudo locais emblemáticos, como a zona do Jardim e a Circunvalação.

Slalom – Rali de Portugal: Voltas trocadas
Cerca de meio milhar de pessoas assistiram ao Slalom – Rali de Portugal que, ao início da noite de sábado, devolveu a nostalgia de outros tempos a uma parte da recta da meta do Autódromo. Sem as lendas de então, como Markku Alen, Bjorn Waldegard ou Jean Ragnotti, o espectáculo ficou restrito a alguns nomes mais ou menos conhecidos do panorama nacional, num total de 19 participantes. Sem surpresa, os três Mini que habitualmente disputam o Troféu Nacional de Perícias arrebataram os lugares do pódio, cabendo a António Alexandre o melhor tempo de prova, “fintando” todos os pinos em pouco mais de 37 segundos. Victor Viçoso e Genestal Ferreira foram os outros talentosos nas piruetas do Estoril. Mas, como o tempo final era o que menos importava para a maioria destes artistas, merece natural destaque o espectáculo proporcionado pelo Ford Escort de António Nogueira, sem dúvida o piloto que recolheu mais aplausos do (pouco) público, com algumas escorregadelas de encher o olho, mas também piruetas de assinalável precisão. Ainda na componente espectáculo, uma referência ao Alfa Romeo de Adalberto Melim, também ele a dar um ar da sua graça nesta reconstituição histórica do Slalom que encerrava as hostilidades do Rali de Portugal… então com milhares e milhares de entusiastas “pendurados” na bancada central.
Feira no “paddock”
Como já é da praxe, o Estoril Historic Festival não viveu apenas das muitas corridas que se foram sucedendo ao longo do fim-de-semana. Fora de pista, foi mais uma vez proporcionado aos muitos curiosos pelo mundo dos clássicos, uma feira onde era possível encontrar tudo o que se relaciona com automóveis e motos, material de competição e de série, livros, revistas, jornais, postais e até fotografias, para além de muitas outras relíquias para “encher a vista” de miúdos e graúdos, desde miniaturas a outras preciosidades à escala real. Tudo isto (e muito mais!) reunido numa gigantesca tenda com 1650m2, localizada bem no centro do “paddock”, capaz de juntar ainda mostras da Mercedes, Jaguar e Maybach, para além de um espaço reservado ao ACP Clássicos, onde se destacou o Saab da equipa oficial com que Carpinteiro Albino conquistou o título nacional em 1970.

Curiosidades com história
Como tudo começou. O primeiro Festival Histórico aconteceu em Silverstone, em 1991, numa organização conjunta da HGPCA (Historic Grand Prix Car Association) e da leiloeira Christie’s. Dois anos mais tarde, é a vez de Lord March lançar o seu Goodwood Festival. Estava assim dado o mote para o que hoje é um dos eventos mais prestigiantes e populares sob a alçada da FIA. A prova disso está no elevado interesse que estas corridas de clássicos têm suscitado junto do público, em especial na Inglaterra, Alemanha, Bélgica e França. Através da Talento, este conceito foi depois alargado a Portugal e Espanha.

Autódromo e “jet-set”. O Estoril Historic Festival não passou despercebido a algumas figuras colunáveis, provenientes dos mais diversos quadrantes da sociedade portuguesa, que fizeram questão de juntar a sua imagem a este evento de contornos únicos. Rui Rio, presidente da CM do Porto, deu o mote na manhã de sábado, a ele se seguindo os ex-ministros Marçal Grilo e Mira Amaral, adeptos confessos das corridas de automóveis, aliás, tal como Simão Sabrosa e o humorista Fernando Pereira. No feminino, destaque para as presenças de Rita Stock, Alexandra Lencastre e Bárbara Norton de Matos.

GP Histórico do Porto 2005
Nostalgia: F1 regressou à Boavista 45 anos após a última corrida
Espetáculo na Invicta
Adormecido há 45 anos, o Circuito da Boavista acordou este fim-de-semana para dar uma vez mais as boas-vindas aos espetaculares bólides de F1, no que representou o ponto alto do programa deste
memorável Grande Prémio Histórico do Porto

Sem os característicos fardos de palha ou mesmo os assustadores trilhos dos eléctricos que pontificam neste difícil traçado há 45 anos, o reabilitado Circuito da Boavista voltou a receber de “braços abertos” as mais belas máquinas que pontificam na Fórmula 1 nas décadas de 50 e 60, nomeadamente no primeiro Grande Prémio de Portugal, em Sob a égide da Historic Grand Prix Cars Association (HGPCA), o programa deste Histórico Grande Prémio do Porto teve o seu momento alto ao início da tarde de domingo, quando algumas das mais incríveis peças de colecção da história do automóvel se apresentaram na grelha de partida, na antiga zona ocupada pela esplanada Rio de Janeiro.
Maserati nos Pré-61 Com 40 minutos de corrida pela frente, 19 bólides construídos até 1961 fizeram relembrar os gloriosos tempos de pilotos como Alberto Ascari, Mike Hawthorn, Giuseppe Farina, Juan Manuel Fangio, Stirling Moss ou Luigi Fagioli, entre muitos outros.
Desta vez, porém, outros nomes saltaram para a ribalta, numa grelha que tinha a particularidade de contar com dois pilotos portugueses: José Albuquerque, num hiper-competitivo Maserati 250 F, e Tiago Patrício Gouveia, aos comandos de um Bugatti T35B. Infelizmente, Rodrigo Gallego ficou-se apenas pelos treinos, depois de um insolúvel problema no motor dianteiro do Connaught Type B 2.5 de 1955.
Autor do melhor tempos nos treinos, o Maserati 6CM do alemão Stefan Scholloeck foi também o grande vencedor da prova, depois de animado duelo com o Maserati 250 F do britânico Allan Miles, já perto do final ultrapassado pelos compatriotas Mac Hulbert (ERA R4D) e Paul Grant (Cooper Bristol). Apesar de ainda ter chegado a rodar no quarto lugar, José Albuquerque acabaria por descer até sexto, ficando Tiago Gouveia sete posições mais atrás, depois de não evitar um pião a meio da corrida.
Lotus na Pré-1966 Com médias um pouco mais elevadas, mas proporcionando o mesmo tipo de espetáculo em pista, a prova seguinte foi um exclusivo de monolugares construídos até 1966, agora concebidos com motor traseiro.
Sem portugueses inscritos, esta segunda corrida assistiu ao domínio do britânico Michael Schryver, precisamente aos comandos do mesmo Lotus 18 com que John Surtees estabeleceu, em 1960, o recorde do antigo Circuito da Boavista, então à impressionante média de 180,744 km/h.
Ao pódio final subiram ainda os dois Cooper de Barry Cannell e Adrian Van der Kroft, embora este último já a uma volta do vencedor.

Boavista
OPINIÃO: Assim vale a pena
Mesmo para quem nunca assistiu às corridas no antigo Circuito da Boavista, estar agora por dentro do Grande Prémio Histórico do Porto coloca-nos perante um turbilhão de sentimentos. Do espanto que foi assistir à radical transformação de toda a zona envolvente ao traçado, ao contentamento de podermos seguir o desempenho de algumas das mais gloriosas máquinas que integraram o Mundial de F1 nas décadas de 30 a 60, entre muitas outras que preencham ainda hoje o imaginário dos milhares de aficionados das corridas de clássicos. Nessa altura somos surpreendidos pelo saudosismo presente no rosto dos mais velhos, em puro contraste com a curiosidade dos mais novos, agora juntos nas bancadas e peões, em redor de um circuito adormecido há 45 anos. Mais expressivo só mesmo o olhar nostálgico dos muitos pilotos que viajaram até à Invicta, desde a Austrália à África do Sul, desde Inglaterra aos Estados Unidos, desde o Brasil à vizinha Espanha. Enquanto isso, imaginámos a surpresa que se terá instalado nos mais céticos, aqueles que desde o primeiro momento quiserem transformar este
grandioso evento numa questão política ou pessoal. Afinal, e mesmo sem podermos fazer uso das memórias de quem viveu por dentro as emoções dos grandes prémios de 58 e 60, estamos seguros que este fim-de-semana foi dos mais importantes para a história recente do automobilismo português: quer pela soberba promoção que mereceu de todas as entidades, oficiais e privadas, quer ainda pelo excelente nível organizativo proporcionado por uma imensa máquina logística, se bem que o ponto que talvez mereça ser destacado tenha sido mesmo a impressionante adesão de um público sedento de espectáculo.
No final de três intensos dias, resta-nos deixar uma palavra de reconhecido agradecimento aos mentores, promotores e organizadores deste memorável evento, respectivamente CMP, Talento e ACP. Fossem assim todas as corridas, fossem assim todos os circuitos…

BALANÇO Mentor e promotor em sintonia
Após três dias completos de muita animação dentro e fora da pista, mentor e promotor do Grande Prémio Histórico do Porto não podia estar mais satisfeitos com os resultados de 20 meses de trabalho. Para Rui Rio, presidente da Câmara Municipal do Porto, «a lógica deste evento era fazer renascer e consolidar a marca que o Porto teve no final da década de 50. A aposta foi ganha e será para repetir no futuro, com corridas do CNV, GT e F3, já que a pista foi preparada para receber esse tipo de carros». Igualmente satisfeito estava Francisco Santos (Talento) que destacou terem sido cumpridos os três principais objetivos promocionais deste evento: «a satisfação dos pilotos em relação ao traçado, do público no que toca à sua instalação ao longo do circuito e dos patrocinadores na promoção do evento». No esquecimento não caiu também a fantástica cobertura feita pela SIC, «com dez horas de direto num só fim-de-semana de corridas, algo inédito em Portugal».

CURIOSIDADES
O mais antigo de todos!
Um Bentley de 1925 fez as delícias do presidente da Câmara Municipal do Porto, Rui Rio, que no passado
sábado não dispensou uma volta ao traçado no belo exemplar inglês. Sendo um apaixonado de longa data pelos automóveis, Rio teve oportunidade de desfilar no carro mais antigo em prova que participou na corrida de Sport Pré-Guerra pelas mãos de Duncan Wiltshire, o presidente do clube Motor Racing Legends. Wiltshire revelou ao AutoSport que este Bentley foi comprado em 1989, totalmente desmontado, tendo demorado 12 anos a reconstruir! Tamanha dedicação pode ser explicada pelo facto de Ray Wiltshire, pai de Duncan, ter sido presidente do Bentley Drivers Club. Apesar de não ter um passado ligado às corridas, este carro equipado com motor de três litros tem participado em provas de clássicos desde 2000. Relembre-se que Duncan Wiltshire é o mentor do Motor Racing Legends, clube que, entre outros eventos, organiza o Le Mans Legend, a corrida de históricos que tem lugar poucas horas antes da mítica prova de resistência

Um Invicta no Porto
É já histórico o orgulho da cidade do Porto no seu apelido: Invicta. Um outro “histórico”, este de 1929, é
o orgulho do seu proprietário, o britânico Duncan Arthurs: um Invicta High Chassis. Segundo Arthurs, este
modelo com motor de 4467cc tem participado em diversas provas de Montanha e corridas de clássicos, demonstrando uma resistência que lhe valeu a alcunha de “O General”. No palmarés deste Invicta está a vitória no Le Mans Classic Car Race, em 2002, e o segundo lugar obtido há duas semanas na prova de Dijon. Com Patrick Blakeney-Edwards ao volante, “O General” percorreu as ruas da Invicta à respeitável média de 81,9km/h

Jack Brabham sobre o Circuito da Boavista: “A pista atual é mais segura”
A segurança foi uma das preocupações dos organizadores da prova histórica da Boavista Lenda viva. Esta é a designação que melhor se aplica a Sir Jack Brabham, o triplo Campeão do Mundo de F1 que abrilhantou o “paddock” social do Circuito da Boavista ao longo de todo o fim-de-semana. Depois de vencer a última prova disputada nas ruas do Porto em 1960, Brabham conquistaria o seu segundo título mundial, imortalizando-se como o melhor piloto australiano na história da disciplina. Quase meio século depois, teve oportunidade de reviver as emoções da Boavista: «A pista actual não tem grandes semelhanças com a de 1960, porque foi encurtada e está muito mais segura. Lembro-me de correr sobre carris do eléctrico e outro tipo de obstáculos! Era um circuito difícil mas essa vitória foi muito importante para o campeonato desse ano», relembrou o Campeão do Mundo de 1959, 1960 e 1966. Apesar das diferenças que encontrou, Brabham considera que «o circuito actual tem boas condições e só espero que se possa repetir no futuro»

Uma visita guiada: de espantar
Apesar de separadas entre si por pouco mais de 400 metros, foram precisas algumas horas para percorrer cada uma das áreas que serviram de apoio a este GP Histórico do Porto. A visita guiada inicia-se pelo pelo “paddock” técnico,
onde estiveram estacionados os cerca de 390 carros envolvidos na competição. Ao lado sucediam-se as 62 boxes que acompanhavam toda a parte esquerda do “pit-lane” e onde eram formadas as pré-grelhas. À distância de uma viagem de comboio, a azáfama dos mecânicos dava lugar à agitação do “paddock” social, entre o Edifício Transparente e o Castelo do Queijo. A escolha era variada: de um lado a enorme tenda da “sponsors village”, com passagem directa para o restaurante; do outro, um invulgar “health club”, equipado com piscina e jacuzzi, mas de acesso reservado a pilotos. O passeio termina na Feira de Automobilia, onde existia uma pista de “slot cars”, reproduzindo o actual Circuito da Boavista.

Raridades em exposição
Para além das muitas preciosidades que subiram ao palco principal deste GP, outras houve que permaneceram estacionadas no chamado “Paddock Exhibition”, onde o Palácio Ford concentrou todas as atenções. Ali podiam ser contemplados alguns dos mais emblemáticos modelos das três marcas do grupo (Ford, Volvo e Jaguar). A começar por um Ford T Speedster de 1915, com 2.894cc e 20 cv de potência, passando por um dos históricos do desporto automóvel mundial, um belíssimo Ford Mustang 350 GT Shelby de 1966, com um V8 de 4.727cc e 306 cv, e
terminando num exemplar único em Portugal do Saab P1900, com 1.414cc e 70 cv, e uma caixa de apenas três velocidades.

Grelha da Fama no Castelo do Queijo
Uma das mais simbólicas iniciativas desde Grande Prémio Histórico do Porto – e que servirá para perpetuar esta iniciativa nos anos vindouros – aconteceu no passado sábado, num dos passeios da rotunda do Castelo do Queijo. Ao bom estilo de Hollywood, o presidente da Câmara Municipal do Porto, Rui Rio, procedeu à inauguração de uma “Grelha da Fama”, constituídas por 12 placas em cimento com o nome de pilotos ou instituições que marcaram a história deste circuito. A lista de homenageados ficou assim ordenada: Jim Clark, Jack Brabham, Mike Hawthorm, Mário Araújo Cabral, Fernando Palhinhas, Alberto Ascari, Maria de Teresa Filippis e Graham Hill, para além do Automóvel Clube de Portugal, Minho Clássicos, Fundação António Cupertino de Miranda e Clube Automóvel Português
de Automóveis Antigos.

Logística impressionante movimenta centenas de profissionais
Segundo dados oficiais da organização, participaram no Grande Prémio Histórico do Porto qualquer coisa como 390 carros e 460 pilotos, distribuídos pelas 15 corridas que completaram o programa durante os três dias deste evento. Para dar apoio a este numeroso pelotão foram destacados meios humanos e técnicos verdadeiramente impressionantes, numa escala nunca antes atingida no nosso país.
Só ao nível da organização estiveram envolvidas qualquer coisa como 350 pessoas, a que se juntaram mais 550 colaboradores – entre eles os cerca de 220 comissários de pista recrutados à ACDME, ao Motor Clube do Estoril e Sport Clube do Porto. A eles juntaram-se mais 40 voluntários para cumprirem as mais diversas funções ao longo dos 4.300 metros do circuito, na sua grande maioria protegido por perto de 8.400 metros de guardas metálicas e mil blocos de três pneus com um metro de altura, nas suas zonas mais críticas. Em termos de segurança foram mobilizados 46 bombeiros e seis carros de fogo, pertencentes às três corporações da cidade, para além de oito ambulâncias, duas viaturas de desencarceramento ligeiras e uma pesada, apoiadas ainda por quatro gruas fixas e dez reboques do ACP. O corpo de segurança ficou completo com 223 efetivos policiais.

Balanço do promotor na primeira pessoa
Quando conheci Rui Rio, em Novembro de 2003 disse-lhe que este era um projeto “de loucos”, mas que podia contar comigo e que este evento, para se realizar, necessitava de ter sempre o seu apoio pessoal incondicional. As três premissas confirmaram-se. Não só Rui Rio esteve sempre presente quando foi necessário, como o meu empenho e de toda a minha equipa – da Talento e de todos os sub-contratados, fornecedores e amigos – foi sempre o máximo, e, claro está, a todos os momentos se verificou que este projeto “de loucos” – pela sua magnitude e pelos tremendos desafios e obstáculos – era possível desde que houvesse a determinação e vontade política para o por de pé.
A descrença
Se em Outubro de 2003 a esmagadora maioria só acreditou no sucesso do Estoril Historic Festival no segundo dia do evento, o mesmo aconteceu na Boavista este mês. Poucos estavam preparados para o tamanho deste GP.
Jamais acreditaram que fosse possível realizá-lo, quanto mais com esta dimensão – mais de 370 carros, 420 pilotos e 5.500 m2 de tendas.
Esta postura até pode ser compreensível. Já tinha sido pouco crível que pudéssemos trazer ao Autódromo um lote de carros e pilotos que passou a equiparar o nosso evento histórico com os maiores da Europa. Agora, num circuito de rua que teve de ser repensado, projetado e construído de raiz, era difícil acreditar que tudo fosse possível como o planeara.
Em primeiro lugar, o plano do circuito e a sua construção. Com a ajuda da Historic Grand Prix Cars Association, de Luiz Pinto de Freitas, e de vários pilotos – nacionais e estrangeiros – foi possível aos engenheiros da CMP, liderados, primeiro, pelo saudoso Artur Brás e, depois, por António Abel elaborar um dos melhores projetos que jamais vi para um novo circuito.
Apesar de se tratar do renascimento do Circuito da Boavista usado pela última vez no GP de Portugal de 1960, este é um circuito completamente novo, já que havia de respeitar as normas de segurança então não existentes.
O Porto e o automobilismo nacional e internacional recuperaram um património das gentes do Norte.

O real valor da Boavista
Alguns pensam – e até escreveram – que se tratou de um capricho de um homem. Que enorme engano. Infeliz. Ingénuo (ou não…). Certamente cego.
As “corridinhas de calhambeques” ou de “carros de museu” – como alguns apelidaram as 15 corridas de 11 categorias – foram muito mais do que a realização de um sonho de um Presidente de Câmara que sempre se perguntou por que motivo o Porto ficara privado deste capital da sua história durante 45 anos.
O Grande Prémio Histórico do Porto está a ser um dos maiores eventos realizados em Portugal em 2005, com valor económico e mediático que até à sua avaliação em relatório por entidade independente, ainda não foi reconhecido.
Tudo isso foi possível graças aos patrocinadores, ao trabalho de mais de 600 pessoas – da CMP, da Talento e seus parceiros, da FPAK, do ACP e dos clubes parceiros -, e à adesão dos pilotos nacionais e estrangeiros. Sem todos eles, o Porto e Portugal não teriam este GP que já é considerado um grande clássico europeu. Valeu a pena. Pela memória do passado. Pelo futuro que se abre para o Porto, sobretudo emendando os erros que se cometeram.

Um mês para desmantelar
Depois da festa, é agora tempo de desmantelar todas as infraestruturas que suportaram o Grande Prémio Histórico do Porto, de modo que toda a zona que constituiu o Circuito da Boavista regresse à normalidade, num processo que teve início logo após o final da última corrida do programa. Mas obviamente que foi nos dias seguintes que verdadeiramente começaram os trabalhos, nomeadamente com o desmantelamento de cada uma das bancadas, desde o Castelo do Queijo à Avenida da Boavista, passando ainda pela Circunvalação, a que se seguirá a remoção dos muros de cimento e das redes que delimitaram a pista, num processo que poderá estender-se por um mês, segundo estimativa da Câmara Municipal do Porto. E o caso não é para menos! Afinal, convém relembrar que a quantidade de guias metálicas espalhadas pelo traçado ascendeu a nada menos do que quatro quilómetros, tendo sido necessários 29 parafusos colocados de quatro em quatro metros. Feitas as contas, é agora necessário desapertar qualquer coisa como 29 mil parafusos!
Quantos aos maciços de betão utilizados para delimitar a pista, cada um pesa duas toneladas e mede quatro metros, o que feita as contas dá a bela soma 9.200 toneladas, sendo agora precisos 147 camiões para os remover na totalidade. De resto, será também preciso cerca de mais um mês para que a CMP analise os custos e some as receitas do Grande Prémio do Porto, uma vez que em termos desportivos o balanço final não poderia ser mais positivo. Como fez questão de destacar Rui Rio, o grande mentor do evento, «só podemos estar satisfeitos com a forma como tudo decorreu, havendo mesmo algumas expectativas que foram superadas, embora também reconheça que é humanamente impossível fazer tudo bem à primeira». Rui Rio deixou ainda a porta aberta à continuidade deste circuito citadino no futuro, condicionando-a, porém, aos resultados eleitorais do próximo mês de outubro.

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