Fórmula E: Félix da Costa sem sorte em São Paulo
António Félix da Costa iniciou com o pé esquerdo a na Época 12 da Fórmula E. No arranque do campeonato, e no primeiro ePrix com a equipa nova, a Jaguar, em São Paulo, Brasil, português só 12.º, depois de abalroado pelo “rookie” espanhol Pepe Martí, da Cupra KIRO, quando ocupava a sexta posição. O acidente, violentíssimo, não teve consequências para nenhum dos (três pilotos) envolvidos. Vitória de Jake Dennis (Andretti).
Por José Caetano
O português António Félix da Costa, no I-Type 7 da Jaguar, não conseguiu repetir o pódio de 2024 no ePrix de São Paulo (segundo classificado), no início da Época 11 do campeonato de monolugares elétricos, então aos comandos do 99X Electric da Porsche. No regresso à cidade brasileira, desta vez para o arranque da Época 12, o piloto de 34 anos acabou uma corrida caótica somente na 12.ª posição. Ganhou-a o britânico Jake Dennis, da Andretti, à frente do campeão em título, e compatriota, Oliver Rowland, da Nissan, e do neozelandês Nick Cassidy, da Citroën – na estreia da marca na categoria, o primeiro pódio!
Para Dennis, vencedor da Época 9 (nas primeiras 11 temporadas da Fórmula E, 10 campeões, encontrando-se oito entre os 20 pilotos em ação na categoria), sétima vitória no Mundial, mas apenas a primeira desde 26 de janeiro de 2024 (ronda dois da Época 10, em Diriyah, Arábia Saudita). E, assim, pela primeira vez na história do ePrix de São Paulo, e só à quarta edição, corrida ganha pelo piloto que arrancou da primeira posição da grelha de partida – o britânico de 30 anos herdou-a do alemão Pascal Wehrlein, da Porsche, que perdeu a “pole” conquistada na qualificação por patinagem das rodas do Porsche na zona das boxes, ação penalizada com a perda de três lugares!

Jake Dennis foi, também, o maior beneficiário do caos registado durante ePrix que teve intervenção do Safety Car conduzido pelo português Bruno Correia, depois de Lucas di Grassi, brasileiro da Lola-Yamaha, “empurrar” Edoardo Mortara, suíço da Mahindra, contra um muro do Sambódromo do Anhembi, na 23.ª das 30 voltas da corrida. Nesse momento, o britânico tinha uma ativação do Attack Mode por fazer. Depois, acionou os 50 kW de potência extra no relançamento da corrida e ganhou a primeira posição.
Faltava, no entanto, o momento arrepiante do dia, a bandeira vermelha que parou a competição na volta 27. Acidente violentíssimo com Pepe Martí, da Cupra KIRO, Félix da Costa e o suíço Nico Müller, da Porsche! Mitch Evans, da Jaguar, embateu em barreira de proteção na sequência de toque de Sébastien Buemi, da Envision, e a direção da corrida ativou o Safety Car Virtual, mas o “rookie” espanhol, devido a distração e inexperiência, não reduziu a velocidade de imediato e embateu com os monolugares que tinham à frente. Miraculosamente, considerando a dinâmica de embate muito feio, abandonou o “cockpit” de forma autónoma e sem qualquer mazela física.
A violência da colisão quase destruiu a traseira do Jaguar de Félix da Costa, que foi reparada nas boxes durante a paragem da corrida, razão por detrás do trambolhão do piloto português na classificação, da sexta posição para a 12.ª, penalizado por decisão controversa da direção de corrida, que decidiu que o ePrix teria mais uma volta.

“Tivemos um dia muito bom, sólido, venci o meu grupo na qualificação, fiquei com a sexta posição da sessão. Encontrando-me numa equipa nova e num carro novo, senti-me satisfeito. Depois, na corrida, a estratégia foi quase, quase perfeita. Sem o Safety Car, que entrou quando tinha acabado de ativar o Attack Mode, estava em posição de poder lutar pela vitória com Dennis e o Wehrlein. Depois, sim, a minha corrida ficou comprometida. E, depois, ainda aconteceu o acidente! Felizmente, o Pepe está bem. Aprendi muito durante este dia, mas podia ter sido uma estreia de sonho com a Jaguar”, contou-nos Félix da Costa.
António lamenta as consequências do acidente, nomeadamente o “resultado para o lixo”, mas é tolerante com o espanhol de 20 anos que competiu pela primeira vez na Fórmula E “. Acontece. Ele tem muito talento e eu próprio já cometi este tipo de erro, em Tóquio, na época passada, e estou há 11 anos no campeonato”, recordou o português. “Os acidentes fazem parte das corridas. Somos todos profissionais e temos de aprender com o que aconteceu aqui em 2024 [Wehrlein capotou devido a toque de adversário] e este ano, e comportar-nos melhor”, disse.
E Félix da Costa deixa São Paulo de olho na segunda ronda do Mundial. “Regresso ao simulador já na próxima semana para preparar o México, que é logo no início de janeiro. Sinceramente, esperava sentir-me bem menos competitivo neste primeiro fim de semana com a Jaguar, mas vejo muito potencial no carro e na equipa, e isso deixa-me muito confiante”, rematou.

Classificações
1.º Jake Dennis Andretti 30 voltas
2.º Oliver Rowland Nissan +1,349 s
3.º Nick Cassidy Citroën +1,876 s
4.º Pascal Wehrlein Porsche +2,449 s
5.º Felipe Drugovich Andretti +3,187 s
6.º Nico Müller Porsche +3,775 s
7.º Maximilian Günther DS Penske +4,436 s
8.º Joel Eriksson Envision +4,832 s
9.º Sébastien Buemi Envision +5,289 s
10.º Nyck de Vries Mahindra +5,370 s
11.º Zane Maloney Lola-Yamaha +6,095 s
12.º ANTÓNIO FÉLIX DA COSTA Jaguar +6,581 s
13.º Taylor Barnard DS Penske -1 volta
Volta mais rápida: Oliver Rowland, da Nissan, com 1.12,475 m
Próximo ePrix (2.º de 17): Cidade do México, no Autódromo Hermanos Rodríguez, no dia 10 de janeiro de 2026
Mundial de Pilotos
1.º Jake Dennis Andretti 25 pontos
2.º Oliver Rowland Nissan 19 pontos
3.º Nick Cassidy Citroën 15 pontos
4.º Pascal Wehrlein Porsche 15 pontos
5.º Felipe Drugovich Andretti 10 pontos
6.º Nico Müller Porsche 8 pontos
7.º Maximilian Günther DS Penske 6 pontos
8.º Joel Eriksson Envision 4 pontos
9.º Sébastien Buemi Envision 2 pontos
10.º Nyck de Vries Mahindra 1 ponto
11.º Zane Maloney Lola-Yamaha 0 pontos
12.º ANTÓNIO FÉLIX DA COSTA Jaguar 0 pontos
13.º Taylor Barnard DS Penske 0 pontos
14.º Pepe Martí Cupra KIRO 0 pontos
15.º Mitch Evans Jaguar 0 pontos
16.º Jean-Éric Vergne Citroën 0 pontos
17.º Norman Nato Nissan 0 pontos
18.º Edoardo Mortara Mahindra 0 pontos
19.º Lucas di Grassi Lola-Yamaha 0 pontos
20.º Dan Ticktum Cupra KIRO 0 pontos
Mundial de Equipas
1.º Andretti 35 pontos
2.º Porsche 23 pontos
3.º Nissan 19 pontos
4.º Citroën 15 pontos
5.º DS Penske 6 pontos
6.º Envision 6 pontos
7.º Mahindra 1 ponto
8.º Lola-Yamaha 0 pontos
9.º Jaguar 0 pontos
10.º Cupra KIRO 0 pontos
Mundial de Construtores
1.º Porsche 37 pontos
2.º Stellantis 25 pontos
3.º Nissan 18 pontos
4.º Jaguar 14 pontos
5.º Mahindra 4 pontos
6.º Lola 2 pontos
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